Sindicato dos Enfermeiros Portugueses questiona Governo sobre prioridades do SNS

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses questionou hoje o Governo sobre se os profissionais de saúde e o SNS "são mesmo uma prioridade", após a ministra da tutela ter optado por "atirar a segunda reunião negocial para o final de maio".

© facebook do SEP

“Quando se compara a posição do Governo relativamente a outros processos negociais que estão a decorrer, o que se constata é que a ministra da Saúde, apesar de detentora do Caderno Reivindicativo desde 03 de abril, optou por atirar a segunda reunião negocial para o final de maio e apenas para apresentar o protocolo negocial e periodicidade das reuniões”, lê-se num comunicado hoje divulgado pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).

A organização sindical, que anunciou em abril uma greve nacional para o dia 10 de maio, recordou que o executivo PSD/CDS-PP já apresentou propostas aos professores, com previsão do final das negociações ainda este mês, às forças de segurança, que têm nova reunião prevista para 15 de maio, aos funcionários judiciais e aos guardas prisionais.

“Questiona-se se os profissionais de saúde e o SNS [Serviço Nacional de Saúde] são mesmo uma prioridade para o Governo”, observou o SEP, insistindo que “os enfermeiros têm razão em continuar a lutar pela sua valorização e pela resolução dos problemas que condicionam, cada vez mais, a sua vida”.

Constatando a “imposição de mais trabalho extraordinário”, o sindicato lamenta a ausência de medidas que permitam a retenção de profissionais no SNS, salientando que “não se vislumbra a abertura de concursos de acesso à Carreira de Enfermagem e de desenvolvimento profissional dos enfermeiros, nomeadamente, de concursos para Enfermeiro Especialista e Enfermeiro Gestor”.

“Apesar dos anúncios pré-eleitorais de priorizar a valorização dos profissionais de saúde, a realidade das instituições demonstra o contrário. Na sua maioria, os planos de desenvolvimento e orçamento das Unidades Locais de Saúde (hospitais e centros de saúde) ainda não foram aprovados”, indica.

Em 26 de abril, o SEP avançou que vai manter a greve da próxima sexta-feira, depois de se ter reunido com a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, afirmando que os enfermeiros “querem respostas muito mais cedo”.

“O Ministério da Saúde não assumiu hoje o compromisso de, até ao dia 10 de maio, dia de greve nacional dos enfermeiros, fixar o conjunto das matérias a negociar, dos tópicos a negociar e da agenda negocial”, disse o presidente do SEP, José Carlos Martins, à saída do Ministério da Saúde, em Lisboa, na ocasião.

O SEP agendou uma greve nacional para o dia 10 de maio, com uma concentração às 11:00 no Campo Pequeno, em Lisboa.

A ministra da Saúde reuniu-se há cerca de duas semanas pela primeira vez com os sindicatos representativos dos médicos, enfermeiros e farmacêuticos, dando início às negociações salariais reivindicadas pelas estruturas sindicais.

No final das reuniões, o Ministério da Saúde disse em comunicado esperar que o processo negocial que retoma a 27 de maio decorra numa base de boa-fé, compromisso e responsabilidade” e que corresponda à expectativa dos profissionais “na medida do possível”.

Últimas do País

A Polícia Judiciária (PJ) já está a disponibilizar o heliporto que fica situado na sua sede, em Lisboa, ao Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e ao Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) para transporte de órgãos.
Os hospitais públicos devem garantir que têm profissionais suficientes para poder dar altos aos utilizadores nos três dias em que o Governo concedeu tolerância de ponto, segundo um despacho a que a Lusa teve acesso.
Sete homens, com idades entre os 30 e os 41 anos, foram detidos por tráfico de droga nos concelhos de Benavente e Salvaterra de Magos (distrito de Santarém), Sintra (Lisboa), Setúbal e Vendas Novas (Évora), revelou hoje a GNR.
A Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos (SRNOM) manifestou hoje preocupação com o alerta dos internistas da ULS do Tâmega e Sousa sobre a sobrecarga assistencial, assegurando que irá acompanhar o processo e intervir para promover soluções.
A Agência Portuguesa do Ambiente chumbou as alterações que o consórcio AVAN Norte queria fazer à linha de alta velocidade, nomeadamente alterar a estação de Gaia e construir duas pontes, segundo uma decisão a que a Lusa teve acesso.
A produção de vinho em Portugal teve uma quebra de 14% na campanha de 2025/2026, para 5,9 milhões de hectolitros, segundo dados do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV).
O Hospital de Vila Franca de Xira tem mais de 80 camas contratualizadas para doentes que já tiveram alta clínica, num investimento superior a seis milhões de euros por ano, revelou hoje o presidente do conselho de administração.
Os preços dos bilhetes nos serviços CP vão aumentar, em média, 2,26% em 2026, mas o custo dos passes não vai ter alterações, anunciou hoje a empresa.
O bolo-rei foi a última grande mudança na ceia de Natal tradicional portuguesa. Mais de 100 anos depois de sua introdução, o investigador acredita que este doce poderá começar a perder a centralidade que conquistou.
A GNR e a PSP detiveram nos últimos quatro dias uma média de 76 condutores por dia por excesso de álcool no sangue, no âmbito de operações de fiscalização mais rigorosos em virtude da quadra festiva.