A Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CRESAP) já tinha apresentado, em 2023, o nome de Vítor Almeida para assumir o cargo. Contudo, o Governo de António Costa manteve Luís Meira na presidência do INEM.
“Uma demissão há muito esperada por nós, que já tínhamos solicitado ao Governo anterior, e que pode ser o início de um ciclo que trave a degradação dos serviços que tem vindo a ocorrer nos últimos tempos”, declarou à Renascença, o presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar, Rui Lázaro. E o representante da Associação Nacional dos Técnicos de Emergência Médica, Paulo Paço, corrobora. “Espero que o sucessor de Luís Meira seja capaz de fazer a tão ansiada remodelação no INEM, porque o sistema está pela hora da morte”, afirmou. A demissão de Luís Meira ocorreu um dia após trocas de acusações, com Ana Paula Martins, envolvendo o concurso para o serviço de trans- porte aéreo de doentes. A ministra manifestou estranheza pelo facto de o instituto não ter aberto concurso público para a aquisição de quatro helicópteros de emergência médica, com verbas aprova- das em finais de 2023. “Desde o dia 2 de abril até à data, o INEM não lançou nenhum concurso público internacional para aquisição dos serviços em causa. Não compreendemos os motivos”, referiu o Ministério da Saúde, em comunicado enviado à Lusa. Segundo a Rádio Renascença, o concurso foi aberto no início deste ano e recebeu apenas duas propostas a ultrapassar o teto de 12 milhões de euros estipulado pelo Governo, levando à necessidade de um novo ajuste direto. Adianta a SIC Notícias, o Ministério da Saúde garantiu que o Governo questionou o Conselho Diretivo do INEM, sobre o serviço de transporte de emergência em helicópteros, por saber que o ajuste direto em vigor terminava a 30 de junho. Ainda assim, o instituto “nunca apresentou uma solução”, ao abrigo da Resolução do Conselho de Ministros de outubro de 2023, que autoriza a despesa relativa ao lançamento de um novo concurso público para o período 2024-2028.
No arranque do mês, a tutela anunciou a realização de uma auditoria administrativa e financeira ao INEM e, na última audição no parlamento, a ministra explicou que pretendia “perceber exatamente” vários processos, nomeadamente a contratação de helicópteros e ambulâncias e ajustes diretos no instituto.
Vítor Almeida é atualmente médico anestesiologista no Hospital São Teotónio, em Viseu. Foi presidente do Colégio da Competência de Emergência Médica da Ordem dos Médicos e também coordenador do Gabinete de Apoio Humanitário da Ordem dos Médicos e, no exercício destas funções, este envolvido na ajuda humanitária à Ucrânia. Durante a pandemia, também foi parte integrante do Gabinete de Crise da Ordem dos Médicos.