Mike Johnson terminou hoje reuniões à porta fechada no Capitólio e falou aos norte-americanos para garantir que não vai abandonar o acordo alcançado na semana passada entre os líderes dos partidos republicano e democrata, que inclui um aumento na despesa do Pentágono para 886,3 mil milhões de dólares, e mantém a despesa nas restantes áreas, nomeadamente saúde e assistência, em 772,7 mil milhões de dólares.
“Estamos a dar os próximos passos juntos e a trabalhar em direção a um processo de dotações robusto”, acrescentou, sem explicar como irá contornar os mais radicais do seu partido, que num anterior impasse levaram à queda do antigo líder da câmara baixa do Congresso, Kevin McCarthy.
A primeira semana de trabalho do novo ano foi dececionante para os congressistas que, depois de assistirem durante grande parte de 2023 os republicanos mais radicais a lutarem contra os líderes, estão agora novamente a caminhar para outra crise, a uma semana do prazo final de 19 de janeiro para aprovar novos fundos ao governo federal e evitar uma paralisação.
Esta quinta-feira, Johnson reuniu-se com cerca de duas dúzias de republicanos da Câmara dos Representantes, a maioria destes vozes de tendência centrista, instando-o a não voltar atrás na sua palavra e a manter o acordo, garantindo-lhe proteção.
“Simplesmente não consigo imaginar que a Câmara queira reviver a loucura”, destacou o congressista French Hill.
A ala mais radical dos republicanos está a pressionar Johnson a recusar o acordo de despesa para este ano, de 1,66 biliões (milhão de milhões) de dólares.
Como contramedidas, estes republicanos insistem na inclusão de novas políticas de imigração, o que, segundo eles, impediria o fluxo recorde de migrantes na fronteira entre os EUA e o México.
O congressista Andy Biggs, republicano do Arizona, frisou que os republicanos deviam “fechar o governo até fechar a fronteira”.
Os republicanos centristas, por outro lado, passaram a sugerir que Johnson deve considerar tentar aprovar uma medida temporária que financiaria o governo por mais algumas semanas, até março.
O Presidente norte-americano, o democrata Joe Biden, sancionou a estrutura de gastos como parte de um acordo que fechou na primavera passada com McCarthy. Foi acordado pelos outros líderes do Congresso de ambos os partidos e aprovado pela Câmara dos Representantes e pelo Senado (câmara alta) como parte de um esforço para aumentar o limite da dívida do país para evitar um incumprimento federal.
Desde então, os líderes do Congresso têm trabalhado para definir os números dos gastos principais. McCarthy nunca conseguiu cumprir os números finais antes de ser deposto, depois de cruzar o corredor para aprovar uma medida temporária em setembro e evitar uma paralisação naquele momento.
Johnson e os outros líderes democratas e republicanos na Câmara e no Senado continuaram o trabalho onde este tinha parado e chegaram a um acordo de alto nível no início do ano, que o presidente da Câmara está agora a tentar aprovar.