Os dados resultam da utilização do videojogo RAYUELA, uma ferramenta pedagógica desenvolvida no âmbito de um projeto europeu, noticiou o Correio da Manhã.
O jogo foi criado para ser usado em contexto escolar e aborda temas como cyberbullying, aliciamento online, phishing, discurso de ódio ou partilha abusiva de conteúdos. Desde o seu lançamento, já chegou a mais de dez mil alunos em mais de 400 escolas do país.
Na apresentação da campanha “Missão Cibersegura”, realizada na Escola Artística do Conservatório de Música de Coimbra, a inspetora Constança Brito, da Unidade de Combate ao Cibercrime, indicou que 5,1% dos jovens assumiram ter adotado comportamentos de agressão online.
O RAYUELA coloca os participantes perante diferentes cenários e decisões que moldam o desenrolar da história, permitindo avaliar a perceção de perigo e os comportamentos digitais dos estudantes.
Os dados recolhidos mostram que 12% dos alunos adotaram atitudes ofensivas em situações simuladas de cyberbullying, ainda que a maioria desses reconhecesse que estava a agir de forma incorreta. Por outro lado, quase 70% apoiaram a vítima nestes cenários.
Segundo a PJ, o phishing continua a ser uma das áreas onde os jovens revelam maior vulnerabilidade. Dos participantes nas sessões, 18% aceitaram pedidos de amizade de desconhecidos e 6,4% enviaram conteúdos íntimos no contexto do jogo.
Durante a sessão, o inspetor Ricardo Vieira apelou aos estudantes para relatarem situações reais quando estas ocorrerem e alertou para a importância de preservar provas. “É essencial saber o que fazer, quem contactar e como guardar informação. Capturas de ecrã e registos são fundamentais para uma investigação.”
A campanha pretende reforçar a literacia digital, promover comportamentos seguros e incentivar o diálogo entre alunos, professores e famílias sobre os riscos associados à Internet.