Satisfação com o SNS caiu 21 pontos percentuais em dois anos

A satisfação dos portugueses com o Serviço Nacional de Saúde caiu 21 pontos percentuais em dois anos, revela um inquérito internacional hoje divulgado, segundo o qual três em cada cinco pessoas reduziram gastos em saúde por questões económicas.

© D.R.

 

Segundo o Relatório de Saúde STADA 2023, que entrevistou 2.000 pessoas em Portugal, 74% da população portuguesa estava satisfeita com o serviço nacional de saúde em 2021, um valor que baixou para 53% em 2023.

A insatisfação é particularmente evidente entre a população mais ativa (entre 35 e 70 anos) e, entre os 16 países inquiridos, Portugal está no 11.º lugar no ‘ranking’ de satisfação, 32 pontos percentuais abaixo da Bélgica e 21 acima da Polónia (o mais alto e o mais baixo da lista, respetivamente).

Um total de “60% dos portugueses teve de reduzir os seus gastos em saúde e bem-estar devido à sua situação económica” e “cerca de um em cada dez teve de reduzir os gastos na compra de medicamentos, de acordo com as conclusões do inquérito europeu, que incluiu 32 mil participantes distribuídos por 16 países.

No plano da saúde mental, 65% dos portugueses dizem estar numa situação boa ou muito boa, 12 pontos percentuais acima da média.

Mas em relação ao futuro, a expectativa dos portugueses é mais negativa – 16% acha que a sua saúde mental irá piorar, cinco pontos acima da média global do relatório de saúde STADA 2023, que é hoje apresentado em Oeiras.

O Relatório de Saúde STADA é uma publicação anual que analisa o panorama da saúde na Europa, com informações sobre os efeitos imediatos e a longo prazo da pandemia na vida dos europeus, incluindo a forma como afetou a sua saúde mental e alterou hábitos.

“Questões financeiras, perda de um elemento familiar ou amigo, problemas de saúde e a guerra são os principais fatores que geram preocupação nos portugueses”, lê-se no estudo hoje divulgado, que alerta para a falta de diálogo sobre o tema.

“Embora haja um maior nível de preocupação em Portugal, um em cada cinco portugueses não fala com ninguém sobre os seus medos e preocupações” quanto à saúde mental, com uma maioria (52%) a falar apenas com amigos e família.

Apenas 10% tem por hábito consultar um psicólogo e 16% dos inquiridos costuma falar sobre a sua saúde mental com o médico de família.

No capítulo do sono, “64% afirmam ter ‘uma boa noite de sono’”, seis pontos abaixo da média geral.

Um total de 73% dos portugueses aumentou as medidas preventivas de saúde, um resultado em linha com os restantes países da Europa.

De entre os portugueses que aumentaram essas medidas preventivas, 34% indicaram que optaram por dietas mais saudáveis, 24% procuraram mais o aconselhamento do médico de família, 21% fizeram mais rastreios de saúde, 20% aumentaram a ingestão de vitaminas e 18% recorreram a um maior uso de medicação.

No entanto, quase metade dos portugueses inquiridos (48%) não compareceu em nenhum dos rastreios preventivos disponíveis. Entre as razões elencadas, 38% disseram não saber quais os rastreios a fazer, 29% alegaram dificuldades financeiras e 18% acreditam que não têm necessidade.

Numa comparação com os restantes países europeus, Portugal ultrapassa, na maioria, a média global na realização de rastreios oncológicos.

Já nos rastreios dentários e realização de análises clínicas, Portugal está muito abaixo da média europeia no STADA.

Também sobre a possibilidade de um teste genético para avaliar os possíveis riscos futuros de saúde, 94% dos portugueses mostraram-se favoráveis, muito acima da media europeia (81%).

Nas respostas, os “portugueses afirmam ser menos dependentes de medicamentos analgésicos”, com um “consumo inferior à média dos restantes países da Europa”, e mostram ser mais conhecedores das diferenças entre os remédios.

Entre os 32 mil inquiridos, “existe um maior interesse pela saúde”, com Portugal “18% acima da média global”, um sinal de que os portugueses “pretendem manter-se atualizados sobre os temas” do setor.

Últimas do País

A operação 'Portugal Sempre Seguro', que juntou várias polícias e entidades do Estado, registou 60 detenções nos últimos seis dias, 32 das quais relacionadas com crimes rodoviários, segundo resultados provisórios divulgados esta segunda-feira.
Quase 50 elementos da Frontex vão reforçar os aeroportos portugueses em 2026 para trabalharem em conjunto com os polícias da Unidade Nacional de Estrangeiros e Fronteiras da PSP no controlo das fronteiras aéreas, revelou à Lusa aquela polícia.
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) instaurou um processo-crime por abate clandestino e 38 processos de contraordenação a talhos, por infrações como o desrespeito das normas de higiene, foi hoje anunciado.
Um homem de mais de 50 anos foi descoberto sem vida num canavial em Queijas, com marcas claras de "morte violenta".
Um sismo de magnitude 2,7 na escala de Richter foi sentido hoje na Terceira, nos Açores, no âmbito da crise sismovulcânica em curso na ilha, informou o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA).
Uma sondagem da Intercampus para o Correio da Manhã e CMTV revela um país farto do estado da Saúde: 58,4% exigem a demissão imediata da ministra e apontam-lhe responsabilidades diretas no caos do SNS.
Um novo foco de gripe das aves foi detetado no Ramalhal, em Torres Vedras, numa capoeira doméstica com gansos, patos, galinhas pintadas e codornizes, anunciou a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV).
O Ministério Público (MP) pediu hoje penas efetivas de prisão para o ex-presidente da Câmara de Oliveira de Azeméis, Hermínio Loureiro, e mais quatro arguidos do processo Ajuste Secreto.
O Ministério Público (MP) acusou o dono de um stand automóvel de Vila do Conde num processo de fraude fiscal que terá lesado o Estado em mais de 1,6 milhões de euros.
Pelo menos 24 mulheres foram assassinadas em Portugal este ano até 15 de novembro, das quais 21 como resultado de violência de género (femicídio), segundo o Observatório de Mulheres Assassinadas (OMA) da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR).