Londres pede a Telavive “abordagem mais cirúrgica” contra Hamas

O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Cameron, defendeu uma “abordagem mais cirúrgica, clínica e específica” de Israel na guerra contra o Hamas, após reunir-se com o homólogo italiano, Antonio Tajani.

© Facebook de David Cameron

“O que estamos a pedir a Israel é que reconheça que deve minimizar as baixas civis, respeitar sempre o direito humanitário internacional e continuar a sua campanha contra o Hamas com estas duas coisas em mente”, afirmou Cameron.

O ministro afirmou que, de acordo com os israelitas, o número de vítimas civis no sul da Faixa de Gaza é menor do que no norte, apelando às forças israelitas para que se esforcem mais neste sentido.

Cameron e a sua homóloga alemã, Annalena Baerbock, escreveram um artigo conjunto, publicado no Sunday Times, onde apelaram a um “cessar-fogo duradouro” em Gaza, afirmando que “demasiados civis foram mortos” no conflito.

No âmbito de um cessar-fogo duradouro, Cameron afirmou hoje que o fim dos combates “não se torna duradouro se o Hamas continuar a controlar parte de Gaza”.

“As pessoas dizem que eu quero um cessar-fogo e uma solução de dois Estados. As duas coisas não podem acontecer. Não se pode esperar que os israelitas adotem uma solução de dois Estados, com o Hamas a controlar parte do que seria a Palestina”, afirmou Cameron.

“Uma solução duradoura significa que o Hamas já não representa uma ameaça para Israel, que já não é capaz de fazer o que fez a 07 de outubro”, concluiu o chefe da diplomacia britânica.

Em Londres, o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, foi questionado se considerava que a resposta de Israel violava o direito internacional.

“Estão a morrer demasiados civis, mas isso não é o mesmo que dizer que o direito humanitário foi violado”, afirmou Sunak.

O “cessar-fogo duradouro” defendido pelo Reino Unido não pode ser alcançado “se continuarem a ser feitos reféns” pelo Hamas e se o movimento islamita, “cujo objetivo declarado é destruir Israel, continuar a poder operar em túneis e lançar ataques de foguetes contra Israel”, acrescentou.

A guerra entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque de grandes proporções e sem precedentes realizado em 07 de outubro pelo movimento islamita palestiniano contra Israel.

Cerca de 1.200 pessoas, a maioria das quais civis, foram mortas neste ataque, de acordo com números oficiais israelitas, e mais de 250 pessoas foram levadas à força para Gaza, das quais cerca de 100 já foram libertadas.

Após o ataque, Israel prometeu “aniquilar” o Hamas e tem bombardeado regularmente o enclave palestiniano, além de ter bloqueado o acesso a bens essenciais como água, medicamentos e combustível.

De acordo com as autoridades palestinianas de Gaza, controladas pelo Hamas, os bombardeamentos israelitas já provocaram quase 20 mil mortos, a maioria dos quais mulheres, crianças e adolescentes.

Últimas de Política Internacional

O coordenador nacional do Comité de Direitos Humanos do partido da oposição Vente Venezuela (VV), Orlando Moreno, exigiu a "libertação imediata" de Luis Palocz, ativista político detido há mais de cinco meses.
O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Saar, agradeceu ao presidente norte-americano e ao seu Governo o veto único a uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que permitia a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.
Um tribunal russo condenou hoje um jovem com paralisia cerebral a 12 anos de prisão por alta traição por ter enviado 3.000 rublos (cerca de 33 euros) a um ucraniano, noticiou a plataforma independente Mediazona.
O ministro da Justiça francês lamentou hoje que as penas impostas a alguns dos detidos pelos graves distúrbios em Paris após a conquista do PSG da Liga dos Campeões "já não sejam proporcionais à violência” que o país vive.
A polícia húngara anunciou esta terça-feira (3 de junho) que proibiu a organização da “Marcha do Orgulho”, prevista para 28 de junho, na sequência da polémica lei que proíbe as manifestações LGBT+ com o argumento da proteção dos menores.
O parlamento da Polónia vai votar uma moção de confiança ao Governo no dia 11 de junho, após a vitória do candidato nacionalista da oposição, Karol Nawrocki, nas eleições presidenciais, anunciou hoje o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk.
O primeiro-ministro dos Países Baixos, Dick Schoof, anunciou esta terça-feira a queda de todo o Governo, após a demissão dos cinco ministros ligados ao partido PVV, de Geert Wilders.
O líder do partido PVV dos Países Baixos, Geert Wilders, retirou hoje o partido da coligação governamental, devido a um desacordo sobre a imigração, abrindo caminho para eleições antecipadas.
O conservador Karol Nawrocki venceu a segunda volta das presidenciais de domingo na Polónia, com 50,89% dos votos, contra 49,11% do rival, o liberal Rafal Trzaskowski, após o escrutínio da totalidade dos votos, anunciou Comissão Eleitoral Nacional.
Os dois candidatos da segunda volta das eleições presidenciais na Polónia, hoje realizada, estão empatados, segundo uma sondagem à boca das urnas, que não permite antecipar um vencedor.