A Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública disse, na quarta-feira, que o Governo está a “comprar o caminho da contestação social” ao manter a proposta de aumento salarial intercalar em 1% para os funcionários públicos.
O aviso foi deixado pelo líder da Frente Comum, Sebastião Santana, no final de uma reunião com a secretária de Estado da Administração Pública, Inês Ramires, na Presidência do Conselho de Ministros, em Lisboa.
Sebastião Santana acusou o Governo de não evoluir “um milímetro” na sua proposta de aumento intercalar de 1% para a função pública, sublinhando que a inflação “vai continuar a subir” e os trabalhadores “a empobrecer” devido ao aumento do custo de vida.
“Se o caminho que o Governo quer comprar é o da contestação social, não vamos ficar recuados em relação a isso, teremos de avaliar, temos de falar com os trabalhadores, mas o caminho que o Governo está a comprar ao manter uma política de desvalorização é esta”, afirmou Sebastião Santana.
Questionado sobre se a Frente Comum admite fazer uma nova greve nacional, como aconteceu no dia 17 de março, o líder sindical respondeu: “Admitimos tudo”.
Segundo a proposta do Governo, os cerca de 742 mil funcionários públicos terão um aumento salarial intercalar de 1% que deverá ser pago em maio, com retroativos a janeiro.
Este aumento adicional de 1% segue-se às atualizações já atribuídas em janeiro, de 52,11 euros para salários até cerca de 2.600 euros ou de 2% para remunerações superiores.
Já o subsídio de refeição aumentará de 5,20 euros para seis euros (mais 80 cêntimos) por dia.
Além da Frente Comum, a secretária de Estado da Administração Pública, Inês Ramires, recebeu hoje a Federação de Sindicatos da Administração Pública (Fesap) e o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE).