Ventura põe condições para CHEGA aprovar medidas de imigração do Governo

O presidente do CHEGA saudou hoje uma "aproximação" do Governo à posição do seu partido no que toca à imigração, mas avisou que só aprovará o pacote se limitar a atribuição de apoios sociais.

© Folha Nacional

Em declarações aos jornalistas durante uma ação de campanha para as eleições europeias em Algueirão-Mem Martins, Sintra, distrito de Lisboa, André Ventura afirmou que o Governo “prepara-se para anunciar que ninguém entrará mais em Portugal sem um visto de trabalho” e considerou que esta é “uma grande vitória do CHEGA” que “peca por tardia”.

“Se o Governo fez este caminho de aproximação à posição do CHEGA, eu acho que isso é de saudar”, apontou.

O líder do CHEGA anunciou que o partido entregou na Assembleia da República três propostas, querendo limitar o número de pessoas que vivem em cada habitação, “agilizar o repatriamento” dos imigrantes que “queiram regressar voluntariamente ao seu país” e limitar o acesso a apoios sociais a quem está há pelo menos cinco anos em Portugal.

Indicando que esta última medida será “um ponto de discussão com o Governo bastante importante”, André Ventura disse que o voto do CHEGA está condicionado à inclusão da proposta pelo Governo.

“Uma vez que o PS já disse que ia votar contra medidas como esta, a aprovação deste pacote do Governo no parlamento estará dependente de o Governo aceitar a nossa proposta de limitar a cinco anos de residência para obtenção de novos benefícios sociais”, afirmou.

André Ventura disse também que deu instruções ao líder parlamentar do CHEGA para propor aos partidos que sustentam o Governo, PSD e CDS-PP, a constituição de “um grupo de trabalho permanente” para ser possível alcançar “em algum tempo um pacote completo e fechado, para aprovar no parlamento com maioria absoluta, de medidas de limitação da imigração”.

O líder do CHEGA defendeu que se esta proposta relativa aos apoios for aceite, há “condições de, em poucos dias, ter um grande pacote anti-imigração em Portugal, um grande pacote de regulação da imigração, que pode até ser uma inspiração para a Europa, assim o Governo esteja disponível a encetar esse grupo de negociações”.

No entanto, não disse o que o partido fará se o Governo não aceitar incluir esta medida, afirmando apenas que “se não acrescentar está a ser imprudente”.

O líder do CHEGA defendeu que “não há nenhum risco de inconstitucionalidade” da medida e deu como exemplo a Alemanha, que “limitou os apoios sociais dos imigrantes” e “tem uma Constituição muito parecida” com a portuguesa.

“Foi inspiração da Constituição portuguesa e se lá é permitido cá também há de ser, a não ser que nós sejamos muito mais inteligentes que os outros”, acrescentou.

Ventura reagia antes de o Governo apresentar o seu plano para as migrações, prevista para hoje à tarde, estando previstas regras mais apertadas, uma estratégia para atrair quadros qualificados e um tratamento diferenciado para os lusófonos.

Últimas de Política Nacional

O Presidente da República explicou esta sexta-feira que não concede audiências sobre propostas de referendo, como a que foi pedida pelo presidente do CHEGA, porque nos termos da Constituição só lhe compete intervir na fase final desses processos.
O Presidente da República afirmou hoje que vai começar a tratar da sucessão da procuradora-geral da República, Lucília Gago, com o primeiro-ministro para a semana, e referiu não saber que método Luís Montenegro pretende adotar nesta matéria.
A maioria dos partidos quer saber se o ex-primeiro-ministro António Costa teve alguma intervenção no caso das gémeas luso-brasileiras tratadas no Hospital de Santa Maria com o medicamento Zolgensma, enquanto o PS decidiu não fazer perguntas.

O atual líder do executivo, Luís Montenegro, rejeitou aquelas que seriam as exigências do CHEGA no que diz respeito ao combate à corrupção e ao controlo da imigração ilegal, preferindo negociar as medidas para o Orçamento do Estado de 2025 (OE25) com o Partido Socialista. Para o CHEGA, medidas de controlo à imigração ilegal e […]

O ministro da Educação, Fernando Alexandre, admitiu hoje que o novo ano letivo vai arrancar com “milhares de alunos sem aulas”, sublinhando que se trata de uma “falha grave” da escola pública que o Governo quer resolver até ao final da legislatura.
O presidente do CHEGA afirmou que o partido está a estudar propor uma nova comissão de inquérito à gestão da TAP, afirmando que "muito passou ao lado" do parlamento no anterior inquérito à gestão da companhia aérea.

Numa altura em que a imigração está a caminho de atingir os 15%, Luís Montenegro decidiu colocar em curso uma megaoperação para acelerar os pedidos que estão pendentes na AIMA. É já no dia 9 de setembro que vai arrancar este processo, que contará com um megacentro de operações em Lisboa e outros mais pequenos […]

O líder parlamentar do CHEGA, Pedro Pinto, classificou como “uma trapalhada” o processo de privatização da TAP, criticando o primeiro-ministro, Luís Montenegro, ao acusá-lo de ser cúmplice, afirmando que “quando chamou Miguel Pinto Luz para o Governo, sabia quem estava a nomear”.
André Ventura acusa Luís Montenegro de traição à Direita e de mentir ao CHEGA quando escolheu o PS para negociar o Orçamento do Estado de 2025.
O CHEGA reiterou hoje que se vai manter afastado das negociações do próximo Orçamento do Estado e não vai comparecer nem à próxima, nem a mais nenhuma reunião com o Governo, acusando o executivo de provocar o partido.