Esta reunião do órgão de direção alargada dos socialistas está marcada para as 21:00, já depois do Conselho de Estado e, muito provavelmente, da comunicação ao país do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sobre a solução para a crise política aberta com a demissão do primeiro-ministro na terça-feira.
Na quarta-feira, o presidente do PS, Carlos César, defendeu perante o Presidente da República a nomeação de outro primeiro-ministro para chefiar um novo Governo apoiado pela atual maioria parlamentar socialista, considerando que essa “é a solução preferencial”.
“Não me podem incluir nesse lote, mas o PS considera que tem soluções que pode apresentar ao senhor Presidente da República para dirigir um novo Governo”, acrescentou.
O presidente do PS transmitiu também ao Presidente da República que o processo de substituição da liderança do partido só permitiria eleições legislativas em “meados de março” e vincou a importância da aprovação da proposta de Orçamento do Estado para 2024.
“Mesmo num quadro em que o Presidente da República decida pela antecipação de eleições, é muito importante para o país ter o Orçamento do Estado aprovado. Qualquer solução dessa natureza não deve colocar em perigo a existência desse instrumento, fundamental para a capacidade do Governo e dos interesses do país”, defendeu.
O presidente do PS comunicou ainda a Marcelo Rebelo de Sousa a cronologia dos procedimentos internos necessários para o partido substituir o seu secretário-geral.
No caso de existirem eleições antecipadas”, o PS indicou a Marcelo Rebelo de Sousa que estas se deveriam realizar “em meados de março” para permitir aos socialistas cumprir todos os procedimentos internos.
Na quarta-feira, em declarações à agência Lusa, o ex-dirigente socialista Francisco Assis defendeu que os mais altos responsáveis do PS devem entender-se em torno de uma nova liderança “agregadora”, de unidade e “sem medo” de enfrentar eleições legislativas antecipadas.
“Nas presentes circunstâncias políticas pede-se aos mais altos responsáveis do PS que tudo façam para que haja um entendimento em torno de uma candidatura à liderança do partido. O PS não deve ter medo de enfrentar eleições antecipadas e deve unir-se em torno de uma nova liderança agregadora e combativa”, sustentou Francisco Assis.
Na mesma declaração à agência Lusa, Francisco Assis advertiu que o país vive “um tempo excecional que reclama um especial sentido de responsabilidade individual e coletiva”.
“Não podemos passar a ideia de que estamos agarrados ao poder e com receio do voto popular. O PS é um grande partido democrático e tem todas as condições para enfrentar com sucesso os desafios do futuro”, acrescentou.