Ministro israelita afirma que não haverá Estado palestiniano com Hamas

O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Sa'ar, declarou hoje que a criação de um Estado palestiniano não vai acontecer e que a ofensiva militar na Faixa de Gaza não terminará enquanto o Hamas se mantiver no poder.

@ Facebook de Gideon Saar

“Estabelecer um Estado palestiniano hoje é estabelecer um Estado do Hamas, um Estado ‘jihadista’. Isso não vai acontecer”, afirmou o ministro israelita numa conferência de imprensa.

“Estamos conscientes de que hoje existem países na Europa com grandes populações muçulmanas. Por vezes, isso afeta as políticas dos seus governos. Mas isso não pode nem deve levar Israel ao suicídio. Não permitiremos um Estado terrorista ‘jihadista’ no coração da nossa terra ancestral”, afirmou.

Sa’ar explicou que a pressão diplomática não irá alterar a política do Governo israelita e que “nenhuma força externa fará com que Israel sacrifique a sua segurança”.

Para o ministro israelita, a pressão sobre Israel está a “sabotar” as perspetivas de um acordo de cessar-fogo com o Hamas, levando o grupo islamita a “endurecer a sua posição”.

“A pressão internacional não deve recair sobre Israel. Deve recair sobre o Hamas”, observou, acrescentando que o fim da ofensiva israelita enquanto este grupo se mantiver no poder em Gaza seria uma “tragédia para israelitas e palestinianos”.

Sobre a crise humanitária na Faixa de Gaza e a escassez de alimentos devido ao bloqueio israelita, que levou a ONU a alertar para o grave risco de fome no enclave, o ministro afirmou que “a situação é difícil”.

No entanto, acrescentou que o Governo israelita “está a trabalhar arduamente em circunstâncias muito difíceis, desde o início da guerra até hoje, para facilitar a entrada de ajuda humanitária”.

O ministro negou que Israel esteja a adotar uma “política de fome” em Gaza e atribuiu a responsabilidade da situação no enclave palestiniano ao Hamas.

Israel, segundo Sa’ar, está a facilitar o trabalho de países como os Emirados e a Jordânia, que participaram nos últimos dias em lançamentos aéreos de alimentos para a Faixa de Gaza, e que fará o mesmo com outros que manifestaram interesse, como Marrocos, Alemanha e Itália.

Estes lançamentos aéreos estão a acontecer desde o passado domingo, quando Israel anunciou uma “pausa humanitária” na sua ofensiva militar em algumas zonas de Gaza. Isso não impediu o exército israelita de continuar a atacar a Faixa de Gaza, deixando dezenas de mortos todos os dias [quase 100 este domingo, segundo o Ministério da Saúde de Gaza].

Sa’ar afirmou que Israel estabeleceu “corredores humanitários” através dos quais 200 camiões com ajuda humanitária entraram na Faixa na segunda-feira.

Nos últimos dois meses, acrescentou o ministro, entraram 5.000 camiões, um terço dos 15.000 [cerca de 500 por dia] que as organizações humanitárias consideram necessários para atender as necessidades da população no enclave palestiniano.

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