Robert F. Kennedy Jr. vai repensar papel dos EUA na NATO se chegar à Casa Branca

Se bater Joe Biden e Donald Trump e chegar à Casa Branca, Robert F. Kennedy Jr. irá repensar o papel dos Estados Unido na NATO, disse o candidato independente à margem de um comício de campanha em Los Angeles.

© Facebook de Robert F. Kennedy Jr.

 

“Sou contra a expansão da NATO”, afirmou RFK Jr. em resposta a uma pergunta da Lusa sobre a Organização do Tratado do Atlântico Norte, que aumentou o número de membros com a entrada da Finlândia e da Suécia.

“Vou repensar a NATO e torná-la num instrumento de paz, em vez de um instrumento de guerra”, continuou o candidato. “Penso que a expansão da NATO é um dos fatores que levou à guerra na Ucrânia”.

Kennedy Jr. referiu as bases da NATO na Polónia e Roménia como ameaças precursoras do conflito e relembrou um dos casos mais controversos da presidência do seu tio, o Presidente John F. Kennedy, na crise dos mísseis em Cuba.

“Em 1962, quase entrámos em guerra porque os russos colocaram armas nucleares à porta da nossa fronteira, em Cuba”, afirmou. “O meu tio sempre disse que se queremos paz temos de nos pôr nos sapatos do adversário e penso que devemos fazer isso”, considerou.

Em matéria de política externa, Robert F. Kennedy Jr. também criticou a forma como a administração Biden está a lidar com o conflito Israel-Hamas e considerou que é preciso isolar o grupo terrorista em vez de criticar Israel.

“Biden não fez um bom trabalho a mobilizar a comunidade internacional para ajudar a resolver o problema do Hamas”, disse o candidato em declarações aos jornalistas. “O Conselho de Segurança [das Nações Unidas] até hoje não condenou o ataque de 07 de outubro”, apontou.

RFK Jr. sugeriu que Biden poderia falar ao telefone com líderes como Vladimir Putin e Xi Jinping para isolar o Hamas na comunidade internacional. “Em vez disso, isolaram Israel e não lhe deram outra escolha que não usar poder militar”, apontou.

O candidato ressalvou que é “favorável” à ajuda humanitária e lamentou a situação trágica que se vive em Gaza. “Vejo o que está a acontecer às crianças e penso que todo o mundo está de coração partido por causa disso”, afirmou. “Mas não devemos estar a apontar o dedo a Israel quando o culpado é o Hamas”, declarou.

Robert F. Kennedy Jr. abandonou o partido democrata em 2023 e candidatou-se à presidência como independente. Várias sondagens nacionais atribuem-lhe entre 12% e 14% das intenções de voto, percentagens anormalmente elevadas para um candidato alternativo aos dos partidos democrata e republicano.

O reconhecimento do apelido, herdeiro de uma das maiores famílias políticas dos Estados Unidos, tem contribuído para o bom desempenho nas sondagens, embora o candidato ainda não tenha garantido que o seu nome aparecerá nos boletins de voto na maioria dos estados.

O evento em Los Angeles marcou o lançamento da iniciativa “Viva Kennedy 24”, virada para o apelo ao voto do eleitorado hispânico.

Últimas de Política Internacional

A lusodescendente e senadora republicana de Rhode Island, Jessica de la Cruz, espera que o seu partido "não desperdice a oportunidade” gerada pela vitória de Donald Trump, admitindo à Lusa ansiar pela redução governamental prometida pelo Presidente eleito.
A Alemanha e a França sinalizaram hoje que tomaram nota dos mandados de detenção do Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o primeiro-ministro israelita e o seu ex-ministro da Defesa, mas sem indicarem se os aplicarão.
O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu hoje mandados de captura para o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, e o chefe do braço militar do Hamas, Mohammed Deif.
A Comissão Europeia adotou hoje um conjunto de diretrizes para melhorar os direitos das pessoas com deficiências e para ajudar na promoção de um estilo de vida independente, com integração nas comunidades.
O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros anunciou hoje que a embaixada de Portugal em Kiev encerrou “temporariamente e por alguns dias”, mas salientou que tal já aconteceu por várias vezes durante a guerra da Ucrânia.
A embaixada dos Estados Unidos em Kiev vai encerrar depois de ter sido alertada para um "possível ataque aéreo significativo" contra a Ucrânia, após Moscovo ter ameaçado responder ao uso de mísseis norte-americanos de longo alcance contra território russo.
O parlamento ucraniano aprovou hoje o orçamento para 2025, no qual 60% da despesa (50 mil milhões de euros) serão consagrados à defesa e à segurança nacional, para combater a invasão russa e suas consequências, anunciou o Governo.
O Presidente russo, Vladimir Putin, assinou hoje o decreto que alarga a possibilidade de utilização de armas nucleares, depois de os Estados Unidos terem autorizado Kiev a atacar solo russo com os mísseis de longo alcance.
Os ministros da Agricultura e Pescas da União Europeia (UE) reúnem-se hoje, em Bruxelas, com um primeiro debate sobre as possibilidades de pesca para 2025 na agenda.
O Conselho da UE e o Parlamento Europeu chegaram hoje a acordo para o orçamento de 2025 no valor de quase 192,8 mil milhões de euros em compromissos, 1,78% acima do de 2024, disseram as instituições em comunicados.