Propagandista do Kremlin defende controlo russo de bases dos EUA na Europa, incluindo Portugal

Um dos principais propagandistas do Kremlin defendeu que a Rússia deve ocupar bases militares dos Estados Unidos na Europa, incluindo em Portugal, para que Moscovo nunca seja alvo de ameaças europeias, noticiou o jornal britânico Daily Express.

© D.R.

Citado pelo tabloide britânico, o propagandista Vladimir Solovyov, ‘pivot’ de um dos programas de televisão de maior audiência na Rússia e apoiante do Presidente Vladimir Putin, defendeu em direto que as “tropas de ocupação norte-americanas devem ser retiradas da Europa”.

“Assim, teremos a certeza de que a Europa se comportará de forma muito decente e que nenhuma ameaça ao nosso Estado virá do território europeu”, afirmou Solovyov numa intervenção que o jornal britânico descreve como “inflamada” e num “tom furioso”.

Num vídeo partilhado na rede social X pelo site noticioso Nexta, Solovyov afirmou que Moscovo “deveria capturar as bases norte-americanas na Alemanha, Itália e Portugal [Base Aérea das Lajes, na ilha Terceira, no arquipélago dos Açores]”.

“Penso que todas as tropas de ocupação norte-americanas devem ser retiradas da Europa e que as bases militares norte-americanas devem ser colocadas a grande distância do território da Federação Russa”, referiu o apresentador durante o programa ‘À Noite com Vladimir Solovyov’”.

“Por exemplo, é perfeitamente possível ocupar parte das bases militares que foram preparadas pelos americanos na Europa Ocidental. Poderíamos muito bem estar estacionados numa série de bases em Itália. Mas Ramstein [Alemanha] poderia ser a nossa base”, acrescentou.

Ramstein é uma base da Força Aérea dos Estados Unidos na Renânia-Palatinado, um estado no sudoeste da Alemanha e serve de quartel-general para as tropas norte-americanas na Europa e África e também para o Comando Aéreo Aliado da Organização do Tratado do Atlântico Norte – NATO (AIRCOM).

As declarações de Solovyov surgem numa altura de relatos de que o Presidente russo está a preparar-se para uma “futura guerra em grande escala” com a NATO, lembrou o grupo de reflexão do Instituto para o Estudo da Guerra (ISW, na sigla inglesa).

O ISW lembrou que, no início deste mês, Putin “ameaçou a Finlândia e a aliança mais alargada da NATO” no canal de televisão estatal russo Rossiya 1.

Nesse sentido, prosseguiu o ‘think tank’ norte-americano, os militares russos estão atualmente a restruturar o Distrito Militar Ocidental (DMO) para reformar o Distrito Militar de Leninegrado (DML) e o Distrito Militar de Moscovo (DMM) “como parte de um esforço de reestruturação e expansão a longo prazo que visa preparar a Rússia para uma potencial guerra convencional em grande escala contra a NATO”.

“O DMO é responsável pela fronteira russa com os membros da NATO Lituânia, Letónia, Estónia e Finlândia, mas tem estado largamente empenhado na luta na Ucrânia, onde tem sofrido perdas significativas”, sublinhou o ISW.

Por outro lado, lembra o Daily Express, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou no início deste mês que a Rússia estaria disposta a atacar a NATO se ganhasse a guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 672.º dia.

Biden, prossegue o jornal britânico, advertiu que “se Putin tomar a Ucrânia, não vai parar por aí”, acrescentando que um ataque da Rússia aos aliados poderia resultar em “tropas americanas a combater tropas russas”.

Nesse contexto, Putin apressou-se a desdramatizar as afirmações de Biden, argumentando que a Rússia “não tem interesse” em atacar a NATO.

“É um completo disparate e penso que o Presidente Biden compreende que a Rússia não tem nenhuma razão, nenhum interesse, nem geopolítico, nem económico, nem político, nem militar, para lutar contra os países da NATO”, afirmou Putin numa entrevista à televisão estatal Rossiya.

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