UE diz que Moscovo e Pequim utilizam enorme arsenal digital para manipular democracias

A China e a Rússia estão a utilizar um “enorme arsenal digital” para interferir e manipular as democracias ocidentais, alertou hoje a União Europeia (UE).

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“A manipulação e interferência no setor da informação é uma grande ameaça à segurança da UE”, afirmou a chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, num relatório. “Não devemos subestimar o poder que tudo isto tem sobre nós, nem as intenções dos seus autores”, acrescentou.

No seu último relatório anual sobre o assunto, a UE afirmou que, no ano passado, identificou ataques de desinformação contra mais de oitenta países e mais de duzentas organizações.

A guerra na Ucrânia continua a ser um dos principais alvos da Rússia, mas eventos como os Jogos Olímpicos de Paris, as eleições na Moldávia e os protestos dos agricultores na Alemanha também estiveram na mira.

“O objetivo é desestabilizar as nossas sociedades, prejudicar as nossas democracias, criar um fosso entre nós e os nossos parceiros e minar a posição da UE no mundo”, afirmou Kallas.

O relatório afirma que a UE se tornou mais capaz de expor as campanhas levadas a cabo por Moscovo e Pequim para moldar a opinião pública europeia.

E revelou, por exemplo, que a Rússia utiliza uma rede complexa de “atores estatais e não estatais”, que vão desde influenciadores das redes sociais a órgãos de comunicação estatais e porta-vozes oficiais, para criar e amplificar as suas mensagens.

A China, por seu lado, parece estar a intensificar a utilização de “empresas privadas de relações públicas e influenciadores para criar, amplificar e branquear conteúdos alinhados com os interesses políticos da China em todo o mundo”.

O relatório não chega ao ponto de acusar a Rússia e a China de conspirarem ativamente para espalhar a desinformação.

No entanto, salienta que no mês em que se assinalaram os 1.000 dias da invasão da Ucrânia pela Rússia, “surgiu um alinhamento significativo das narrativas sino-russas, com mensagens hostis que culpam a NATO pela escalada do conflito”.

A UE está também cada vez mais preocupada com a interferência russa no que considera ser uma campanha híbrida mais vasta de Moscovo, incluindo atos de sabotagem destinados a enfraquecer o Ocidente.

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