28 Março, 2024

CHEGA pede demissão dos ministros Fernando Medina e Duarte Cordeiro

© Folha Nacional

O CHEGA pediu hoje a demissão dos ministros Fernando Medina e Duarte Cordeiro, após ter sido noticiada uma alegada troca de favores entre PS e PSD na preparação das listas para as eleições autárquicas de 2017.

“São dois ministros que estão a prazo. Vamos aguardar serenamente o que vai dizer o primeiro-ministro hoje neste debate parlamentar, mas a grande verdade é que nem Fernando Medina nem Duarte Cordeiro têm condições para continuar no Governo neste momento”, afirmou o líder parlamentar do CHEGA.

Pedro Pinto considerou que se trata de “um caso muito grave” e considerou que o ministro das Finanças e ex-presidente da Câmara de Lisboa já “estava debilitado” pelo seu nome estar envolvido em “vários casos”.

O líder parlamentar do CHEGA exigiu explicações por parte dos governantes mas também do PSD, apontando que se os sociais-democratas querem “falar em corrupção”, devem “começar pela própria casa”.

Pedro Pinto rejeitou ainda o envolvimento de André Ventura nesta polémica, afirmando que “em nenhum momento o presidente do CHEGA é incluído nessa investigação”.

“Há uma mensagem que recebe e que apareceu ontem na reportagem, mas em nenhum momento, nem o Ministério Público nem a PJ disseram nada”, acrescentou.

Já na terça-feira à noite, numa publicação na rede social Twitter, o presidente do CHEGA, André Ventura, defendeu que os ministros das Finanças e do Ambiente “não podem continuar no Governo”, tendo apelado ao Presidente da República que “demita o Governo”, sustentando que “as instituições estão em degradação acelerada e inaceitável”.

Uma reportagem da TVI/CNN denuncia uma alegada troca de favores entre PS e PSD na preparação das listas para as eleições autárquicas de 2017, de forma a garantir a manutenção de certas freguesias lisboetas.

De acordo com a TVI/CNN, que cita uma investigação do Ministério Público e da Polícia Judiciária, Medina é suspeito em processos que remontam ao tempo em que era presidente da Câmara de Lisboa, incluindo o caso ‘Tutti Frutti’. Em causa estão alegados crimes de corrupção, abuso de poder e uso ilícito de cargo político, entre outros.

A notícia adianta ainda que há dezenas de escutas e centenas de e-mails que envolvem não só o atual ministro das Finanças, mas também o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, na altura número 2 de Medina na câmara de Lisboa.

A investigação inclui vários e-mails “com relevância criminal”, segundo uma inspetora da PJ num relatório do processo Tutti Frutti, sublinhando a existência de “acordos políticos entre Sérgio Azevedo (do PSD), Duarte Cordeiro e Fernando Medina (do PS)” para a atribuição de avenças e a colocação de pessoas “em posições estratégias” nas eleições autárquicas de 2017.

É ainda referida a “emissão de faturas falsas e acordos com responsáveis do PS para a adjudicação de contratos públicos a empresas” assim como uma “cunha” pedida por Luís Filipe Vieira — presidente do Benfica até 2021 — para que um imóvel do filho tivesse isenção do IMI.

Os dois ministros negaram ter sido ouvidos pelo Ministério Público no âmbito destas suspeitas.

Agência Lusa

Agência Lusa

Folha Nacional

Ficha Técnica

Estatuto Editorial

Contactos

Newsletter

© 2023 Folha Nacional, Todos os Direitos Reservados