Khan, que fundou o Pakistan Tehreek-e-Insaf (PTI, Movimento Paquistanês pela Justiça), está a cumprir várias penas de prisão depois de ter sido condenado em diferentes processos que os apoiantes consideram uma farsa judicial.
“Temendo o protesto do PTI, o governo [da província] do Punjab começou a prender os funcionários do partido, caindo na loucura ao invadir as suas residências a altas horas da noite sem mandados”, acusou o porta-voz do PTI, Zulfikar Bukhari.
De acordo com Bukhari, cerca de 150 militantes foram detidos só na cidade de Lahore, a principal da província do centro-leste do país.
“O seu crime? Ousar anunciar um protesto que ainda não aconteceu. Isso não é lei, é tirania”, afirmou, segundo a agência de notícias espanhola EFE.
A oposição convocou os protestos para assinalar na terça-feira o segundo aniversário da prisão de Khan, uma estrela internacional do críquete que chefiou o Governo paquistanês entre 2008 e 2012.
O antigo primeiro-ministro foi condenado em vários processos, incluindo a uma pena de 10 anos de prisão por fuga de segredos de Estado e uma pena de 14 anos por corrupção na venda de presentes de Estado.
Além das penas de prisão, ficou proibido de exercer cargos públicos.
Khan, 72 anos, natural de Lahore, continua a ser considerado o líder político mais popular do Paquistão, segundo a EFE.
Após a primeira detenção de Khan, em maio de 2023, eclodiu uma onda de violência que culminou em ataques a instalações militares.
Em resposta, o Estado lançou uma forte repressão contra o PTI, com a detenção de milhares de apoiantes de grande parte de elementos da direção.
Muitos dos membros do PTI foram pressionados a abandonar o partido e o golpe final ocorreu antes das eleições, quando uma decisão judicial desmantelou de facto a estrutura como uma formação partidária nacional.
“O poder judicial deixou de ser independente e é influenciado pelo poder executivo”, declarou o porta-voz da aliança da oposição, Asad Qaiser, na semana passada.
A nova escalada de tensão aumenta a incerteza sobre a estabilidade da potência nuclear asiática.
O Paquistão, com cerca de 255 milhões de habitantes, encontra-se mergulhado numa grave crise económica e esteve recentemente envolvido num conflito armado com a vizinha Índia por causa de disputas sobre Caxemira.