Quando um desconhecido chamado André Ventura se candidatou à Presidência da Câmara de Loures pelo PSD, muitos acharam piada sem saber o que os anos seguintes iriam trazer. Mais tarde e totalmente descontente com o seu Partido de origem que é mais um dos do Sistema, este mesmo desconhecido decide criar o seu próprio Partido, o “Chega!”. Pelas mãos do seu Partido, André Ventura torna-se Deputado Único nas Legislativas de 2019. Mesmo com a sombra assustadora da Pandemia Covid-19, o seu Partido passa rapidamente de um único Deputado para doze Deputados nas Legislativas seguintes, em 2022.
Muito se tem feito contra o “Chega!” e contra André Ventura. As diversas técnicas de silenciamento e um quase forense Raio-X à sua vida e ao Partido não têm resultado. Como tal, atitudes menos honestas começaram a ser adoptadas. São arrancados cartazes por esse país, muitos outdoors são vandalizados, mas o que a pasmada democracia portuguesa não estava à espera, era a atitude de tentarem fraudar actos eleitorais.
Têm sido divulgados inúmeros vídeos nas redes socias em que tentam boicotar quem vota no “Chega!” mas, a mesma Comissão Nacional de Eleições que rapidamente pediu ao Município de Lisboa para remover cartazes em que informava os Munícipes da obra da CML, decidiu que estes mesmos vídeos não representavam qualquer perigo.
Uma coisa é certa: o “Chega!” e André Ventura acabaram com a dormência democrática em que temos vivido. Os que o contestam esquecem-se que devemos sempre pôr dogmas e conceitos permanentemente em causa. Sim, isto faz parte de um Sistema Democrático que se quer livre e vivo.
Agora vamos ao assunto deste Artigo…
Nas Eleições que Portugal tem é difícil fazer uma validação da relação entre os votos de cada Partido e o número total de votos. Isto acontece devido às diversas Coligações, aos Círculos Eleitorais e ao famoso Método de Hondt que converte votos em Deputados. No entanto, há uma eleição em que não existe o atrito causado por essas variáveis, a Eleição do Presidente da República por ser um único Círculo que o elege e por ser a eleição de um Cidadão, e não de um Partido Político.
Nas últimas eleições Presidenciais, houve um Candidato destacado que foi eleito, falo de Marcelo Rebelo de Sousa. No entanto, houve uma Candidata que representou a dormência do Sistema Político actual e um Candidato que está contra essa mesma dormência, falo de Ana Gomes pelo lado da dormência e de André Ventura pelo lado contra.
Ana Gomes teve globalmente 541.556 votos, enquanto que André Ventura teve globalmente 496.773 votos. Analisando apenas o Distrito do Porto no mesmo Site do Ministério da Administração Interna que nos deu os números anteriores, temos 116.906 votos para Ana Gomes e 63.194 votos para André Ventura.
Falemos então de Aritmética: Na eleição Presidencial, a diferença de votos a nível global tem de ser exactamente igual ao somatório das diferenças de votos de todos os Distritos mais a diferença de votos no estrangeiro. Calculando a diferença de votos entre Ana Gomes e André Ventura a nível global, temos 44.783 votos a favor da Ana Gomes. Fazendo o mesmo cálculo apenas para o Distrito do Porto, já temos uma diferença de 53.712 votos a favor de Ana Gomes.
Assim sendo, como poderemos explicar os 8.929 (53.712 – 44.783) votos que o Distrito do Porto teve a mais sabendo que este mesmo Distrito está integrado na contabilidade dos votos a nível global!? Numa única palavra, estamos perante um facto completamente inexplicável. Mesmo assim, são estes os Votos Oficiais e, por isso, constam no Site do Ministério da Administração Interna. Não esquecer que estes mesmos resultados foram devidamente validados pela Comissão Nacional de Eleições.
Termino aqui este Artigo esperando que haja algum Politólogo ou algum Matemático que possa explicar devidamente estes resultados na Eleição Presidencial de 2021. Caso não se consiga encontrar alguém, temos de colocar as seguintes questões: “Será que o nosso Sistema Eleitoral é assim tão fiel?”, “Será que a tal dormência do Sistema Político se esqueceu de controlar a sua qualidade!?”, “Estaremos no momento ideal de refundar a CNE colocando nela um elemento de cada Partido Português!?”.