Republicanos nos EUA avançam com destituição contra secretário de imigração

Os congressistas republicanos dos EUA aumentaram hoje a pressão sobre o Presidente Joe Biden com uma primeira audiência para iniciar um processo de destituição ao responsável pela política de imigração, o secretário da Segurança Interna, Alejandro Mayorkas.

© Facebook de Alejandro Mayorkas

Em pleno ano eleitoral, a oposição conservadora – que detém a maioria na Câmara dos Representantes — tem centrado as atenções na crise migratória na fronteira com o México e acusa agora o secretário de Segurança Interna de não respeitar as leis de imigração.

Contudo, o Governo democrata alega que herdou dos governos anteriores um sistema de imigração que não funciona e exige que o Congresso aprove uma reforma com novos recursos para resolver a situação fronteiriça.

Hoje, a Câmara realizou a primeira de quatro audiências previstas sobre o assunto, após as quais terá de decidir se vai proceder ao processo de destituição (`impeachment`) de Mayorkas, cuja eventual demissão ficará, no entanto, nas mãos do Senado, controlado pelos democratas.

O presidente do Comité de Segurança Interna da Câmara, o congressista republicano Mark Green, disse que Mayorkas é o “arquiteto da devastação” na fronteira e deve ser responsabilizado por isso.

Durante uma visita à fronteira do Texas, na segunda-feira, o próprio Mayorkas defendeu-se das acusações, garantindo que o Departamento de Segurança Interna está a fazer tudo o que pode com os recursos à sua disposição para “reduzir a imigração irregular”.

Durante o ano passado, o Governo norte-americano lançou programas de autorização humanitária para migrantes de algumas nacionalidades, ao mesmo tempo que restringiu os pedidos de asilo na fronteira.

No entanto, as autoridades dos EUA não estão a conseguir travar os fluxos migratórios e, em dezembro passado, foram detidas na fronteira 250 mil pessoas que atravessaram irregularmente, um número recorde.

O processo de destituição contra Mayorkas na Câmara de Representantes coincide com as negociações entre democratas e republicanos no Senado para aprovar novos fundos para a fronteira, para a Ucrânia e para Israel.

A ala dura dos republicanos está empenhada em retomar a construção do muro fronteiriço e restaurar a política de expulsões rápidas desenhada pelo ex-Presidente Donald Trump, que agora é o candidato favorito à nomeação republicana para as eleições presidenciais de 2024.

Um `impeachment` contra Mayorkas é um caso raro nos Estados Unidos, visto que o último julgamento de destituição contra um membro do Governo aconteceu em 1876, contra o então secretário de Defesa, William Belknap, por um caso de corrupção.

Desde que os republicanos alcançaram a maioria na Câmara de Representantes, nas eleições intercalares de 2022, têm utilizado o mecanismo de destituição como ferramenta de pressão sobre o Governo e até promoveram um processo de `impeachment` contra o próprio Biden, por alegados negócios irregulares.

Últimas de Política Internacional

A Venezuela tem 1.074 pessoas detidas por motivos políticos, segundo dados divulgados na quinta-feira pela organização não-governamental (ONG) Encontro Justiça e Perdão (EJP).
Na quarta-feira, o primeiro governo liderado por uma mulher em Itália cumpre três anos de mandato (iniciado a 22 de outubro de 2022).
A Polónia aprovou uma nova lei que isenta do pagamento de imposto sobre o rendimento todas as famílias com pelo menos dois filhos e rendimentos anuais até 140 mil zlótis (cerca de 33 mil euros).
O Parlamento Europeu (PE) adotou hoje legislação que facilita a retirada do direito de viajar sem visto para a União Europeia (UE) a partir de países que apresentem riscos de segurança ou violem os direitos humanos.
A Comissão Europeia disse hoje apoiar o plano do Presidente norte-americano, Donald Trump, para acabar com o conflito em Gaza, quando se assinalam dois anos da guerra e negociações indiretas estão previstas no Egito entre Israel e o Hamas.
O primeiro-ministro francês, Sébastien Lecornu, apresentou hoje a sua demissão ao Presidente, Emmanuel Macron, que a aceitou, anunciou o Palácio do Eliseu num comunicado, mergulhando a França num novo impasse político.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, vai encontrar-se com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, ao início da tarde, em Copenhaga, na Dinamarca, para uma reunião bilateral.
A presidente da Comissão Europeia saudou hoje o plano do Presidente norte-americano, Donald Trump, para terminar com a guerra em Gaza e que já tem aval israelita, indicando que a União Europeia (UE) “está pronta para contribuir”.
O partido pró-europeu PAS, da Presidente Maia Sandu, venceu as eleições legislativas na Moldova com mais de 50% dos votos, e deverá manter a maioria absoluta no Parlamento, segundo resultados oficiais após a contagem de 99,52% dos votos.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, questionou hoje a utilidade das Nações Unidas, acusando a organização de não o ter ajudado nos esforços para resolver os conflitos no mundo, e criticou o reconhecimento da Palestina.