De há anos a esta parte, quando se fala da história de Portugal fala-se quase exclusivamente do 25 de Abril de 1974, como se Portugal tivesse nascido nessa data, como se os séculos de história para trás não importassem nada. Esta falácia com que querem fazer uma lavagem cerebral aos mais jovens tem de ser terminada e o mais rápido possível. As gerações mais novas têm de saber quem foi D. Afonso Henriques e têm de saber como foi fundada a nossa nação, tal como têm de saber que os nossos ante- passados tiveram a coragem de enfrentar o desconhecido, navegando por mares nunca antes navegados, descobrindo o mundo. Esta semana, confrontei a ministra da Cultura com as suas declarações proferidas ainda antes de pertencer ao Governo. Dizia a Dra. Dalila Rodrigues que era “fundamental assumir o imperativo da restituição de bens apropriados, independentemente das condições da sua receção”, acrescentando que não se pode “continuar a exercer um poder tutelar sobre os locais de proveniência indevida das peças”. Esta intenção não é mais do que uma tentativa de revisão da história, como se o passado pudesse ser avaliado à luz dos princípios e conceitos de hoje.
A verdade é que os adeptos do revisionismo histórico mais não fazem do que humilhar uma história de quase nove séculos; mais não fazem do que desacreditar homens e mulheres que deram a vida por Portugal.
Então é “imperativa a restituição de bens”? Mas na ótica destas pessoas já não é imperativo indemnizar os retornados que perderam tudo nos processos de descolonização que, não só roubaram os portugueses que viviam em África, como atiraram os africanos para as mãos de líderes tiranos, vivendo, até aos dias de hoje, na mais pura miséria. E os nossos antigos combatentes? Quem é que olha por eles? Há homens que vieram de África mutila- dos e o que é que o Estado lhes deu? Nada. E não só não deu nada como os escondeu, como se fossem a vergonha da Pátria. Os antigos combatentes foram e são heróis por tudo o que fizeram por Portugal antes da revolução e por tudo o que sofreram depois de a esquerda ter chegado ao poder. Nunca se esqueçam e nunca deixem que o povo esqueça: Portugal não nasceu a 25 de Abril de 1974.