Uma megaoperação do Ministério Público, apoiada por equipas especializadas da Polícia Judiciária e por magistrados do Tribunal Central, entrou esta terça-feira nas instalações da TAP para investigar suspeitas de crimes relacionados com o processo de privatização da companhia aérea em 2015, avança a SIC Notícias.
Em causa estão indícios de oferta e recebimento indevido de vantagem, burla qualificada e participação económica em negócio, suspeitas que, a confirmarem-se, poderão reabrir um dos capítulos mais controversos da aviação portuguesa. Confrontada pela SIC Notícias, a TAP manteve a postura de reserva: “não comenta processos judiciais”, assegurando, contudo, “total colaboração com as autoridades”.
O inquérito teve origem no DCIAP, em outubro de 2022, após uma denúncia do então ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos. Em setembro de 2024, a Inspeção-Geral de Finanças reforçou o caso com um parecer que identifica possíveis irregularidades de natureza criminal.
A privatização da TAP, conduzida durante o Governo de Pedro Passos Coelho, regressa assim ao centro do debate público e judicial, num processo que poderá acrescentar novos contornos a uma história já marcada por polémica, suspeitas e sucessivos embates políticos.