Morreu o encenador e ator Carlos Avilez, fundador do Teatro Experimental de Cascais

O encenador e ator Carlos Avilez, faleceu hoje, aos 88 anos, vítima de paragem cardio-respiratória, no Hospital de Cascais, disse à agência Lusa fonte do Teatro Experimental de Cascais, do qual foi um dos fundadores.

© Facebook de Carlos Avilez

De acordo com a mesma fonte, Carlos Avilez deu entrada na terça-feira no Hospital de Cascais com uma indisposição, e viria a falecer cerca das 02:00 da madrugada de hoje naquela unidade hospitalar.

Carlos Vitor Machado, mais conhecido por Carlos Avilez, nasceu em 1935, como confirma o Teatro Experimental de Cascais, e estreou-se profissionalmente como ator em 1956, na Companhia Amélia Rey Colaço – Robles Monteiro, onde permaneceu até 1963.

Com uma vida dedicada ao teatro, foi um dos fundadores do Teatro Experimental de Cascais (TEC), que completou 58 anos de existência a 13 de novembro último.

“O TEC está muito consternado com o falecimento desta figura notável do teatro. Ele estava com a saúde fragilizada, mas continuou sempre com muita vontade de trabalhar, porque ainda encenou a peça ‘Electra’, que estreou a 18 de novembro”, segundo a mesma fonte.

Esta última peça encenada por Avilez, a partir da trilogia “Electra e os fantasmas”, de Eugene O’Neill – a 177.ª produção do Teatro Experimental de Cascais – estreou-se no auditório Academia Artes do Estoril, no Monte Estoril, Cascais, a 18 de novembro, e ficará em cena até 17 de dezembro.

Carlos Avilez foi presidente do Instituto de Artes Cénicas, diretor do Teatro Nacional S. João, no Porto, e diretor do Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, tendo fundado a Escola Profissional de Teatro de Cascais, a cuja direção pertencia, integrando, também, o corpo docente.

Em 1964, dirigiu o Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra (CITAC), trabalhou com o ator Raúl Solnado no Teatro Villaret, em Lisboa, e em 1970 foi diretor artístico e responsável pelo dia consagrado a Portugal na Expo’70 em Osaka, no Japão.

Em 1979 foi nomeado, juntamente com Amélia Rey Colaço, diretor da Companhia Nacional de Teatro I – Teatro Popular, então sediada no Teatro São Luiz, em Lisboa.

Trabalhou em França com Peter Brook e na Polónia com Jerzi Grotowsky, e, além de teatro, encenou várias óperas entre as quais “Carmen”, “Contos de Hoffmann”, “As Variedades de Proteu”, “O Capote”, “Inês de Castro”, “O Barbeiro de Sevilha” e “Madame Butterfly”.

Foi agraciado com a Ordem do Infante D. Henrique em 1995 e com as Medalhas de Mérito Municipal da Câmara Municipal de Cascais, de Mérito Cultural da Secretaria de Estado da Cultura e da Associação 25 de Abril.

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