Temperatura ultrapassa 1,5 graus numa década em todos os cenários contemplados pela AIE

O aumento da temperatura global vai ultrapassar o objetivo de 1,5 graus centígrados no máximo numa década em todos os cenários contemplados pela Agência Internacional de Energia (AIE), relatório anual de perspetivas energéticas globais, hoje publicado.

© D.R.

A AIE alerta que se está a tornar mais difícil cumprir a meta de emissões líquidas zero para 2050.

No relatório anual de perspetivas energéticas globais, a AIE constata que “o mundo não está a caminho de cumprir os objetivos climáticos acordados internacionalmente e enfrenta uma série de condições económicas e geopolíticas difíceis”.

É uma forma de indicar que as coisas não resultaram, que a trajetória das emissões de carbono está cada vez mais distante do cenário de zero emissões líquidas até meados do século e que as contribuições feitas pelos países estão aquém da ambição necessária.

Os autores do relatório apontam que, em 2024, o aquecimento em relação à era pré-industrial foi de 1,4 graus e que nos três cenários com os quais trabalharam, o nível de 1,5 graus será superado por volta de 2030.

Se as políticas atuais fossem mantidas, o aumento seria superior a 2 graus até 2050, atingiria 2,9 graus em 2100 e continuaria a subir a partir daí.

Com as políticas anunciadas pelos governos, que em muitos casos implicam mudanças, o aumento de dois graus seria alcançado por volta de 2060 e chegaríamos ao final do século com um acréscimo de 2,5 graus.

Caso a neutralidade de carbono seja alcançada até 2050, o aquecimento atingiria o seu pico nessa época, com cerca de 1,65 graus adicionais, e a partir daí poderia ser reduzido removendo parte do dióxido de carbono da atmosfera para limitar esse aquecimento a menos de 1,5 graus até 2100.

No entanto, a AIE reconhece que há alguma incerteza sobre como a Terra pode reagir a futuras emissões e a um aumento da temperatura, o que, a seu ver, sublinha a importância de limitar os riscos de cenários extremos.

Porque, por exemplo, há 5% de probabilidade de que o aumento da temperatura seja superior a 4 graus até 2100 se as políticas atuais forem mantidas.

Últimas do Mundo

O antigo primeiro-ministro malaio Najib Razak foi hoje condenado a 15 anos de prisão por corrupção no fundo de investimento estatal 1Malaysia Development Berhad (1MDB).
A Comissão Europeia aprovou o pedido do Governo português para reprogramar os fundos europeus do PT2030, bem como dos programas operacionais regionais do atual quadro comunitário de apoio.
A autoridade da concorrência italiana aplicou esta terça-feira uma multa de 255,8 milhões de euros à companhia aérea de baixo custo irlandesa Ryanair por abuso de posição dominante, considerando que impediu a compra de voos pelas agências de viagens.
A Amazon anunciou ter bloqueado mais de 1.800 candidaturas suspeitas de estarem ligadas à Coreia do Norte, quando crescem acusações de que Pyongyang utiliza profissionais de informática para contornar sanções e financiar o programa de armamento.
Os presumíveis autores do ataque terrorista de 14 de dezembro em Sydney lançaram explosivos que não chegaram a detonar durante o ataque na praia de Bondi, onde morreram 16 pessoas, incluindo um dos agressores, segundo documentos revelados hoje.
Milhares de pessoas traficadas para centros de burlas no Sudeste Asiático sofrem tortura e são forçados a enganar outras em todo o mundo, numa indústria multimilionária de escravidão moderna. À Lusa, sobreviventes e associações testemunharam a violência.
O Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) alertou para o aumento das infeções sexualmente transmissíveis entre jovens, particularmente a gonorreia, e defendeu que a educação sobre esta matéria em contexto escolar é crucial.
A Polícia Judiciária (PJ) está a colaborar com a investigação norte-americana ao homicídio do físico português Nuno Loureiro, estando em contacto com as autoridades e “a prestar todo o suporte necessário às investigações em curso”.
Uma celebração judaica transformou-se num cenário de terror na praia de Bondi, em Sydney. Pai e filho abriram fogo sobre centenas de pessoas, provocando pelo menos 15 mortos e mais de 40 feridos.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) alertou hoje que uma em cada dez crianças no mundo vai precisar de ajuda no próximo ano, com o Sudão e Gaza a registarem as piores emergências infantis.