Agente Fábio Guerra morreu há um ano, mas Clóvis continua em fuga

© D.R.

Na madrugada de 20 de março de 2022, Fábio Guerra, de 26 anos, agente da PSP da 64ª Esquadra de Alfragide, juntamente com seis colegas da mesma esquadra, interveio numa desordem à saída discoteca MOME, na Avenida 24 de Julho, em Lisboa, com o intuito de separar os envolvidos.

Nesse desacato estavam envolvidos dois fuzileiros – Cláudio Coimbra, de 22 anos, e Vadym Hrynko, de 21 anos – que se encontram detidos, tendo sido acusados pelo Ministério Público de homicídio qualificado em setembro do ano passado.

Para além destes dois envolvidos, estava também Clóvis Cláudio Duval Abreu, de 24 anos, também conhecido como o ‘rei do Montijo’. Clóvis, de etnia cigana, encontra-se neste momento em fuga, tendo sido emitido um mandado de captura internacional pelo Ministério Público para o prender.

Chegou a suspeitar-se que teria fugido para Espanha, tendo a Polícia Nacional de Espanha emitido nas suas redes sociais um alerta com a fotografia do suspeito e apelando aos cidadãos que partilhassem qualquer informação que permitisse localizá-lo.

Recorde-se que Clóvis chegou a ‘negociar’ a sua entrega às autoridades passado pouco tempo dos acontecimentos, através do seu advogado, Aníbal Pinto, que referia que o seu cliente estaria “fora a trabalhar e deverá regressar a partir do dia 18″ de abril, depois da Páscoa, data a partir da qual “deverá apresentar-se no MP para ser ouvido”.

Na altura, chegou a falar-se que Clóvis estaria a negociar os termos da sua entrega às autoridades, tenho havido encontros da sua mãe e advogado com a Polícia Judiciária para esse efeito. Aliás, o patriarca da comunidade cigana chegou a dizer, citado pelo Correio da Manhã, que queria ter uma palavra a dizer na detenção do suspeito. No entanto, até ao momento, ainda não foi capturado pelas autoridades.

Segundo o despacho de acusação do Ministério Público, que resultou na imputação de um crime de homicídio qualificado, três crimes de ofensas à integridade física qualificadas graves e um crime de ofensas à integridade física simples aos arguidos Vadym Hrynko e Cláudio Coimbra, a procuradora considerou que os dois fuzileiros mostraram “total indiferença pela autoridade”, apesar de os agentes se terem identificado “de forma audível” como polícias.

“Os ilícitos criminais em causa são de natureza extraordinariamente bárbara, violenta e desproporcional, deles não tendo resultado outras mortes, por mero acaso, considerando o local preferencial das agressões escolhido pelos arguidos, a zona da cabeça, quer com socos quer com pontapés, e não obstante os ofendidos perderem os sentidos com o primeiro murro desferido”, escreveu Felismina Carvalho Franco.

Para a procuradora do MP, os arguidos “tinham plena consciência da sua superioridade física perante os especiais conhecimentos de luta que possuíam” e não se coibiram de agredir os quatro agentes, “mostrando indiferença às consequências que daí podiam advir, nomeadamente a morte”.

E após as agressões, de acordo com o despacho, confraternizaram com seguranças da discoteca MOME numa “atitude de quase regozijo ou celebração”.

Fábio Guerra morreu a 21 de março no Hospital de São José, em Lisboa, devido a graves lesões cerebrais sofridas pelas bárbaras agressões e foi condecorado pelo Governo, a título póstumo, com a medalha de serviços distintos da PSP, grau ouro.

No passado dia 21 de março foi homenageado por alguns colegas, que fizeram um momento de silêncio à frente da discoteca MOME, na 24 de julho, em Lisboa.

Últimas do País

Dez pessoas, entre as quais cinco crianças, foram hoje feridas sem gravidade por intoxicação por monóxido de carbono numa habitação nos arredores de Coimbra, disse fonte dos bombeiros.
Doze pessoas morreram e 433 pessoas foram detidas por conduçãoem sob efeito de álcool entre 18 e 24 de dezembro, no âmbito da operação de Natal e Ano novo, anunciaram hoje em comunicado a GNR e PSP.
Os doentes classificados como urgentes no hospital Amadora-Sintra enfrentam hoje tempos de espera de mais de 11 horas para a primeira observação nas urgências gerais, segundo dados do portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
O diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Álvaro Almeida, estimou hoje que há cerca de 2.800 internamentos indevidos nos hospitais, quer devido a situações sociais, quer a falta de camas nos cuidados continuados.
O quinto dia de greve dos guardas prisionais, convocada pela Associação Sindical dos Profissionais do Corpo da Guarda Prisional (ASPCGP), está a ter uma adesão que ronda os 80%, adiantou hoje a estrutura representativa.
Os trabalhadores das empresas de distribuição cumprem hoje um dia de greve, reivindicando aumentos salariais e valorização profissional, e voltam a parar no final do ano.
Dois agentes da PSP acabaram no hospital após serem atacados durante uma ocorrência num supermercado. Agressores fugiram e estão a monte.
Um homem é suspeito de ter matado hoje uma criança de 13 anos, morrendo de seguida numa explosão alegadamente provocada por si numa habitação em Casais, Tomar, num caso de suposta violência doméstica, informou a GNR.
O tribunal arbitral decretou hoje serviços mínimos a assegurar durante a greve dos trabalhadores da SPdH/Menzies, antiga Groundforce, marcada para 31 de dezembro e 1 de janeiro, nos aeroportos nacionais.
O Ministério da Administração Interna (MAI) disse hoje que foi registada uma diminuição das filas e do tempo de espera no aeroporto de Lisboa e que todos os postos têm agentes da PSP em permanência.