ACT está em 70 grandes empresas a verificar falsos recibos verdes

Dezenas de inspetores da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) estão hoje em cerca de 70 empresas a verificar a situação de trabalhadores cujo vínculo laboral foi identificado como estando em situação irregular.

© Facebook da ACT

Esta ação acontece depois de, no início deste mês, a ACT ter notificado 9.699 empresas para regularização do vínculo laboral de 17.701 trabalhadores independentes considerados economicamente dependentes, ou seja, prestadores de serviços que concentram 80% ou mais do seu rendimento numa única entidade, os designados falsos recibos verdes.

A operação está a ser desenvolvida a nível nacional, com várias dezenas de inspetores no terreno, sendo que em Lisboa, segundo indicou, em declarações aos jornalistas, a subinspetora-geral do Trabalho, Cristina Rodrigues, decorre junto de um grande grupo do setor da saúde.

“[Hoje] estamos a desenvolver uma ação a nível nacional em todos os distritos. Vamos a 70 empresas”, referiu a subinspetora-geral, adiantando que se trata de “70 grandes empresas que não regularizaram” todos os trabalhadores identificados como estando em situação irregular ou que regularizaram “apenas alguns”, após ter terminado o prazo para o fazerem de forma voluntária, ou seja, até 16 de fevereiro.

A responsável da ACT salientou, contudo, que esta é uma “ação continuada” e que todas as empresas notificadas na ação de combate à precariedade levada a cabo no início de fevereiro vão ser alvo de uma fiscalização.

“Vai ser uma ação com foco na regularidade dos vínculos laborais, não só destes trabalhadores, que são trabalhadores independentes, mas economicamente dependentes, mas também dos trabalhadores que têm vínculos contratuais a termo em situação irregular”, precisou Cristina Rodrigues, adiantando que o objetivo “é que ninguém fique para trás”.

As cerca de 70 empresas que estão a ser hoje alvo da fiscalização são de vários setores, nomeadamente saúde e serviços, segundo precisou, salientando que esta ação de hoje não constitui uma surpresa na medida em que as empresas sabiam que não regularizando os trabalhadores no prazo que lhes foi indicado, a Autoridade avançaria para esta etapa.

Neste contexto, Cristina Rodrigues aproveitou para dizer que os empregadores “têm um método muito fácil de regularizar os trabalhadores”, podendo proceder à sua inscrição através da Segurança Social Direta e informar a ACT.

Cristina Rodrigues precisou ainda que os vínculos irregulares terão sempre de ser regularizados e que, se tal não acontecer de forma voluntária, o processo acabará por levar à aplicação de coimas aos empregadores e por avançar para tribunal.

Em caso de contraordenação muito grave, a coima pode variar entre os 2.040 e os 61.200, por trabalhador.

A ação de fiscalização que decorre em Lisboa está a ser promovida pelo Centro Local de Lisboa Oriental da ACT.

Últimas de Economia

O escândalo da privatização da TAP volta a rebentar: o Ministério Público constituiu quatro arguidos por suspeitas de que a companhia aérea foi comprada… com o próprio dinheiro da TAP. A operação 'Voo TP789' desencadeou 25 buscas explosivas e está a abalar o setor da aviação nacional.
A taxa de inflação homóloga fixou-se, em outubro, nos 2,1% na zona euro, confirmou hoje o Eurostat, indicando que na União Europeia (UE) foi de 2,5%, com Portugal a apresentar a sexta menor (2,0%).
A Polícia Judiciária realizou hoje várias buscas no âmbito da privatização da TAP em 2015.
O Conselho Económico e Social (CES) considera "insuficiente o grau de clareza" das transferências internas da Segurança Social e recomenda que a Conta Geral do Estado (CGE) "passe a incluir dados detalhados" sobre a Caixa Geral de Aposentações (CGA).
O Banco Central Europeu (BCE) considerou que dez bancos importantes da zona euro tinham em 2025 provisões insuficientes para cobrir os riscos de exposições a crédito malparado, menos oito bancos que na revisão supervisora de 2024.
A Comissão Europeia decidiu hoje impor limites a importações de produtos de ligas de ferro (ferroligas) pela União Europeia (UE), como medida de proteção desta indústria.
O Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI) exigiu hoje o reforço urgente da segurança, após recentes disparos contra serviços de finanças da Grande Lisboa, durante a madrugada, e alertou para o agravamento do clima de segurança nos trabalhadores.
O Ministério Público realizou buscas de grande escala na TAP para investigar suspeitas de corrupção e burla na privatização feita em 2015. O caso, reaberto com novos indícios da Inspeção-Geral de Finanças, ameaça reacender uma das maiores polémicas da empresa.
Nos primeiros nove meses do ano, foram comunicados ao Ministério do Trabalho 414 despedimentos coletivos, mais 60 face aos 354 registados em igual período de 2024, segundo os dados da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT).
O Banco Central Europeu (BCE) anunciou hoje que vai solicitar mais informações aos bancos sobre os ativos de garantia que permitem mais financiamento.