“Lisboetas, chegou o tempo da verdade. A nossa cidade foi capturada por décadas de má governação do PS do PSD. Sempre os mesmos rostos, os mesmos interesses, as mesmas promessas que nunca saem do papel. Lisboa está cansada da estagnação, da propaganda e dos favores. Lisboa pede coragem e é essa coragem que vos apresentamos neste programa eleitoral”, afirmou o cabeça de lista do CHEGA, Bruno Mascarenhas.
Numa sala de um hotel em Lisboa, com cerca de 100 apoiantes, a maioria candidatos nas listas do partido aos órgãos municipais da capital, inclusive às 24 juntas de freguesia, Bruno Mascarenhas sublinhou que o seu programa às autárquicas do dia 12 é feito para os lisboetas e “não para os lóbis”.
A oito dias do veredicto final, o candidato e atual deputado municipal justificou a apresentação tardia do programa com o risco de ver copiadas “uma série de ideias”, ressalvando que as medidas mais emblemáticas já tinham sido anunciadas.
Questionado sobre um possível acordo de governação, em particular se a candidatura PSD/CDS-PP/IL vencer as eleições, Bruno Mascarenhas afirmou que “está fora de questão”, reforçando que “o CHEGA ou ganha as eleições ou será a oposição”.
Sob o lema “Defender Lisboa”, o programa do partido – que não tem atualmente representação no executivo municipal – começa pela segurança, para dar resposta a uma cidade “menos segura, com bairros entregues a redes criminosas, ocupações ilegais e uma Polícia Municipal sem meios”, propondo mais 300 novos agentes até 2027, novas câmaras de videovigilância, equipas rápidas que atuem em 48 horas contra ocupações ilegais e melhor iluminação pública.
Na habitação, o partido promete 4.500 novas casas acessíveis, assegurar “rendas justas” com T2 até 700 euros/mês, “reabilitar os cerca de 1.000 fogos devolutos” e transformar metade dos inquilinos municipais em proprietários, prevendo programas especiais de financiamento que envolvam o setor bancário e estabelecendo que os contratos de compra e venda “às famílias portuguesas” não devem restringir a possibilidade de alienarem os imóveis.
Quanto à imigração, o CHEGA sugere a criação de uma unidade municipal de controlo migratório e um centro de instalação temporária, assim como “dar prioridade absoluta aos portugueses nos apoios municipais e aplicar tolerância zero às redes ilegais”, esperando a diminuição da imigração ilegal na capital em “pelo menos 50% até 2029” e a “redução da criminalidade organizada ligada a redes internacionais”.
“Pretendemos fazer uma auditoria a todos os apoios sociais concedidos nos últimos quatro anos. Solidariedade sim, abuso nunca”, defende, propondo ainda auditar todas as empresas municipais, no âmbito do combate à corrupção e para “pôr fim à nomeação de ‘boys’ partidários”.
O programa tem ainda medidas na mobilidade, inclusive reorganizar a rede da Carris. No urbanismo promete-se acabar com “derrapagens milionárias e burocracia sufocante”, na higiene urbana ter 75 novos ecopontos em quatro anos, na saúde disponibilizar unidades móveis em todos os bairros e criar uma equipa dedicada a vítimas da violência doméstica, na educação garantir “creches gratuitas para todas as crianças portuguesas”, e na inovação e tecnologia apostar na digitalização e garantir ‘wi-fi’ gratuito em toda a cidade.
Bruno Mascarenhas propõe ainda resgatar a feira popular no Parque Papa Francisco, local onde sugere também um parque desportivo e uma parte ligada à “cidade do rock”.
Além do CHEGA, concorrem à presidência da Câmara de Lisboa Carlos Moedas, atual presidente (PSD/CDS-PP/IL), Alexandra Leitão (PS/Livre/BE/PAN), João Ferreira (CDU-PCP/PEV), Ossanda Líber (Nova Direita), José Almeida (Volt), Adelaide Ferreira (ADN), Tomaz Ponce Dentinho (PPM/PTP) e Luís Mendes (RIR).