Ex-líder anuncia saída do PAN alegando que o partido “perdeu a coluna vertebral”

O ex-líder do PAN, André Silva, anunciou hoje a sua desfiliação, alegando que o partido “perdeu a coluna vertebral” ao apoiar o Governo Regional da Madeira da coligação PSD/CDS-PP.

©Facebook de André Silva

 

“A minha militância no partido torna-se impossível de suportar quando o PAN persiste no apoio à perpetuação de um regime tentacular cujo modo de agir tem vindo a ser exposto e cria repulsa a qualquer democrata”, escreve o antigo porta-voz do partido agora liderado por Inês de Sousa Real no jornal Público.

Num artigo de opinião intitulado “O PAN deixou de me representar”, o primeiro deputado eleito pelo partido, em 2015, considerou que o PAN “tornou-se profundamente irresponsável, esqueceu-se dos que não têm voz, desistiu das lutas, e assim representa hoje 1% das intenções de voto”.

“Também deixou de me representar e hoje comuniquei a minha saída”, avançou o porta-voz entre 2014 e 2021, para quem o partido “anda de gaveta em gaveta política, aparentemente, em busca daquela que mais mandatos tiver para lhe oferecer”.

De acordo com André Silva, a “notória disponibilidade para bailar com (quase) todos”, aliada à pretensão de fomentar uma imagem de moderação e sensatez, transformou o “PAN num partido quase inútil às causas que proclama defender e que justificam a sua existência” no país.

“Mais do que elástico, o PAN é hoje plástico. Essa plasticidade foi ostentada na opção de apoiar o Governo do PSD/CDS na Madeira”, criticou ainda o ex-deputado, uma opção que classificou de “aberrante” por três motivos: “pelo regime em causa, pela ausência de contrapartidas de mudança, pelas justificações apresentadas”.

Mas também pela “venda dos valores do partido”, lamentou André Silva, ao considerar que o “PAN perdeu a coluna vertebral de tanto querer dançar” nas opções que tomou na Madeira, tecendo duras críticas ao posicionamento sobre o projeto do teleférico do Curral das Freiras.

Na sequência das eleições regionais de setembro de 2023, a deputada única eleita pelo PAN, Mónica Freitas, e o presidente do PSD/Madeira negociaram um acordo de incidência parlamentar para a legislatura, garantindo assim a viabilização do terceiro executivo chefiado por Miguel Albuquerque.

Entretanto, o presidente do Governo madeirense apresentou a demissão do cargo ao representante da República há uma semana, depois de ter sido constituído arguido no âmbito de um processo em que são investigadas suspeitas de corrupção na Madeira e que levou à detenção do presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD), que renunciou ao cargo, e de dois empresários do ramo da construção civil.

Últimas de Política Nacional

O tenente-coronel Tinoco de Faria, que abandonou a sua candidatura a Belém e declarou apoio a André Ventura, passa agora a assumir um papel central na campanha do líder do CHEGA, como mandatário nacional.
Cinco deputados sociais-democratas, liderados por Hugo Soares, viajaram até Pequim a convite direto do Partido Comunista Chinês. A deslocação não teve carácter parlamentar e escapou às regras de escrutínio da Assembleia da República.
Saiu do Executivo, passou pelo Parlamento e acaba agora a liderar uma empresa pública com um vencimento superior ao que tinha no Governo. Cristina Vaz Tomé foi escolhida para presidir à Metro de Lisboa e vai ganhar cerca de sete mil euros mensais, com despesas da casa pagas.
O Ministério Público (MP) pediu hoje penas entre os cinco e nove anos de prisão para os ex-presidentes da Câmara de Espinho, Miguel Reis (PS) e Pinto Moreira (PSD), por suspeitas de corrupção no processo Vórtex.
O presidente do CHEGA, André Ventura, anunciou hoje que o seu partido votará contra o novo pacote laboral no parlamento se o Governo não ceder em matérias como o despedimentos e alterações na área da parentalidade.
A mensagem gerou indignação, o caso abalou o ministério e levou a uma demissão, mas o inquérito interno concluiu que não houve infração disciplinar. Nataniel Araújo sai ilibado e continua como chefe de gabinete da Agricultura.
Os vereadores e deputados municipais do CHEGA têm rejeitado a criação da Comunidade Intermunicipal da Península de Setúbal.
Bruxelas paga, Lisboa faz campanha: Ângelo Pereira (PSD) e Ricardo Pais Oliveira (IL) estiveram no terreno eleitoral enquanto recebiam vencimentos do Parlamento Europeu, prática proibida pelas regras comunitárias.
A comissão parlamentar de inquérito (CPI) ao INEM decidiu hoje suspender os trabalhos durante o período de Natal e Ano Novo e na segunda semana de janeiro, devido às eleições presidenciais.
Num mês em que as presidenciais já se travavam mais nos ecrãs do que nas ruas, André Ventura esmagou a concorrência: foi o candidato que mais apareceu, mais falou e mais minutos ocupou nos principais noticiários nacionais.