PEDRO, O MITO SOCIALISTA

Quando Pedro Nuno Santos entrou no Plenário, começou a acenar. Era acenos para aqui e para ali, beijos para acolá, olhares cúmplices quem sabe se de entendimento ou só de saudação. Foi na verdade uma entrada triunfante com os órgãos de comunicação social a fazerem jus ao trabalho que desenvolvem desde há uns anos a esta parte, em obediência cega à propaganda ditada pela ideologia e encomendada a agência especializada no assunto. À entrada num repente, Pedro parou. À sua esquerda um deputado sentado cumprimentou-o enquanto outro a seu lado deslizou derretido com olhos em alvo e quase “trepou” pelo primeiro. Procurava a mão de Pedro que apertou para depois, num gesto de completo êxtase, deitar o rosto sorridente e cândido sobre a mão de uma suposta divindade que acabara de apertar. Vi através da televisão os olhos daquele ser fora de si, tomado por sensações intensas como se a luz emanada de Pedro fosse vida de tal forma imoderada que o projetasse para além dos estados fásicos hipnoides que outros consideram de histeria e de que falava Ivan Pavlov. 

Vale a pena servirmo-nos do que a tecnologia de hoje nos permite, voltar atrás e pensar do que são feitos alguns deputados da nação e das subserviências dedicadas a um “salvador”, ex-ministro, reincarnação viva doutro e do seu exemplo de comportamento. Como se a transmigração segundo a teoria da metempsicose, pudesse transformar Pedro num exemplo a seguir. Falo para que esta seja uma mensagem entendível em Jorge Coelho, até agora único exemplo de ministro socialista que se demitiu por assumir as devidas responsabilidades.

O homem parecia ter visto Jesus Cristo a acreditar no rosto em alvo deste deputado num país que os socialistas querem laico, mas onde nunca prescindem dos feriados católicos e do seu significado, de Jornadas da Juventude e da Cruz de Cristo, gostando “en passant” de dar boas vindas a religiões de criminosa intolerância. A conveniência parda no seu melhor!

Sempre me questionei sobre o Calvário, a colina onde Jesus foi crucificado e lembro que por alguma razão foram pregados com ele dois homens. À direita, Demos. À esquerda, Gestas. Demos arrependido dos pecados e a quem Jesus perdoou. Gestas que morreu blasfemando e rangendo os dentes não reconhecendo os erros. São estranhos os caminhos do Senhor. Mais  estranhos ainda porque acredito.

E o homem que não viu Cristo olhava para Pedro que parecia uma estrela de Rock. Como se a propaganda anunciasse a vinda doutro salvador que, ao contrário do que dizem se prepara para, com algum tempo de penitência e sustentado na incrível tolerância e fraca memória lusitana, aparecer como libertador, como antes apareceu o marajá António. 

E depois digam que isto não é mesmo sina ou que a música dos ciganos não tem ais a mais.

Voltando ao sinistro deputado que tombou a face iluminada na mão de Pedro, atrevo-me a invadir os seus pensamentos e antevejo a saída do António cada vez mais consciente e conivente com realidade que, com Marcelo, criou. Mentiroso compulsivo, pedindo que não o agarrem, que não sai nem que o Krishna volte à terra, assemelha-se cada vez mais àquele ministro da propaganda iraquiano que jurava os americanos ainda longe, quando nas suas costas eles já dominavam Bagdade.

A coisa não vai ser fácil. Na confusão e caos deixados, os que por bem vierem porque de mal já basta assim, vão ter um trabalho de difícil resolução não só porque as gentes estão mal habituadas e o mudar de vida “apanhará” e culpará sempre a mudança tal como diz aquela frase assassina – “os portugueses gostam muito de estabilidade” se é que me faço perceber. 

Assumo que gostava de ver o CHEGA crescer, mas que não deve ir atrás do jogo do sempre negacionista PSD. Para o CHEGA o melhor é envelhecer calmo e com uma experiência que o possa levar a não cometer erros difíceis de entender. Sou contra a situação do país que me levou à indignação, à revolta e à atitude do CHEGA. 

Não gostaria é de ver jamais, cenas tristes como a daquele deputado.

Artigos do mesmo autor

No meio desta escalada de tensões espalhada por todo o mundo e aproveitando as lacunas nos respetivos planos nacionais, os mesmos que permitiram este vazio nas defesas dos cidadãos na União Europeia, são aqueles que agora vêm com essas histórias dos Kit’s que dão alguma, mas pouca ou nenhuma margem de sobrevivência aos até agora, […]

Os últimos dias foram de surpresa e de estupefação. Não é que quotidianamente o CHEGA não seja confrontado por uma imprensa a soldo ou por ditos comentadores, verdadeiros celerados intelectuais, deixem até de comentar negativamente o caminho de um partido diferente na sua postura porque diz, aberta e descaradamente, o que está mal no país. […]

Pela pequena cidade de Sacavém, ainda mais pequena pela falta de cuidado a que é votada, deu-se um caso que a todos fez espantar. Sabemos que temos de respeitar a lei vigente, o comportamento decente e condizente em sociedade, mas há cidadãos que, julgando-se mais espertos do que a maioria, procuram nas entrelinhas das leis […]

A insatisfação manifestada após a atuação da PSP no Martim Moniz e que a comunicação social ajudou a levar à histeria os principais dirigentes de esquerda que por aí andam, foi mais um exemplo do sinistro sentimento que por cá passa há demasiado tempo. Fui consultar o velho dicionário de Francisco Torrinha e a obra-prima […]

Quando estamos a um passo do Natal, os corações, mesmo os mais empedernidos, parecem amolecer. As lembranças vêm-nos à mente, as lágrimas aos olhos e aquele sentimento de participação e dádiva parece renascer a cada ano que passa. “Devia haver mais Natais por ano” ou o acreditar naquela do “Natal é todos os dias”, são […]