O KIT E A NOSSA SOBREVIVÊNCIA

No meio desta escalada de tensões espalhada por todo o mundo e aproveitando as lacunas nos respetivos planos nacionais, os mesmos que permitiram este vazio nas defesas dos cidadãos na União Europeia, são aqueles que agora vêm com essas histórias dos Kit’s que dão alguma, mas pouca ou nenhuma margem de sobrevivência aos até agora, desprevenidos e pouco preocupados cidadãos europeus.

Já não basta aquela velha máxima dos que dirigem os destinos do país, julgarem os seus cidadãos como um grupo de atrasados mentais ou simplesmente pouco preparados para compreender os difíceis caminhos a seguir. Não! Desde que a União Europeia se formou, há para os menos poderosos como Portugal, obrigatoriedades a seguir, sem discussão.

Mas para seguir seja o que fôr, é preciso que existam regras, procedimentos ou estratégia constituída em géneros de toda a espécie que caibam num pequeno Kit, onde até se discriminariam as necessidades imediatas e regras escritas sobre procedimentos a adotar de imediato. Mas pouco ou nada disso existe até agora.

Este Kit de sobrevivência de 72 horas contra crises, inclui medicamentos, comida, rádio, lanterna e canivete. Ao ser anunciado, a UE teve o cuidado de afirmar que o objetivo não é criar pânico, o que só por si, foi mais um mau exemplo de comunicação dos mesmos que até hoje, nunca se preocuparam com os perigos que ameaçam os seus cidadãos.

Para disfarçar, desviando as atenções, falam de incêndios florestais, acidentes industriais, pandemias, ciberataques e por último em conflitos armados, dizendo que tudo está interligado. Percebi, mas pouco. Passados que foram os incêndios que por aí existem e não acabam, as pandemias que desgraçam os povos, os ciberataques a que vamos ter de nos habituar ou os acidentes industriais filhos da incúria humana, resta a verdadeira razão para incrementar um kit para 72 horas. Aquela que dá para  enfrentar as consequências mínimas de uma situação que, finalmente, parece assustar os responsáveis pela nossa segurança. Um ataque nuclear.

Hadja Lahbib, Comissária de Preparação e Gestão de Crises da UE, veio dizer, com muito jeitinho, que a malta precisa é de uma aspirina para combater um qualquer terrível cancro. Ou, continuando a falar em termos figurativos, que não precisamos de um guarda-chuva, quando a dita chuva, cai impiedosa. Precisamos sim de um toalhete para limpar a face molhada. Disse ainda que, figurativa e decididamente, não precisamos de um abrigo, mas sim de uns pensos e umas sulfamidas, para parar o sangue.

Ou eu, infeliz cidadão, pouco habituado às visões destes atuais iluminados, não estou a compreender nada do que se passa ou está mesmo tudo doido, a dizer e querer fazer coisas de que, bem há pouco tempo, não queriam sequer saber.

É que por cá, numa altura em que as preocupações continuam num caminho miserável e se debruçam até, no cobrar de um valor a qualquer cidadão que ande para aí a correr, as hipóteses de escapar a qualquer bomba nuclear ou não, são quase nulas pois os (i)responsáveis penalizam até quem melhor pode “dar à sola” para escapar ao que lhes pode cair sobre a cabeça. O que não é, convenhamos, para admirar.

Para admirar, basta o facto de que, os mesmos que durante anos a fio, não se preocuparam minimamente com a segurança dos cidadãos, continuarem à frente das instituições que nos impõem agora, seja o que fôr. Até a maneira ridícula de como proceder.

Que os cidadãos nacionais se “desenrasquem”, pois, com esta gente, tanto dá chover chuva, como outra coisa qualquer, desde que não caia em cima deles.

Lembro para terminar “a história da minha ida à guerra de 1908”, original do espanhol Miguel Gila, e a quem Raul Solnado deu, com a sua ironia, eterna vida.

Se hoje vivesse, por certo não se esqueceria das cuecas e dos sutiâs, dos tanques velhos que tínhamos a apodrecer por Santa Margarida, que disparavam balas atadas por uma guita, que a malta e por uma questão de poupança, depois puxava para recuperar a bala. Da ruinosa compra dos helicópteros Kamov por António Costa, agora Presidente do Conselho Europeu, e que por aqui foram utilizados nos incêndios com duvidosa eficiência. E, claro está, do seu ridículo envio para a Ucrânia nas condições e demora que envolveram estas “preciosas entregas” de ajuda em material.

Destes Kits, Raul Solnado faria, com certeza, uma rábula ainda melhor. Nela, contaria aos portugueses a história da forreta e indecorosa “ajuda” nacional dos governos socialista e social-democrata, nesta selvagem e continuada invasão da Ucrânia pela Federação Russa.

Que só não envergonhou os portugueses conscientes.

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