CHEGA acusa Santos Silva de “querer condicionar a justiça”

© Folha Nacional

O líder do CHEGA acusou hoje o presidente da Assembleia da República de querer condicionar a justiça, depois de Augusto Santos Silva ter defendido explicações do Ministério Público sobre as buscas ao PSD.

“O Presidente da Assembleia da República referiu-se a um crime em direto e à exigência de explicações pelo Ministério Público. Estamos a entrar no caminho errado, o caminho em que os políticos querem condicionar a justiça e querem pedir à justiça que lhes dê ou preste contas a cada passo que dá”, afirmou André Ventura em conferência de imprensa, na sede nacional do partido, em Lisboa.

Este é o caminho errado para colocar em causa a autonomia do Ministério Público e da Polícia Judiciária e a independência dos juízes, considerou, afirmando que talvez tenha sido esse o “objetivo do PS”.

Ventura disso saber que “há uma série de operações judiciais e policiais que o PS gostaria de impedir ou talvez de estancar ou até de apagar” e que “cabe aos restantes partidos impedir que isso aconteça e saber denunciá-lo”.

O presidente da Assembleia da República defendeu hoje que o Ministério Público deve um esclarecimento ao país sobre as buscas à casa de Rui Rio e a sedes do PSD, considerando que foi manifesta a violação do segredo de justiça, ao terem sido transmitidas em direto por uma estação televisiva, e as condições em que se realizaram.

“As condições em que foram realizadas buscas por mandado judicial à sede de um partido político e os contornos dessa questão são suficientemente importantes para eu tencionar levar o assunto à próxima conferência de líderes”, disse ainda Santos Silva aos jornalistas em Guimarães, distrito de Braga.

André Ventura defendeu que a justiça tem que prestar contas num país democrático, mas não quando os políticos querem ou se sentem afetados.

Na quarta-feira, a Polícia Judiciária mobilizou cerca de 100 inspetores e peritos informáticos e financeiros para um conjunto de 20 buscas, incluindo à casa do ex-presidente do PSD Rui Rio e à sede nacional deste partido, num inquérito dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) Regional de Lisboa, por suspeitas dos crimes de peculato e de abuso de poder.

Em causa está a alegada utilização indevida de verbas para os gabinetes dos grupos parlamentares com pessoal em funções para o partido fora do parlamento.

Últimas de Política Nacional

A deputada Manuela Tender encabeça a única lista candidata às eleições para a comissão política distrital de Vila Real do CHEGA que se realizam no domingo, foi hoje anunciado.
O presidente do CHEGA acusou hoje o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, de comprometer os poderes das comissões parlamentares de inquérito por ter recusado o pedido de acesso às comunicações do Presidente da República.
O partido CHEGA está a organizar aquela que será a maior manifestação organizada pelo partido contra a “imigração descontrolada e insegurança nas ruas”.
Portugal tem enfrentado uma onda de criminalidade cada vez mais intensa e preocupante. Nos últimos anos, o país tem sido diariamente confrontado com notícias alarmantes de assaltos, homicídios e violência generalizada nas ruas. Recentemente, a CEOWORLD Magazine publicou um ranking que revela uma queda abrupta na posição de Portugal no que diz respeito à segurança global.
O CHEGA solicitou hoje a marcação de uma interpelação ao Governo sobre educação, com a presença do ministro, e desafiou o Executivo a construir um "plano de emergência" para que os problemas fiquem resolvidos até dezembro.
O líder do CHEGA reiterou hoje que o seu partido "está fora das negociações" do próximo Orçamento do Estado porque o Governo continua "a negociar com o PS", e admitiu que só voltaria a negociar um documento novo.
Os deputados da Comissão de Economia aprovaram hoje as audições do ministro Miguel Pinto Luz e da ex-ministra Maria Luís Albuquerque sobre a privatização da TAP, mas também de outros ex-governantes como Pedro Nuno Santos e José Sócrates.
O primeiro plenário depois das férias parlamentares será no dia 18 de setembro, uma interpelação do CHEGA ao Governo sobre o estado dos estabelecimentos prisionais, e não ficou agendado qualquer debate quinzenal com o primeiro-ministro até final do mês.

A líder parlamentar do PS, Alexandra Leitão, a líder do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua e o líder do Livre Rui Tavares estão a convocar uma contramanifestação para dia 21 de setembro, o mesmo dia em que o CHEGA, o terceiro maior partido português, tem convocada uma manifestação contra a imigração descontrolada e a insegurança. […]

A procuradora-geral da República, Lucília Gago, é ouvida hoje no parlamento sobre o relatório anual de atividade do Ministério Público (MP), mas deve ser também questionada sobre diversos casos judiciais que agitaram a sociedade portuguesa no último ano.