Residências estudantis poderiam ser fator importante na integração dos novos alunos

Estudantes e responsáveis das instituições de ensino superior entendem que as residências estudantis poderiam ser um fator importante na integração dos novos alunos, mas o número de camas disponíveis não chega sequer para os mais carenciados.

© Técnico Lisboa

 

A ideia foi lançada pelo próprio ministro da Educação, Ciência e Inovação em julho, quando, numa audição no parlamento, defendeu que o reforço da capacidade deveria ser uma prioridade das instituições, até pelo papel que desempenham na integração, e deu até o exemplo de países onde os estudantes são obrigados a viver no ‘campus’, pelo menos, no primeiro ano do curso.

“Ainda estamos longe de lá chegar, mas sem dúvida que as residências são um aspeto importante”, refere Luís Castro, vice-reitor da Universidade de Lisboa.

Até ao final do ano, o Ministério da Educação, Ciência e Inovação estima que o número de camas em residências públicas chegue às 17 mil, no âmbito do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior (PNAES), uma capacidade insuficiente para receber os mais de 100 mil estudantes deslocados.

Ainda assim, Luís Castro concorda que viver numa residência estudantil pode ser um fator importante no sucesso académico dos estudantes deslocados e, em particular, para os alunos mais carenciados.

“O modelo mais residencial que existe noutros países poderia ser uma ajuda, particularmente na questão da intervenção”, refere também o pró-reitor para a Inovação Pedagógica da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), José Cravino, que coordena o Observatório Permanente do Abandono e Promoção do Sucesso Escolar da universidade.

No caso particular da UTAD, o responsável refere a elevada percentagem de estudantes deslocados, para quem o alojamento é uma das principais dificuldades.

A posição é partilhada pelo presidente da Federação Académica do Porto que, apesar de nunca ter vivido numa residência estudantil, conhece bem a realidade da residência da própria federação.

Segundo relata Francisco Porto Fernandes, na Academia 24 residem dezenas de estudantes de diferentes instituições de ensino superior da cidade e o ambiente vivido assemelha-se a uma segunda família para jovens que vivem longe de casa.

“Se tiverem condições, as residências são o espaço ideal para os estudantes estarem durante a frequência do ensino superior, porque permite integrarem-se e criar uma segunda família”, disse à Lusa, acrescentando que existe ainda um valor associado à convivência com colegas de diferentes áreas.

Na lista de vantagem, a presidente da Federação Académica de Lisboa refere ainda que existe uma proximidade maior dos serviços académicos da universidade ao estudante, importante na prevenção do abandono escolar.

“Se alojarmos mais estudantes em residências, conseguimos fazer um acompanhamento de forma mais personalizada e entender falhas que levam a que um estudante queira abandonar o ensino superior”, explicou Mariana Barbosa.

A investigadora do ISCTE-IUL Rosário Mauritti tem um entendimento diferente e considera que, além da falta estrutural de camas, o funcionamento de muitas residências públicas é “muito restritivo e acabam por ser uma extensão da academia”.

“A generalidade não assume essa orientação”, refere a investigadora, que tem estudado o tema do alojamento estudantil e é atualmente coordenadora do projeto IN-Iscte, dedicado à redução do abandono.

Em alternativa, esse papel pode e deve ser antes assumido pelas instituições de ensino superior, por exemplo, com a criação de equipas de acompanhamento e de apoio ao estudo, incluindo além dos horários normais de funcionamento dos serviços académicos, uma ideia que diz querer concretizar “muito rapidamente”, no ISCTE-IUL.

Últimas do País

Os nove métodos mais utilizados de burla por telefone foram identificados pela PSP hoje em comunicado, alertando a população para a ocorrência deste tipo de crime.
A investigadora Manuel Manuel Mota considera curto o aumento de 3% no orçamento para a ciência e pede mais ambição no investimento, para se acabar com o “crónico subfinanciamento” e a precariedade “de uma vez por todas”.
Redação, 23 nov 2024 (Lusa) – A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) registou no primeiro semestre deste ano cerca de 15 mil crimes de violência doméstica, um aumento de 2% em relação ao período homólogo de 2023.
O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, acusou hoje o ministro da Educação, Ciência e Inovação de estar a manipular os números relativos aos alunos sem professores, comparando “alhos com bugalhos”.
Cinco mortos e dois feridos graves é o resultado de uma colisão entre dois automóveis ocorrida hoje no Itinerário Principal 2 (IP2), no concelho de Beja, disse à Lusa fonte da Proteção Civil, indicando que a estrada está cortada.
Uma sondagem promovida nas redes sociais pelo Folha Nacional revelou uma posição clara da opinião pública sobre a permanência de políticos arguidos por corrupção no cargo. A questão colocada – "Um político arguido por corrupção deve continuar no cargo?" – recebeu uma resposta unânime: 100% dos participantes afirmaram que não
O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) considerou hoje que a reunião com o INEM "foi muito produtiva" e que em 01 de fevereiro de 2025 haverá um novo protocolo com as regras de transporte de doentes urgentes.
Rúben Oliveira (“Xuxas”) foi hoje condenado a 20 anos de prisão em cúmulo júridico num processo em que estão em causa acusações de tráfico de droga, associação criminosa e branqueamento de capitais.
A Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) alertou hoje para o aumento do número de profissionais em situação ilegal no Serviço Nacional de Saúde e no setor social, onde apenas 4,1% dos dentistas exercem a profissão em hospitais ou centros de saúde.
A Polícia Judiciaria (PJ) recapturou em Trás-os-Montes mais um evadido do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, o português Fernando Ribeiro Ferreira, anunciou a corporação.