Português, o homem universal

Portugal. Palavra clara, dinâmica, projectada sobre o futuro numa ressonância marítima. Nome gritado pelos nossos mortos, em cada pedra e calçada da fortaleza e castelo, em cada muro da herdade, em cada laje de sepultura, em cada lar, em cada uma das pegadas que os portugueses deixaram por toda a redondeza da terra.

Hoje confunde-se patriotismo com racismo. Enaltecer a pátria parece ser denegrir os outros. A Pátria portuguesa não é uma abstração. É um estátua viva de mil realidades que nasce da solidariedade de interesses, do parentesco espiritual das almas e das lágrimas que juntos derramamos, do esforço ombro a ombro para construirmos uma nação com milhões de quilómetros quadrados, em que o pensamento é exercido numa só língua, o caminho trilhado com os mesmos passos, pátria esperançosa orientada para o mesmo destino colectivo, com as preces rezadas nas mesmas igrejas, os violentos combates travados sob a mesma bandeira, a mesma cultura recebida nas escolas e os mortos sepultados nos mesmo cemitérios.

A Nação multirracial e pluricontinental foi uma realidade. O sonho multirracial está patente no Brasil. Só não está em Africa devido à acção indispensável de uns vis traidores portugueses. Mas o homem universal, não é outro que o português.

Tivemos nativos africanos a ajudar-nos na lavoura da metrópole, no Brasil, em áfrica, na Ásia. Portugueses de todas as cores guardaram e velaram a bandeira que se manteve erguida por todo o mundo, durante séculos. Vivemos juntos e morremos juntos na Guiné, nas ilhas atlânticas, nos sertões africanos, na India, no inferno verde das amazónias.
Fomos de várias raças no Governo e no Comércio, nas Forças Armadas, nas explorações agrícolas, nas fábricas, nas repartições, na politica, nos tribunais, nas igrejas, nas escolas, no trabalho e na vida.

Numa só nação existiram todos e juntos fizemos o povo português. Sem discriminar raças, sem distinguir religiões, tivemos a alegria do minhoto, a austeridade do transmontano, a simpatia do alentejano, a comunicabilidade do algarvio, o dinamismo do angolano, o empreendedorismo do portuense, a paciência do macaísta, a bravura do moçambicano, a dignidade dos guinéus, o optimismo do negro, a pertinácia dos cabo-verdianos, a tenacidade do branco, a intuição artística dos macondes, a frugalidade dos madeirenses, a visão dos açorianos, e tudo isto misturado com o mestiço que é o homem do mundo lusíada e quem se debruçar sobre esta riqueza única no mundo, esta riqueza impar demográfica que foi Portugal, não pode haver duvidas que é no homem português que se realiza o homem universal. E nasceu assim uma nação multirracial.

Foi por isto que nos tornamos uma nação original. Foi por essa virtude que adquirimos importância internacional. E durante muitos séculos comandámos o futuro do mundo. Dizer que somos racistas é insultar todo um povo, é insultar todos os antepassados de todas as raças e cores que fizeram a Pátria Lusitana, arfando em milhões de peitos que a história não apagará.
E isto não nos podem tirar.

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