Instituições de ensino devem ter “mecanismos de prevenção” de assédio

© D.R.

O secretário de Estado do Ensino Superior defendeu hoje que todas as instituições de ensino superior devem ter mecanismos de prevenção de casos de assédio, bem como canais de denúncia e atuação do ponto de vista sancionatório.

“Não queremos que existam casos de assédio e para isso é preciso, sobretudo, que as instituições tenham mecanismos de prevenção, que passam por códigos de conduta, códigos de ética, ações de sensibilização dos docentes, funcionários, investigadores e estudantes, relativamente àquilo que são comportamentos aceitáveis ou não. Em segundo lugar, quando infelizmente essas situações surgirem ou quando surgirem suspeitas, que tenham mecanismos para atuar”, afirmou Pedro Nuno Teixeira.

À entrada para uma cerimónia que assinalou, esta tarde, em Coimbra, os 54 anos da Crise Académica de 1969, promovida pela Associação Académica de Coimbra, Pedro Nuno Teixeira realçou a importância de as instituições de ensino superior terem canais de denúncia, como “a grande maioria já começa a ter”.

“Que tenham uma capacidade para desencadear mecanismos de avaliação imparcial dessas situações e, se esses factos se verificarem, que tenham uma atuação do ponto de vista sancionatório que seja adequada”, acrescentou.

Segundo o secretário de Estado do Ensino Superior, a recomendação do governo é de que todas as instituições de ensino superior criem e disponibilizem estes mecanismos.

“Espero que todas, se não o fizeram, que o façam rapidamente, porque acho que é muito importante, até para preservar o bom nome e a dignidade de todas as instituições e de todos aqueles que fazem parte da comunidade do ensino superior”, sustentou.

Pedro Nuno Teixeira, que se escusou a comentar casos particulares de assédio, considerou, no entanto, que “as coisas têm de correr o seu processo normal”.

“Nós não temos toda a informação e, portanto, temos que aguardar, porque, sendo acusações graves, é preciso que elas sejam avaliadas com serenidade e com profundidade, para garantir que a conclusão é justificada”, apontou.

Três investigadoras que passaram pelo Centro de Estudos Sociais (CES) denunciaram situações de assédio e violência sexual num capítulo do livro intitulado “Má conduta sexual na Academia – Para uma Ética de Cuidado na Universidade”, publicado pela editora internacional Routledge.

As autoras do capítulo, a belga Lieselotte Viaene, a portuguesa Catarina Laranjeiro e a norte-americana Myie Nadya Tom, estiveram no CES, como, respetivamente, investigadora de pós-doutoramento (com uma bolsa Marie Curie) e estudantes de doutoramento.

Os investigadores Boaventura Sousa Santos e Bruno Sena Martins acabaram por ser suspensos de todos os cargos que ocupavam no CES, até ao apuramento das conclusões da comissão independente que a instituição está a constituir para averiguar as acusações de que são alvo.

Após surgirem notícias sobre o capítulo, os dois investigadores negaram todas as acusações.

Últimas de Política Nacional

O líder do CHEGA reiterou hoje que o seu partido "está fora das negociações" do próximo Orçamento do Estado porque o Governo continua "a negociar com o PS", e admitiu que só voltaria a negociar um documento novo.
Os deputados da Comissão de Economia aprovaram hoje as audições do ministro Miguel Pinto Luz e da ex-ministra Maria Luís Albuquerque sobre a privatização da TAP, mas também de outros ex-governantes como Pedro Nuno Santos e José Sócrates.
O primeiro plenário depois das férias parlamentares será no dia 18 de setembro, uma interpelação do CHEGA ao Governo sobre o estado dos estabelecimentos prisionais, e não ficou agendado qualquer debate quinzenal com o primeiro-ministro até final do mês.

A líder parlamentar do PS, Alexandra Leitão, a líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua e o líder do Livre Rui Tavares estão a convocar uma contramanifestação para dia 21 de setembro, o mesmo dia em que o CHEGA, o terceiro maior partido português, tem convocada uma manifestação contra a imigração descontrolada e a insegurança. […]

A procuradora-geral da República, Lucília Gago, é ouvida hoje no parlamento sobre o relatório anual de atividade do Ministério Público (MP), mas deve ser também questionada sobre diversos casos judiciais que agitaram a sociedade portuguesa no último ano.
A ministra da Justiça anunciou hoje uma auditoria urgente à segurança dos 49 estabelecimentos prisionais de Portugal, na sequência da fuga de cinco reclusos da cadeia de Vale dos Judeus no sábado.
O presidente do CHEGA defendeu hoje que o Presidente da República deve ser coerente com o que fez com o último Governo e marcar novas eleições legislativas caso o Orçamento do Estado para o próximo ano seja chumbado no parlamento.
O presidente do CHEGA defendeu hoje a demissão do diretor-geral de Reinserção e Serviços Prisionais e considerou que a ministra da Justiça deve assumir responsabilidades pela fuga de cinco reclusos do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus.
O presidente do CHEGA, André Ventura, disse hoje que o voto contra à proposta de Orçamento do Estado para o próximo “é irrevogável”, mas admitiu participar em futuras reuniões com o Governo em torno do documento.
O presidente do CHEGA disse esta segunda-feira que o partido está pronto para legislativas antecipadas e apelou aos deputados e dirigentes que não cedam a “medos eleitorais” e reforcem a presença na rua porque o objetivo é “ganhar as eleições”.