A Polícia de Warwickshire está a ser acusada de encobrir o estatuto migratório de dois cidadãos afegãos suspeitos de crimes sexuais contra uma menor de 12 anos, na cidade de Nuneaton. Ahmad Mulakhil e Mohammad Kabir, ambos com 23 anos, foram formalmente acusados de violação, sequestro e estrangulamento. Os dois deverão comparecer em tribunal no próximo dia 23 de agosto.
A polémica ganhou força após declarações de George Finch, vereador local pelo Reform UK, que criticou as autoridades por alegadamente não informarem os residentes sobre a origem dos suspeitos. A polícia confirmou que não divulgará publicamente o estatuto migratório dos acusados, apesar de já o ter partilhado, em privado, com o político.
Segundo o jornal La Gaceta, o chefe da polícia de Warwickshire, Alex Franklin-Smith, justificou a decisão com base nas diretrizes nacionais em vigor, sublinhando que essas informações serão reveladas durante o processo judicial. No entanto, reconheceu que, pelo menos, um dos homens é requerente de asilo, tendo já solicitado ao Ministério do Interior a confirmação oficial do estatuto de ambos.
O caso provocou uma onda de indignação pública e reacendeu o debate sobre a transparência das forças de segurança, sobretudo em situações que envolvem imigrantes ilegais ou requerentes de asilo. De acordo com o mesmo jornal espanhol, não existe atualmente uma norma clara que obrigue à divulgação da nacionalidade ou da situação legal dos suspeitos.
A ministra do Interior, Yvette Cooper, garantiu que está a acelerar a revisão das diretrizes aplicáveis, com o objetivo de assegurar “mais transparência”. A Comissão Jurídica deverá apresentar novas propostas no outono, o que poderá adiar qualquer eventual alteração legislativa até ao final do ano.