BPI diz que juros continuarão a subir mas não pagará depósitos “a qualquer preço”

© Facebook | Banco BPI

O presidente do BPI disse hoje que as taxas de juro dos depósitos continuarão a subir, mas que não está disponível para pagar depósitos a qualquer preço, pois quer preservar a rentabilidade do banco.

“A[subida] da remuneração dos depósitos está a acontecer”, afirmou João Pedro Oliveira e Costa aos jornalistas, à margem de um almoço-debate promovido pelo International Club of Portugal, num hotel em Lisboa, admitindo que a subida “é devagar” pois o banco quer preservar a sua rentabilidade.

“Quero preservar os depósitos dos meus clientes, mas não estou disponível para pagar depósitos a qualquer preço”, afirmou.

Segundo o gestor, atualmente, em termos médios, os depósitos a prazo a um ano têm taxas de juro de 2%, mas sublinhou que isto é nos depósitos “remunerados”.

Sobre se a decisão do Governo de baixar a remuneração na nova série certificados de aforro ajudou a banca a sentir menos pressão sobre os depósitos, o gestor concordou, mas disse que o BPI já vinha sentindo abrandamento na transferência de depósitos para certificados de aforro (pelos limites que os particulares podiam aplicar em certificados de aforro e pela subida dos juros de depósitos que já vinha fazendo, justificou), pelo que “não teve alteração significativa” após essa medida.

Quanto ao Presidente da República ter pedido um “esforçozinho” aos bancos para “tornar mais atraente” o pagamento dos depósitos aos portugueses, o gestor disse que o BPI “não tem feito um esforçozinho, tem feito um trabalho de casa permanente”.

João Pedro Oliveira e Costa foi hoje o orador do almoço-debate do International Club of Portugal, tendo afirmado que, perante o aumento das taxas de juro que tem impacto nas prestações da casa ao banco, o BPI vai fazer “o grande esforço de conseguir que todos os portugueses mantenham as suas casas independentemente da evolução taxas de juro” e disse que contará “com a folga financeira” que tem acumulado para isso.

Na sua intervenção, o presidente do BPI frisou ainda, por várias vezes, o trabalho que o banco em outras áreas que considerou que pouco são faladas (referiu os impostos que paga, o aumento dos salários, sobretudo os mais baixos, e o trabalho da Fundação La Caixa), considerando que a banca é muitas vezes culpabilizada de vários problemas, pois é o fácil.

“Temos de apontar alguém, estão aqueles tipos ali, apontamos aqueles senhores ali”, disse, afirmando que quando se diz: “todos gastámos 23 mil milhões de euros para salvar bancos” isso “não é verdade, foi para salvar depositantes” e que quatro bancos desapareceram e “dois pagaram tudo e com juros com margem de 5% ao Estado, o BPI e o BCP”, considerando que “há muita ignorância e muita demagogia”.

O gestor relatou que, na altura da pandemia da covid-19, ouviu a presidente do Banco Alimentar, Isabel Jonet, dizer na televisão que tinha os armazéns vazios e que fez então um grupo na rede social ‘whats app’ com presidentes de outros bancos e que angariaram 2,5 milhões de euros entre empresas e particulares.

“Foi uma grande angariação de dinheiro, não foi notícia, ninguém disse nada (..,). Eu não fiz isto para reconhecimento, o reconhecimento é a consciência”, afirmou.

No almoço-debate no International Club of Portugal, João Pedro Oliveira e Silva disse ainda que, apesar da diminuição das transações de casas, não tem havido “diminuição de preços porque não há oferta, não há nova construção” e defendeu que devia haver “um programa de construção de dezenas de milhares de casas”, alavancado em privados com benefícios fiscais.

“Caso contrário não resolvemos o problema, podemos ter paliativos, mas não soluções”, afirmou.

Últimas de Economia

O Tribunal de Contas (TdC) julgou improcedente o recurso da Câmara de Idanha-a-Nova sobre a recusa do visto ao contrato para a criação de um cartão de saúde, porque a aprovação não passou pela assembleia municipal.
Os viticultores do Douro que queiram aceder ao apoio de 50 cêntimos por quilo de uva a destilar têm que submeter as candidaturas até 25 de setembro, segundo uma portaria publicada hoje em Diário da República (DR).
Em causa estava a interpretação do artigo 251.º do Código do Trabalho, que define os dias de ausência a que o trabalhador tem direito em caso de luto: o STEC defendia que o cálculo devia abranger apenas dias úteis, enquanto a CGD sempre contabilizou dias consecutivos de calendário, incluindo fins de semana e feriados.
A agência de notação financeira Fitch subiu esta sexta-feira o 'rating' de Portugal de A- para A, com 'outlook' (perspetiva) estável, anunciou, em comunicado.
O movimento de passageiros nos aeroportos portugueses cresceu 4,9% de janeiro a julho, em relação ao mesmo período do ano passado, mostram dados divulgados hoje pelo INE.
A Autoridade Tributária (AT) devolveu, em 2024, 86 milhões de euros em IVA a turistas oriundos de países terceiros, nomeadamente cidadãos de fora da União Europeia (UE), no âmbito do regime ‘tax-free’.
No relatório "Reformas da Política Fiscal", a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) resume a trajetória das medidas fiscais introduzidas ou anunciadas pelos governos de 86 jurisdições em 2024, olhando para a realidade dos países da organização e de algumas economias "parceiras".
O objetivo destes empréstimos, disse o grupo BEI, é reduzir a fatura de energia e aumentar a competitividade das pequenas e médias empresas (PME).
A agricultura portuguesa pode perder até 510 milhões de euros anuais devido à redução da produtividade e ao aumento de custos, com a decisão de Bruxelas proibir o uso de algumas substâncias ativas, revelou um estudo hoje divulgado.
O valor das rendas poderá aumentar 2,24% em 2026, abaixo dos 2,25% estimados no final de agosto, após uma revisão dos dados da inflação publicada hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).