Sindicatos elogiam prolongamento das negociações, mas não abdicam do tempo de serviço

©FENPROF

Em representação da plataforma sindical, Mário Nogueira elogiou a disponibilidade do Ministério da Educação para prolongar as negociações com professores. Mas recuperação de tempo de serviço não cai.

A plataforma informal de nove organizações sindicais elogiou hoje a disponibilidade do Ministério da Educação para prolongar as negociações, mas reafirmou que os professores não abdicam da recuperação integral do tempo de serviço.

O conseguirmos alargar este tempo da negociação significa que, provavelmente, o Governo perceberá que tem que encontrar outras soluções e que esta que trouxe para cima da mesa não é solução para aquilo que os colegas reivindicam”, resumiu Mário Nogueira.

Em declarações aos jornalistas no final da reunião no Ministério da Educação, que se prolongou por mais duas horas além da duração prevista, o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), em representação da plataforma sindical, considerou que o encontro não permitiu esclarecer as dúvidas sobre o anteprojeto enviado pela tutela.

A proposta do Ministério prevê um conjunto de medidas com impacto na progressão na carreira dos professores em funções desde 30 de agosto de 2005, ou seja, que passaram pelos dois períodos de congelamento do tempo de serviço, e que pretendem corrigir assimetrias decorrentes desse congelamento.

Em concreto, a intenção é que esses docentes recuperem o tempo em que ficaram a aguardar vaga no 4.º e no 6.º escalões a partir do ano de descongelamento (2018), que fiquem isentos de vagas de acesso aos 5.º e 7.º, além da redução de um ano na duração do escalão para aqueles que também ficaram à espera de vaga, mas já estão acima do 6.º.

Em resposta ao documento enviado na terça-feira pela tutela, e que mantém, no essencial, as medidas apresentadas em 22 de março, os representantes dos docentes colocaram várias questões ao Ministério da Educação que, segundo Mário Nogueira, ficaram sem resposta, mas que poderão vir a ser esclarecidas nas próximas reuniões (uma técnica na próxima semana e outra negocial na seguinte).

O dirigente sindical elogiou a disponibilidade para prolongar a negociação sobre este tema, considerado que é uma oportunidade para o Governo se aproximar das reivindicações, mas alertou que aquilo que os professores exigem não mudou e que os professores não vão aceitar menos.

“Só a contagem integral [do tempo de serviço] permite que acabem as assimetrias”, sublinhou Mário Nogueira, acrescentando que os docentes estão indisponíveis para perder tempo de serviço, mas estão disponíveis para negociar a forma de o recuperar.

No entanto, no entender da plataforma sindical, a proposta do Governo “é uma proposta de recuperação zero” e, por isso, Mário Nogueira adiantou que não merece o acordo dos sindicatos, que vão, ainda assim, trabalhar nas próximas reuniões para que o diploma seja claro, mesmo que, no final, continue sem o apoio da plataforma.

Antecipando os próximos encontros, o secretário-geral da Fenprof insistiu que “o que fazia falta era que o Governo respeitasse os professores, respeitasse o tempo de serviço que os professores cumpriram e apresentasse disponibilidade para a recuperação de todo o tempo trabalhado”.

Até lá, as greves previstas para o início do 3.º período letivo vão manter-se e em resposta aos apelos do ministro João Costa, que tem vindo a pedir serenidade nas escolas, Mário Nogueira respondeu: “Não se peça serenidade quando os professores estão a ser roubados em tanto tempo de serviço”.

“Se se quer serenar as escolas, esperamos que o Governo, tendo agora mais estas oportunidades, tome a decisão de permitir que, à mesa das negociações, se deixe de estar a discutir um conta-gotas de tempinhos e se passe a contar o conta-gotas do faseamento”, acrescentou.

Últimas do País

Os serviços de urgência de ginecologia e obstetrícia encontram-se hoje encerrados nos hospitais de Portimão, do Barreiro e de Abrantes, de acordo com a informação divulgada no portal do Serviço Nacional de Saúde às 08h30.
Os doentes classificados como urgentes no hospital Amadora-Sintra enfrentam hoje tempos de espera de quase 12 horas para a primeira observação nas urgências gerais, segundo dados do portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
A covid-19 e o recenseamento automático dos portugueses no estrangeiro desenvolvem para aumentar a taxa de abstenção nas eleições presidenciais, com 60,76% dos candidatos a não votarem em 2021, ano da reeleição de Marcelo Rebelo de Sousa.
Os sindicatos representativos dos trabalhadores da SPdH/Menzies, antiga Groundforce, desconvocaram a greve marcada para 31 de dezembro e 01 de janeiro, após assinatura de acordos com os acionistas da empresa, validados pelo Governo.
As livrarias portuguesas já se podem candidatar à segunda edição do cheque-livro e os jovens nascidos em 2007 ou 2008 poderão levantar o seu ‘voucher’ de 30 euros a partir de 02 de janeiro, anunciou hoje o governo.
Cinco urgências hospitalares de Ginecologia e Obstetrícia serão encerradas no sábado, enquanto no domingo fecham quatro destes serviços e um de Pediatria, segundo dados do Portal do Serviço Nacional de Saúde.
Doze pessoas morreram e 453 foram detidas por conduzirem com níveis de álcool no sangue considerados crime nos primeiros oito dias das operações Natal e Ano Novo da GNR e PSP, anunciaram as corporações.
A Polícia Judiciária (PJ) deteve ontem em Lisboa o jovem alemão de 19 anos suspeito do triplo homicídio ocorrido na terça-feira em São Vicente, Cabo Verde, que vitimou o seu pai e a mulher e enteada deste.
Os doentes classificados como urgentes no hospital de Matosinhos esperavam ao início da manhã de hoje mais de 12 horas para primeira observação nas urgências gerais, segundo dados do portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Dez pessoas, entre as quais cinco crianças, foram hoje feridas sem gravidade por intoxicação por monóxido de carbono numa habitação nos arredores de Coimbra, disse fonte dos bombeiros.