APAV apoiou mais de 5.660 crianças e jovens vítimas de crime nos últimos dois anos

Mais de 5.660 crianças e jovens foram apoiados pela Associação Portuguesa de Apoio à Vitima (APAV) nos últimos dois anos, um valor que subiu 18,2% no ano passado, chegando a uma média de oito por dia.

©D.R.

Segundo os dados hoje divulgados, a APAV apoiou no ano passado 3.066 (2.595 em 2022) crianças e jovens vítimas de crime, o que representou quase 60 por semana.

No total, chegaram ao conhecimento da associação nos últimos dois anos 10.271 crimes e outras formas de violência contra crianças e jovens, a maioria (62,6%) relativos a violência doméstica, que subiu 20,7% entre 2022 e 2023.

De acordo com as estatísticas 2022-2023 da APAV, em 2022 tinham sido registados 2.914 crimes de violência doméstica contra crianças e jovens, um número que subiu para 3.518 no ano passado.

Os crimes sexuais contra o mesmo tipo de vítimas subiram ainda mais (+29,8%), passando de 1.356 em 2022 para 1.760 no ano passado.

No relatório hoje divulgado, a APAV traça igualmente o perfil da vítima: a maioria mulheres (60,7%), na faixa etária entre os 11 e 14 anos (31,5%), de nacionalidade portuguesa (80,1%) e a maior parte reside no distrito de Faro (26,8%).

Segundo a associação, foram apoiadas 1.518 crianças e jovens residentes no distrito de Faro, 836 em Lisboa, 609 no Braga e 513 no Porto.

O crime existe de forma continuada em 32,9% dos casos, com a duração de dois ou três anos (18,6%) e o local da violência é a residência comum em quase metade dos casos (49,9%). Em 61,2% dos casos foi feita denúncia e em 19,5% as vítimas não se queixaram.

Quanto ao perfil do autor da violência sobre crianças e jovens, a maioria é homem (60,1%), pertence à faixa etária 36-45 anos (11,5%) e a vítima é seu/sua filho/a (35,7%).

Quanto ao tipo de crimes e outras formas de violências, a maioria dos casos registados nos últimos dois anos referem-se a violência doméstica (6.432 crimes, 62,6%), seguidos do abuso sexual de crianças (1.049, 10,2%), do bullying (177, 0,7%) e do abuso sexual de menor dependente ou em situação particularmente vulnerável (165, 1,6%).

Foram ainda registados 151 crimes (1,5%) de violação, 123 de importunação sexual (1,2%), 115 de aliciamento de menores para fins sexuais (1,1%), 111 de pornografia de menores (1,1%), 108 de ameaças à integridade física (1,1%) e 97 de ameaça/coação.

A APAV registou igualmente oito crimes de tráfico de pessoas.

A associação destaca que entre 2022 e 2023 realizou 1.887 iniciativas de formação para a prevenção e sensibilização da violência contra os mais jovens, que contaram com mais de 40.000 participantes.

A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima presta apoio gratuito, confidencial e especializado a vítimas de todos os crimes.

A Linha de Apoio à Vítima – 116 006 – funciona de segunda a sexta-feira, entre as 08:00 e as 23:00 e a Linha Internet Segura está disponível através do 800 21 90 90, de segunda a sexta-feira, entre as 08:00 e as 22:00 e do e-mail linhainternetsegura@apav.pt.

Últimas do País

Os sindicatos representativos dos trabalhadores da SPdH/Menzies, antiga Groundforce, desconvocaram a greve marcada para 31 de dezembro e 01 de janeiro, após assinatura de acordos com os acionistas da empresa, validados pelo Governo.
As livrarias portuguesas já se podem candidatar à segunda edição do cheque-livro e os jovens nascidos em 2007 ou 2008 poderão levantar o seu ‘voucher’ de 30 euros a partir de 02 de janeiro, anunciou hoje o governo.
Cinco urgências hospitalares de Ginecologia e Obstetrícia serão encerradas no sábado, enquanto no domingo fecham quatro destes serviços e um de Pediatria, segundo dados do Portal do Serviço Nacional de Saúde.
Doze pessoas morreram e 453 foram detidas por conduzirem com níveis de álcool no sangue considerados crime nos primeiros oito dias das operações Natal e Ano Novo da GNR e PSP, anunciaram as corporações.
A Polícia Judiciária (PJ) deteve ontem em Lisboa o jovem alemão de 19 anos suspeito do triplo homicídio ocorrido na terça-feira em São Vicente, Cabo Verde, que vitimou o seu pai e a mulher e enteada deste.
Os doentes classificados como urgentes no hospital de Matosinhos esperavam ao início da manhã de hoje mais de 12 horas para primeira observação nas urgências gerais, segundo dados do portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Dez pessoas, entre as quais cinco crianças, foram hoje feridas sem gravidade por intoxicação por monóxido de carbono numa habitação nos arredores de Coimbra, disse fonte dos bombeiros.
Doze pessoas morreram e 433 pessoas foram detidas por conduçãoem sob efeito de álcool entre 18 e 24 de dezembro, no âmbito da operação de Natal e Ano novo, anunciaram hoje em comunicado a GNR e PSP.
Os doentes classificados como urgentes no hospital Amadora-Sintra enfrentam hoje tempos de espera de mais de 11 horas para a primeira observação nas urgências gerais, segundo dados do portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
O diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Álvaro Almeida, estimou hoje que há cerca de 2.800 internamentos indevidos nos hospitais, quer devido a situações sociais, quer a falta de camas nos cuidados continuados.