Terror islâmico está de volta à Europa

O terrorismo islâmico voltou às ruas da Europa, com ataques em Bruxelas e Paris a fazerem três vítimas mortais e um ferido em estado grave.

© Folha Nacional

O CHEGA anunciou que vai requerer as audições do ministro da Administração Interna e dos serviços de informações para que prestem esclarecimentos sobre as medidas para evitar “ataques como os que aconteceram em França e na Bélgica”.

No passado dia 13 de outubro, um professor francês foi esfaqueado mortalmente por um ex-aluno radicalizado. O ataque foi perpetrado por um jovem russo-checheno de 20 anos que estava sinalizado pelas autoridades francesas por suspeitas de radicalização islâmica.

Nesta segunda-feira, dois suecos foram mortos num ataque com uma arma de fogo em Bruxelas. O suspeito do atentado, um tunisino de 45 anos, foi morto a tiro pela polícia belga e era suspeito de extremismo, vivendo ilegalmente no território belga.

Após o ataque, o suspeito fugiu, mas acabou por ser apanhado pelas autoridades. A ministra belga declarou à rádio VRT: “temos uma boa notícia, encontrámos o homem”.

Anteriormente, um porta-voz do Ministério Público federal belga havia dito que a polícia tinha “neutralizado” um homem suspeito de matar os dois cidadãos sueco.

Vídeos amadores publicados nas redes sociais sobre o ataque de segunda-feira mostraram um homem vestido com um colete laranja fluorescente a subir numa motorizada, sacando de uma arma grande e disparando contra os transeuntes.

As autoridades belgas procuravam um suspeito de extremismo tunisino, de 45 anos, conhecido da polícia e que vivia ilegalmente na Bélgica.

“Este ataque terrorista abala os alicerces das nossas sociedades pacíficas”, disse o primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, numa conferência de imprensa, na qual começou por enviar, em nome da Bélgica, as “mais sinceras condolências ao povo da Suécia”.

“Ontem [segunda-feira] à noite, três pessoas saíram para o que deveria ser uma maravilhosa festa de futebol. Dois deles perderam a vida num ataque terrorista brutal”, disse o primeiro-ministro.

Duas pessoas morreram baleadas e uma outra ficou ferida na segunda-feira à noite, no dia em que as seleções nacionais de futebol da Bélgica e a da Suécia jogavam em Bruxelas.

Por sua vez, em França, Mohammed Mogouchkov, o autor do ataque que matou um professor de uma escola secundária em Arras (norte do país) reivindicou num vídeo o ato em nome do Estado Islâmico, segundo informação avançada por uma fonte à agência de notícias francesa AFP, confirmando uma notícia inicialmente divulgada pela CNews.

De acordo com aquela fonte, Mohammed Mogouchkov, que tem 20 anos, nacionalidade checheno-russa e é acusado de radicalização islâmica, reivindica a sua ação e faz uma alusão “muito marginal” ao ataque do grupo islamita Hamas em Israel de 7 de outubro.

Depois de 96 horas detido no âmbito da investigação aberta pela Procuradoria Nacional Antiterrorismo francesa por homicídio e tentativa de homicídio, Mohammed Mogouchkov foi presente no tribunal de instrução antiterrorismo e formalmente acusado.

No ataque à escola secundária Gambetta-Carnot, em Arras, Dominique Bernard morreu esfaqueado e três outras pessoas ficaram feridas.

O autor do crime, detido durante o atentado, estava a ser seguido pelos serviços secretos franceses pelas suas afinidades islamistas e foi mesmo interrogado pela polícia na véspera do atentado. A investigação já conduziu a outras oito detenções.

O atentado levou o Governo a ativar o alerta máximo contra ameaças terroristas e a ordenar, durante o fim de semana passado, várias evacuações de locais emblemáticos, como o Museu do Louvre ou o Palácio de Versalhes, evacuação que se repetiu na terça-feira em Versalhes.

Desde 2012, os atentados terroristas jihadistas em França mataram 272 pessoas e feriram 1.200, nomeadamente em 2015 e 2016.

Sobre este tema Emmanuel Macron referiu que “o terrorismo islâmico está de facto a regressar e todos nós somos vulneráveis. É a vulnerabilidade que acompanha as democracias, os Estados de direito, onde há indivíduos que, a dada altura, podem decidir cometer o pior”.

Perante estes ataques, o CHEGA deu entrada com dois requerimentos para ouvir o ministro da Administração Interna e a secretária-geral do SIRP, Graça Mira-Gomes, de forma a esclarecer “que trabalhos estão os serviços de informações a fazer neste momento e que recolha está a ser feita para garantir que Portugal está a salvo de ataques como os que ocorreram na Bélgica e em França”.

Quanto ao ministro José Luís Carneiro, Ventura defendeu que deve prestar esclarecimentos sobre a “a proteção específica da comunidade israelita” e sobre os esforços que estão a ser feitos no âmbito da segurança pública, para evitar que se manifestem em Portugal atos motivados pelo fundamentalismo islâmico.

“O que me parece óbvio e evidente – isto não tem nada a ver com a comunidade islâmica em si, mas com o conflito – é que o conflito que existe e que se está a polarizar e a extremar vai, com toda a certeza, ter um rastilho de violência sobre muitos pontos do mundo, porque já está a ter”, acrescentou.

Entretanto, o Correio da Manhã deu conta que em Portugal, na semana passada, quatro pessoas foram agredidas à facada quando saíam em defesa de uma idosa que estava a ser assaltada na Gare do Oriente por dois homens. 

Os agressores, dois marroquinos de 18 e 36 anos, foram detidos pela PSP mas o procurador do Ministério Público ordenou a sua libertação. O marroquino de 18 anos encontra-se ilegal no nosso país.

O crime ocorreu quando os dois marroquinos tentaram assaltar uma idosa sem-abrigo que se encontrava na Gare do Oriente, e foram surpreendidos por outros sem-abrigo que tentaram evitar o roubo, tendo sido atacados com facas de grandes dimensões.

Nas imagens recolhidas por videovigilância no local podiam ver-se cenas de grande violência, com muito sangue e vidros partidos por todo o lado.   

 *Com Agência Lusa.

Últimas do Mundo

A China afirmou hoje estar “profundamente preocupada” com a situação no Médio Oriente, após a morte do líder do movimento islamita armado libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, em bombardeamentos israelitas no Líbano.
O exército israelita anunciou hoje estar a efetuar “dezenas de novos ataques” contra o Hezbollah no Líbano.
A imigração saltou para o topo das preocupações dos espanhóis em apenas três meses, segundo um estudo do Centro de Investigações Sociológicas (CIS) feito após um verão de notícias permanentes sobre números inéditos de chegadas de 'pateras' às Canárias.
O Irão pediu no sábado uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, na sequência da morte do líder do movimento xiita libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, num ataque israelita.
A agência noticiosa France-Presse (AFP), uma das três maiores do mundo, foi vítima de um ataque informático que pode ter comprometido as palavras-passe dos servidores de receção FTP dos clientes, anunciou hoje a agência.
A Estónia, Letónia, Lituânia e a Polónia vão procurar financiamento da União Europeia para construir uma rede de bunkers, barreiras, linhas de distribuição e armazéns militares nas fronteiras com a Rússia e a Bielorrússia, foi hoje divulgado.
O secretário de Estado norte-americano voltou a acusar a China de apoiar a "máquina de guerra russa" na Ucrânia, numa altura em que as duas potências rivais tentam estabilizar uma relação tumultuosa.
O exército israelita anunciou hoje a morte do líder do movimento islamita armado libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, num ataque na sexta-feira à sede da organização em Beirute.
O Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) deu hoje razão ao Parlamento Europeu quando em 2019 negou o acesso à assembleia dos separatistas catalães Carles Puigdemont e Antoni Comín.
Pelo menos 21 pessoas, incluindo uma mulher, foram enforcadas numa prisão do sul do Iraque, principalmente por acusações de “terrorismo”, avançou a agência noticiosa France Presse (AFP).