“Estamos, neste momento, com 88 detenções, tudo incêndios dolosos, que é a nossa competência legal. Dessas 88 detenções, temos 57 indivíduos com medidas preventivas de liberdade, que é um número significativo, da ordem dos 65%”, disse aos jornalistas Avelino Lima, responsável nacional do Gabinete Permanente de Acompanhamento e Apoio (GPAA) aos incêndios florestais da PJ.
“É um recorde em toda a nossa história”, acrescentou, notando que este ano o número de ignições foi mais baixo do que noutros anos.
Em declarações à margem da conferência “Incêndios Florestais, Conhecer para Combater”, inserida nas comemorações dos 80 anos da Polícia Judiciária e que decorre durante o dia de hoje em Coimbra, o também diretor da Diretoria do Centro de PJ frisou que os dados disponíveis até ao momento são demonstrativos do trabalho de investigação que tem sido realizado, em colaboração com outras entidades, em particular com a GNR.
Por outro lado, o número de grupos de trabalho sob alçada da PJ, que aumentou de dois para cinco, “ajuda-nos a produzir uma prova mais cabal, mais demonstrativa da responsabilidade do autor [dos incêndios florestais]”, explicou.
“E a autoridade judiciária, como é óbvio, com uma prova mais fortificada, não tem qualquer dificuldade — considerando o tipo de crime, o tipo de perigo que se coloca, os danos para a comunidade — em colocar estes indivíduos em prisão preventiva e poucos, alguns, em prisão domiciliária”, enfatizou Avelino Lima.
O responsável do GPAA vincou ainda outro dado, que também constitui um recorde, que é o número de mulheres detidas (18 em 88) por crime de incêndio florestal, bem como um conjunto de pessoas “bastante seniores, com idades bastante avançadas e por ações dolosas inequívocas”.