O treinador Ruben Amorim disse hoje que não vai cobrar “um euro a mais” ao Sporting se o clube quiser dispensá-lo do comando da equipa de futebol e assumiu a responsabilidade pela irregularidade exibicional da equipa.
Questionado, em conferência de imprensa, se teria no seu contrato uma cláusula que permitisse ao clube abdicar dos seus serviços por não atingir determinados objetivos, o técnico recordou que “o Sporting ficou salvaguardado” na recente renovação de contrato e assumiu não ter receio de sair.
“No dia em que o Sporting me quiser dispensar, no dia a seguir, não precisa de me pagar mais nada. Paga-me só até ao último dia. É o medo que eu tenho de ser despedido e de ficar no desemprego”, atirou o técnico dos ‘verdes e brancos’, na Academia de Alcochete, durante a antevisão ao encontro com o Vizela.
Sem se deter, lembrou que esse é o “nível de exigência” que coloca a si mesmo e aos seus jogadores e que, apesar das “diferenças entre clubes” o objetivo é “sempre o primeiro lugar” e tudo “o resto é escasso”.
“Acredito que, no Sporting, ficar em quarto lugar é difícil de gerir. Se o Sporting assim entender, poderá dispensar-me sem qualquer euro a mais, mesmo tendo contrato por quatro anos [até 2026]. Fica aqui a minha palavra”, insistiu.
De seguida, e recuperando as suas palavras após o empate 2-2 frente ao Benfica, na última jornada da I Liga, quando disse que a sua equipa é um pouco “bipolar”, assumiu que “às vezes é difícil” passar a mensagem para os jogadores.
“Estamos a jogar, muitas vezes, com jogadores muito talentosos, como o Marcus Edwards. Mas, se olharmos para o passado dele, mesmo no Vitória de Guimarães, era muito intermitente. Nós vamos buscar jogadores que sabemos que nos vão trazer muito talento e depois vamos ter alguns altos e baixos. A responsabilidade é sempre do treinador e quando [a equipa] é inconstante, ainda mais”, admitiu.
Antes, no entanto, já tinha ilibado os seus atletas no que diz respeito ao empenho, lembrando que “alguns jogadores não estão habituados a jogar sempre com a pressão de vencer” que existe no Sporting mas vão adquirir essa experiência no futuro.
“Não é por mal, porque eu conheço os meus jogadores. Não o fazem por mal. Preparam-se bem para os jogos, mas depois este hábito de jogar sempre para ganhar é uma coisa que se cria e é preciso experiência. Eles estão a crescer nesse aspeto”, garantiu o técnico.
Rúben Amorim abordou o seu futuro e a irregularidade exibicional da equipa na antevisão do encontro com o Vizela, da 17.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, que se disputa na sexta-feira, às 21:15, no Estádio José Alvalade, em Lisboa, com arbitragem de Rui Costa, da Associação de Futebol do Porto.
Os ‘leões’ seguem em quarto lugar na I Liga, a 12 pontos do líder do campeonato, o Benfica, e atrás de Sporting de Braga e FC Porto, numa época onde já somaram cinco derrotas e dois empates em 16 jornadas disputadas.