CHEGA diz que não vai permitir qualquer hostilização ao grupo parlamentar

O líder do CHEGA/Madeira e deputado eleito à assembleia regional, Miguel Castro, disse que não permitirá qualquer hostilização ao grupo parlamentar do partido e indicou que a sua primeira proposta será para a criação de um gabinete anticorrupção no arquipélago.

© Folha Nacional

 

“Será das primeiras propostas a apresentar, senão a primeira mesmo, porque achamos que a política regional merece, os madeirenses e os porto-santenses merecem que a política regional seja transparente e que, de uma vez por todas, se acabem com as suspeitas [de corrupção] que são evidentes”, disse o deputado, em entrevista à agência Lusa.

Miguel Castro, um dos quatro eleitos do CHEGA nas legislativas regionais de 24 de setembro, sublinhou que existem várias situações que “têm de ser esclarecidas”, vincando que isso não se faz apenas com comissões parlamentares de inquérito, mas sobretudo com a criação de um gabinete anticorrupção, semelhante ao que foi aprovado nos Açores, também por proposta do partido.

O deputado afirmou, por outro lado, que não vai permitir qualquer “hostilização” ao grupo parlamentar do CHEGA, partido que se estreia nas lides parlamentares madeirenses na legislatura 2023-2027.

“Nós vamos estar naquela assembleia exatamente com os mesmos direitos que os outros deputados. Não vou admitir de todo que sejamos hostilizados por ninguém. Nós fomos democraticamente eleitos, o nosso direito de ali estar é exatamente igual ao dos outros”, disse, para logo reforçar: “Obviamente que a casa da democracia tem regras, tem um regimento, as pessoas não podem ultrapassar esse regimento. Se for ultrapassado, nós iremos agir em conformidade”.

De acordo com o mapa oficial do resultado das eleições legislativas regionais da Madeira, o CHEGA foi a quarta força mais votada, obtendo 12.029 votos (9,13%), o que garantiu a eleição de quatro deputados.

A coligação PSD/CDS-PP venceu o ato eleitoral, mas ficou a um deputado da maioria absoluta (elegeu 23 num total de 47 que compõem o parlamento regional), tendo sido anunciado dois dias depois um acordo de incidência parlamentar com o Pessoas-Animais-Natureza (PAN), que conseguiu um mandato.

As outras forças com representação parlamentar são o PS, com 11 deputados, JPP (cinco), CDU (um), IL (um) e BE (um).

“Nós iremos fazer o nosso trabalho sem medo de que as propostas sejam aprovadas ou não. Nós temos é que apresentá-las, porque fomos eleitos pelos madeirenses e porto-santenses para apresentar propostas, não só para fazer oposição dentro da assembleia”, disse Miguel Castro, sublinhando que o CHEGA está também disponível para aprovar todas as propostas que considere válidas, “venham de onde vierem”, inclusive da maioria.

“O exercício político é um exercício de serviço à população”, afirmou.

O deputado, que tem 50 anos e é funcionário público e empresário no setor da restauração e atividades turísticas, adiantou que o CHEGA vai apresentar propostas em diversas áreas, como transportes, segurança, justiça, saúde, educação e habitação.

No caso da habitação, por exemplo, um dos assuntos mais prementes da atualidade, Miguel Castro defende a isenção do imposto de selo para primeira habitação, a eliminação do IMT e isenção do IMI durante dez anos, bem como a articulação entre o Governo e a banca para facilitar o crédito, nomeadamente eliminando o sinal de entrada.

“A verdade é que nós, cidadãos, andamos nos últimos anos a segurar a banca e agora a banca faz-nos isto [dificulta o crédito] e não há nenhum governante, nenhum governo, que tenha a coragem e a capacidade de chegar à banca e de negociar estas situações”, disse.

O deputado considera, no entanto, que o executivo deve prosseguir com a construção de habitação social, tendo em conta que “os preços subiram e a especulação selvagem instalou-se devido à procura do poderio económico dos estrangeiros”, mas, por outro lado, alerta para a necessidade de refrear a “subsidiodependência”.

“A subsidiação às pessoas tem de existir, nomeadamente a idosos com reformas baixíssimas, a pessoas com deficiência, a pais que têm filhos com deficiência, a pessoas que perdem o seu emprego e numa fase transitória precisam de ajuda”, disse, acrescentando: “O que não achamos nada justo, mesmo para a restante sociedade que trabalha e paga impostos, é que se mantenha gente subsidiada uma vida inteira só para efetivar voto”.

“Nós achamos é que tem de haver uma fiscalização mais apertada, mais incisiva, em certas pessoas que vivem há anos de subsídios”, acrescentou

Últimas de Política Nacional

Cerca de cem delegados vão debater o futuro do SNS e definir o plano de ação da Federação Nacional dos Médicos (Fnam) para os próximos três anos no congresso que decorre no sábado e domingo, em Viana do Castelo.
Portugal submeteu hoje à Comissão Europeia o oitavo pedido de pagamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com a comprovação de 22 marcos e metas.
O candidato presidencial e Presidente do CHEGA, André Ventura, reafirmou esta sexta-feira, em conferência de imprensa, que o partido vai entregar no parlamento um voto de condenação ao discurso do Presidente de Angola, João Lourenço, proferido nas comemorações do 50.º aniversário da independência angolana.
O Grupo Parlamentar do CHEGA apresentou na Assembleia da República um projeto de resolução que recomenda ao Governo a suspensão imediata do Manual de Recomendações Técnicas Relativo ao Acompanhamento de Pessoas Transgénero Privadas de Liberdade, aprovado em 2022.
O presidente do CHEGA acusou hoje o PS de “traição ao povo português” por requerer ao Tribunal Constitucional a fiscalização preventiva da constitucionalidade da Lei da Nacionalidade e apelou à celeridade da decisão.
A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) recomendou hoje o alargamento do acordo entre operadores de televisão para realizar os debates presidenciais, depois da queixa apresentada pela Medialivre, dona do Correio da Manhã.
A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, disse hoje que dado o investimento que é feito no setor, este já devia ter evoluído mais, atribuindo essa falta de evolução à forma como está organizado, daí a necessidade de reformas.
Em visita à Feira Nacional do Cavalo, na Golegã, André Ventura, candidato presidencial apoiado pelo CHEGA, afirmou que o mundo rural “deveria ter muito mais importância no debate político” e sublinhou a necessidade de defender “os grandes símbolos do país rural”, que considera frequentemente esquecidos pelas forças políticas do sistema.
O CHEGA apresentou uma proposta de alteração ao Orçamento do Estado para 2026 que pretende que estrangeiros não residentes, sem seguro ou qualquer acordo internacional, passem a assumir os custos dos cuidados de saúde prestados no Serviço Nacional de Saúde
A série de entrevistas da RTP aos candidatos presidenciais já permite tirar uma primeira conclusão: André Ventura foi o candidato que mais espetadores atraiu, segundo dados divulgados pela RTP ao Observador, que avançou os números.