A trégua entrou em vigor depois de uma noite em que Israel continuou a atacar a Faixa de Gaza e em que o Hamas lançou mísseis contra dois colonatos israelitas situados perto do enclave palestiniano, cujos habitantes já tinham sido retirados.
Cerca de duas horas antes de a trégua entrar em vigor, o diretor-geral do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, Mounir Al-Bursh, disse à agência de notícias France-Presse (AFP) que os soldados israelitas estavam “a realizar uma operação no Hospital Indonésio”, localizado no norte de Gaza, onde 200 pacientes ainda estão a ser tratados.
As brigadas Al Qassam, braço armado do Hamas, celebraram a “trégua humanitária” que permitirá a “troca de prisioneiros”. “Por cada prisioneiro sionista, serão libertados três prisioneiros palestinianos, incluindo mulheres e crianças”, sublinharam.
O Hamas confirmou “a cessação total das atividades militares” durante quatro dias.
Uma fonte de segurança do Egito disse à AFP que uma delegação de segurança egípcia estará presente em Jerusalém e Ramallah para garantir o “cumprimento da lista” de prisioneiros palestinianos libertados.
Autoridades de segurança de Israel, acompanhadas por pessoal da Cruz Vermelha e agentes egípcios, serão enviadas à fronteira de Rafah para receber os reféns libertados de Gaza, que então voarão para Israel, acrescentou a fonte.
O posto fronteiriço de Rafah, que liga a Faixa de Gaza ao Egito e é a única via de acesso ao território governado pelo grupo Hamas não controlada por Israel, irá também assistir à entrada de mais ajuda humanitária no enclave palestiniano.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar, Majed Al-Ansari, disse na quinta-feira que 13 mulheres e crianças detidas pelo Hamas em Gaza, todas membros da mesma família, serão libertadas, enquanto um número ainda desconhecido de prisioneiros palestinianos detidos por Israel será libertado ao mesmo tempo.
Depois de mais de um mês e meio de guerra, Israel e o Hamas chegaram a um acordo para um cessar-fogo, que permitirá a libertação de 50 reféns que as milícias islamitas mantêm dentro da Faixa de Gaza, em troca da libertação de 150 prisioneiros palestinianos. Em ambos os casos, são mulheres e menores.
Fontes israelitas confirmaram à agência de notícias EFE que, por cada dez reféns adicionais que o Hamas estiver disposto a libertar após os quatro dias, a trégua poderá ser prorrogada por mais um dia, até um máximo de dez dias.
Estima-se que as milícias palestinianas em Gaza tenham como reféns cerca de 240 pessoas, cerca de 210 nas mãos do Hamas e outras 30 nas mãos da Jihad Islâmica Palestiniana.
No total, há pelo menos 40 crianças reféns em Gaza, segundo as autoridades israelitas, que receberam na quinta-feira a lista dos 50 reféns que serão entregues pelo Hamas, embora esta não tenha sido tornada pública por precaução.