As candidaturas foram entregues até 15 de abril e, no dia 22, o presidente da Comarca da Madeira exarou o despacho a admitir todas as listas.
Foi também efetuado o sorteio da ordem no boletim de voto do único círculo regional, no qual o Alternativa Democrática Nacional (ADN) surge em primeiro lugar.
Seguem-se o Bloco de Esquerda (BE), o Partido Socialista (PS), o Livre (L), a Iniciativa Liberal (IL), o Reagir, Incluir, Reciclar (RIR), a CDU — Coligação Democrática Unitária (PCP/PEV), o CHEGA (CH), o CDS — Partido Popular (CDS-PP), o Partido da Terra (MPT), o Partido Social-Democrata (PPD/PSD), o Pessoas-Animais-Natureza (PAN), o Partido Trabalhista Português (PTP) e o Juntos Pelo Povo (JPP).
O PSD, partido que governa a Madeira há quase cinco décadas, rompeu a coligação que tinha com o CDS (presente no executivo nos dois últimos mandatos) e os dois partidos vão concorrer com listas próprias. Assim, a CDU é a única coligação repetente.
A maioria das candidaturas repete os cabeças de lista: Miguel Pita (ADN), Roberto Almada (BE), Nuno Morna (IL), Edgar Silva (CDU), Miguel Castro (CH), Válter Rodrigues (MPT), Miguel Albuquerque, presidente demissionário do executivo madeirense (PSD), Mónica Freitas (PAN) e Élvio Sousa (JPP).
O PS e o CDS-PP apostam nos seus líderes regionais, cargos agora desempenhados por Paulo Cafôfo e José Manuel Rodrigues (presidente do parlamento regional nos dois últimos mandatos), respetivamente.
A ex-deputada Raquel Coelho regressa ao topo da lista do PTP, Liana Reis é a cabeça de lista do RIR e o Livre estreia Marta Sofia.
O ADN pretende melhorar o resultado eleitoral que obteve há sete meses, quando ficou “aquém das expectativas”, sem conseguir representação no parlamento, e quer contribuir para impedir a maioria absoluta do PSD.
Quanto ao BE, que regressou à assembleia nas legislativas de setembro de 2023, vai trabalhar para reforçar a sua representação, considerando que não conseguiu “apresentar metade das suas propostas”.
No caso do PS, que sempre ocupou o lugar de maior partido da oposição madeirense, assume-se como “a única alternativa” para a presidência do Governo Regional e diz que o PSD está “a cair podre, amarrado, preso a uma teia de interesses”.
Já o Livre declara que “o foco é tentar lutar por um grupo parlamentar” e defende ser preciso “gente livre no parlamento regional”.
A IL, que se estreou na Assembleia Legislativa nesta legislatura interrompida, ao eleger um deputado, concorre tendo por objetivo “crescer, consolidar, fazer com que o liberalismo fique cada vez mais implantado na Madeira”, enquanto o RIR vai para este sufrágio com a meta de obter um assento, sob o lema de campanha “Reagir pela Madeira”.
A CDU, que manteve um deputado único nas últimas duas legislaturas, apresenta-se “como a força de combate à exploração, às injustiças sociais”, e o CDS-PP está focado em ser “um porto seguro” para os descontentes e desiludidos com outras forças políticas.
Por sua vez, o MPT quer defender os madeirenses em áreas que considera “fundamentais”, como o combate à corrupção e a criação de melhores condições sociais, ao nível de educação, saúde e acesso à habitação, sobretudo para os casais jovens.
Pelo PSD, Miguel Albuquerque – que se demitiu depois de ser constituído arguido numa investigação judicial relacionada com indícios de corrupção – está apostado em alcançar a maioria absoluta que perdeu em 2019 e não coloca “linhas vermelhas” a nenhum partido para atingir esse objetivo.
O PAN, que regressou ao parlamento em 2023 ao eleger uma deputada – Mónica Freitas, com quem o PSD celebrou um acordo de incidência parlamentar e que retirou a confiança política a Albuquerque após ser conhecido o processo judicial -, espera manter o lugar para “dar continuidade ao trabalho” desenvolvido.
Depois de já ter tido grupo parlamentar com três assentos, o PTP quer regressar ao hemiciclo, considerando ser necessário uma “voz para denunciar a corrupção, para defender o Orçamento Regional, impedir que os grandes negócios ruinosos sejam concretizados”.
O JPP, partido que surgiu de um movimento de cidadãos e que viu o seu grupo parlamentar reforçado — tem cinco deputados -, assumiu ter uma política de fiscalização aos atos dos responsáveis públicos e estabeleceu como meta travar o “descalabro” do executivo madeirense.
As antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter dissolvido o parlamento, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando Albuquerque foi constituído arguido e se demitiu. O executivo tem estado desde então em gestão.
Entre os 47 mandatos atribuídos no ano passado, a coligação PSD/CDS-PP conseguiu 23, o PS elegeu 11, o JPP cinco e o CHEGA quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN e o BE elegeram um deputado cada.