“Eu acho que isto envergonha o país, sinceramente, isto envergonha o país”, afirmou o líder do CHEGA falando aos jornalistas na Nazaré (distrito de Leiria), à margem de uma ação da campanha para as eleições autárquicas de domingo.
Os cidadãos marroquinos intercetados em agosto no Algarve foram libertados por ter sido ultrapassado o prazo máximo de detenção, continuando a decorrer o processo de afastamento, divulgou o Governo na segunda-feira, alertando para a “falta objetiva de condições jurídicas” nestes casos.
De acordo com um comunicado conjunto dos ministérios da Presidência e da Administração Interna, 37 dos 38 cidadãos marroquinos com entrada ilegal em Portugal, em 08 de agosto, foram libertados dos Centros de Instalação Temporária (CIT) em que se encontravam.
André Ventura considerou que “já não bastava os prazos terem sido ultrapassados, como a Segurança Social está-lhes a pagar a pensão para ficarem e a alimentação que têm”.
O líder do CHEGA defendeu que “isto não dignifica o país, isto é uma abertura ao crime e à desorganização”.
“O que temos agora é estes indivíduos que sinceramente não fazemos ideia de quem são, acabaram de ser postos em liberdade, podem andar por Portugal, por Espanha, por Itália, por onde forem. Isto é um risco de segurança para nós, é um risco de segurança para a Europa, a Europa olha para nós como se fôssemos verdadeiramente tontos em matéria de imigração, e isto é um risco significativo”, sustentou.
O líder do Chega defendeu a necessidade de garantir a expulsão de estrangeiros que cheguem ao país de forma irregular, bem como alterações à “lei do asilo, que não pode ficar dependente de recursos destas pessoas que abusam dos recursos simplesmente para beneficiar da Segurança Social”.
“O Governo só não resolveu este assunto porque não quis. O PS não quis resolver este assunto, mas era uma opção política, este Governo não quis resolver por ineficácia e inoperacionalidade”, criticou.
E disse que há condições no parlamento “para resolver isto”.
“Isto significa que quem entra em Portugal é expulso de forma rápida e quando recorre aguarda lá no paizinho dele, que é assim que muitos bons países fazem, não é como cá, que fica tudo cá, fica tudo cá a comer da Segurança Social, fica tudo cá a receber subsídios e pensões, e depois, uns anos depois, sabe-se qual é a decisão final, quer dizer, é um erro, e o primeiro-ministro só não resolve isto se não quiser”, sublinhou.
Já na Marinha Grande, num pequeno comício na segunda ação de campanha do dia, André Ventura voltou ao tema.
“Nós estamos a dar aos outros o que não temos para nós próprios. Nós não temos saúde em Portugal, nós não temos uma estrutura decente de escolas, as escolas estão degradadas, como é possível de ver em todo o lado, os postos médicos estão num estado de degradação absoluta, mas temos sempre para dar a outros, ou sejam minorias ruidosas ou sejam pessoas que vêm de fora”, afirmou.