CHEGA critica executivo “partidário” com “pouca sociedade civil”

O presidente do CHEGA, André Ventura, criticou hoje a composição do XXIV Governo Constitucional, considerando-o "eminentemente partidário", com "pouca sociedade civil", defendendo que o social-democrata Luís Montenegro ficou "muito aquém".

© Folha Nacional

“É um governo eminentemente partidário. Luís Montenegro optou por fazer um governo composto essencialmente por figuras da cúpula do PSD, do seu círculo político de proximidade. Talvez as circunstâncias políticas o possam justificar, mas mostra uma insuficiente capacidade de ter ido à sociedade civil”, defendeu.

André Ventura falava aos jornalistas na Assembleia da República momentos depois de ter sido conhecida a lista de ministros entregue hoje pelo presidente do PSD e primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro, ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e que tomará posse na terça-feira.

“Luís Montenegro ficou muito aquém do que podia ter feito hoje, dando uma ideia de que quer criar uma estrutura de continuidade em relação aos vários governos de António Costa”, lamentou.

O líder do CHEGA saudou o executivo social-democrata – “a sorte do Governo será a nossa sorte” — e disse esperar que seja priorizada a resolução de problemas urgentes, como as reivindicações das forças de segurança.

No entanto, André Ventura lamentou que não tenha havido cortes em ministérios — o elenco apresentado mantém 17 pastas tal como o anterior, liderado pelo socialista António Costa.

O dirigente considerou ainda que o líder social-democrata podia ter “feito bastante mais para dar ao país um sinal de que estava empenhado na redução dessas estruturas, nessas gorduras do Estado”.

Na opinião de André Ventura, o presidente do PSD “optou por não fazer um governo reformista”.

Interrogado sobre se considera que houve dificuldade em recrutar na sociedade civil, Ventura respondeu que “provavelmente foi isso que aconteceu”.

“Dado o contexto político, o Governo teve dificuldade em ir buscar nomes de prestígio da sociedade civil que aceitassem fazer essas reformas porque criou-se a expectativa de que este Governo durará pouco. Mas porque é que se criou essa expectativa? Porque Luís Montenegro foi incapaz de fazer as convergências e os acordos para se ter um Governo de reforma, de unidade e que toda a gente acreditasse que ia durar os quatro anos”, atirou.

A posse dos ministros do XXIV Governo Constitucional está prevista para terça-feira e a dos secretários de Estado para sexta-feira.

Últimas de Política Nacional

A conferência de líderes marcou hoje para 19 de dezembro as eleições dos cinco membros do Conselho de Estado, três juízes do Tribunal Constitucional e do Provedor de Justiça, sendo as candidaturas apresentadas até 12 de dezembro.
O grupo parlamentar do CHEGA/Açores enviou hoje um requerimento à Assembleia Legislativa Regional a pedir esclarecimentos ao Governo dos Açores na sequência da anunciada saída da Ryanair da região.
A Comissão de Assuntos Constitucionais chumbou a iniciativa do CHEGA para impedir financiamento público a mesquitas, classificando-a de inconstitucional. Ventura reagiu e avisa que Portugal “está a fechar os olhos ao radicalismo islâmico até ser tarde demais”.
O ex-presidente da Câmara de Vila Real Rui Santos está acusado pelo Ministério Público (MP) de prevaricação, num processo que envolve mais cinco arguidos e outros crimes como participação económica em negócio e falsas declarações.
André Ventura disparou contra PS e Governo, acusando-os de manter um Orçamento “incompetente” que continua a “sacar impostos” aos portugueses. O líder do CHEGA promete acabar com portagens, subir pensões e travar financiamentos que considera “absurdos”.
O Parlamento começa esta quinta-feira a debater e votar o Orçamento do Estado para 2026 (OE2026) na especialidade, numa maratona que se prolonga por cinco dias e culmina com a votação final global a 27 de novembro.
O presidente do CHEGA, André Ventura, considerou hoje que a União Geral de Trabalhadores (UGT) está a ser "fortemente manipulada pelo PS" no âmbito das alterações à lei laboral propostas pelo Governo PSD/CDS-PP.
Uma nova sondagem da Aximage para o Folha Nacional confirma a reviravolta política que muitos antecipavam: André Ventura salta para a liderança das presidenciais e ultrapassa Gouveia e Melo.
A Assembleia Municipal de Oeiras rejeitou o voto de pesar apresentado pelo CHEGA pela morte do agente da Polícia Municipal Hugo Machado, de 34 anos, com o INOV, liderado por Isaltino Morais, a votar contra e todos os restantes partidos a abster-se.
O candidato presidencial e presidente do CHEGA, André Ventura, considerou hoje que, se a greve geral de 11 de dezembro, convocada pela CGTP e pela UGT, avançar, é “culpa” da forma “atabalhoada” com que o Governo tratou a questão.