Reeleição de Von der Leyen bem encaminhada, mas depende de novo Parlamento Europeu

A reeleição de Ursula von der Leyen à frente da Comissão Europeia está “bem encaminhada” segundo fontes próximas da atual presidente da instituição, que admitem porém que a aprovação depende da composição do novo Parlamento Europeu (PE).

© Facebook/comissão europeia

A menos de 50 dias das eleições europeias, marcadas para 06 a 09 de junho próximo, fontes próximas da ‘Spitzenkandidat’ (cabeça de lista) do Partido Popular Europeu ao sufrágio dizem à Lusa estar “bem encaminhada” a escolha pelos líderes da UE (no Conselho Europeu) do nome de Ursula von der Leyen.

Apesar de o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, se ter vindo a manifestar contra a reeleição de Ursula von der Leyen pelos diferendos entre Bruxelas e Budapeste em torno da violação do Estado de direito e a consequente suspensão de verbas comunitárias, não é um eventual veto húngaro que preocupa as fontes próximas da candidata, mas sim a esperada fragmentação do PE pós-eleições.

É o PE que tem de aprovar, após proposta do Conselho Europeu, o novo presidente da Comissão por maioria absoluta (metade de todos os eurodeputados mais um), com Ursula von der Leyen a ter de obter ‘luz verde’ de pelo menos 361 parlamentares (num total de 720 lugares).

Enquanto primeira mulher na presidência da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen foi aprovada pelo PE em julho de 2019 com 383 votos a favor, 327 contra e 22 abstenções, numa votação renhida.

Com aquela que se prevê ser uma maior fragmentação partidária, nomeadamente pela ascensão da direita radical, a responsável terá agora de ‘convencer’ os vários partidos de que é merecedora de um segundo mandato à frente do executivo comunitário, de acordo com as fontes ouvidas pela Lusa.

Para tal, segundo as mesmas fontes, Ursula von der Leyen pretende fazer uma campanha ativa e interagir com os partidos nacionais – para os quais os eleitores votam nas eleições europeias –, com vista a contar com o seu apoio.

Na próxima semana, decorre a última sessão plenária desta legislatura do PE, com os trabalhos a serem retomados a 16 de julho, quando a nova assembleia europeia toma posse e se realiza a primeira reunião do novo mandato.

Também para essa altura está prevista a escolha do novo presidente da Comissão Europeia, numa discussão política para os lugares de topo da UE que tem em conta o resultado das eleições e também o equilíbrio geográfico e de género.

No que toca aos lugares de topo na UE, a discussão no verão vai ainda assentar sobre a escolha do novo presidente do Conselho Europeu, cargo que se espera que seja ocupado por um socialista, com dois nomes a serem mais ouvidos em Bruxelas: o do ex-primeiro-ministro português, António Costa, e o do chefe de governo espanhol, Pedro Sánchez.

Embora as fontes ouvidas pela Lusa considerem ser muito cedo no processo, consideram que Costa ainda tem chances na ‘corrida’, nomeadamente depois de, há dias, o Tribunal da Relação de Lisboa ter anunciado não ter encontrado indício de crimes na Operação Influencer e que as suspeitas que recaem sobre o ex-primeiro ministro se baseiam em especulações.

No início de março, o PPE elegeu Ursula von der Leyen, como sua cabeça de lista nestas eleições europeias. Ursula von der Leyen não foi ‘Spitzenkandidat’ do partido em 2019.

Atualmente, o PE é composto por sete grupos políticos, sendo o PPE o maior deles, seguido pela Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas, a bancada do Partido dos Socialistas Europeus (PES, na sigla inglesa).

Pelo PES, o atual comissário europeu luxemburguês do Emprego e Direitos Sociais, Nicolas Schmit, foi nomeado ‘Spitzenkandidat’ da família política socialista.

A figura dos candidatos principais – no termo alemão ‘Spitzenkandidat’ – surgiu nas eleições europeias de 2014, com os maiores partidos europeus a apresentarem as suas escolhas para futuro presidente da Comissão.

De seguida, em 2019, tentou-se aplicar novamente este modelo, mas, por desacordo entre os grupos políticos, estes candidatos principais não ocuparam os altos cargos europeus, razão pela qual se optou por Von der Leyen apesar de esta não ter sido cabeça de lista do PPE nesse ano.

Últimas de Política Internacional

As autoridades turcas detiveram hoje 234 pessoas suspeitas de pertencerem a redes de crime organizado, numa grande operação policial de âmbito internacional, foi hoje anunciado.
A União Europeia (UE) quer reforçar o controlo e a responsabilização do comércio internacional de armas, após os 27 terem aprovado hoje uma revisão do quadro sobre esta matéria, motivada pela entrega de armas à Ucrânia.
A Alta-Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiro defendeu hoje que é preciso a Rússia seja pressionada para aceitar as condições do cessar-fogo, recordando que a Ucrânia está a aguardar há um mês pela decisão de Moscovo.
O presidente em exercício do Equador, o milionário Daniel Noboa, foi declarado vencedor da segunda volta das eleições de domingo pela autoridade eleitoral do país, derrotando a rival de esquerda, Luisa González.
O Governo moçambicano admitiu hoje pagar três milhões de dólares (2,6 milhões de euros) à euroAtlantic, pela rescisão do contrato com a estatal Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), mas abaixo da indemnização exigida pela companhia portuguesa.
O presidente da Ucrânia pediu uma "resposta forte do mundo" ao ataque com mísseis balísticos na manhã de hoje contra a cidade de Soumy, no nordeste da Ucrânia, que terá causado mais de 20 mortos.
O líder venezuelano Nicolas Maduro vai visitar Moscovo no próximo mês para participar nas comemorações do Dia da Vitória sobre a Alemanha nazi, que se celebra tradicionalmente a 9 de maio, confirmou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros russo.
Os países que apoiam a Ucrânia na defesa do território ocupado por tropas russas comprometeram-se hoje com mais 21.000 milhões de euros para apoiar o país, durante uma reunião do Grupo de Contacto.
As autoridades italianas transferiram hoje o primeiro grupo de imigrantes em situação irregular para os polémicos centros de deportação na Albânia, transformados em estruturas de repatriamento de requerentes de asilo já com ordem de expulsão de Itália.
A inflação na Venezuela fixou-se em 136% em março, em termos anuais, anunciou o Observatório Venezuelano de Finanças (OVF).