“Discutimos formas de fazer a paz”, disse Viktor Orbán numa mensagem publicada na rede social X (antigo Twitter) na quinta-feira à noite, acompanhada por uma fotografia do encontro entre os dois líderes na residência de Donald Trump em Mar-a-Lago.
“A boa notícia do dia: ele vai resolver o problema”, acrescentou, sem dar mais pormenores sobre o encontro, que decorreu depois de o governante húngaro ter participado na cimeira da NATO, em Washington.
Antes, Orbán deslocou-se a Kiev, Moscovo e Pequim, onde pretendia encontrar uma solução para a guerra na Ucrânia.
Donald Trump e Viktor Orbán estão ligados por uma admiração mútua e já se encontraram em várias ocasiões. O slogan para os seis meses da Presidência húngara da UE é “Make Europe Great Again”, uma inspiração direta do “Make America Great Again” de Trump.
Desde 01 de julho, a Hungria exerce a presidência rotativa do Conselho da UE, um papel que coordena o trabalho legislativo mas não lhe permite falar em nome dos europeus na cena internacional.
Na cimeira de Washington, o líder húngaro, que mal falou à imprensa, mostrou-se isolado, criticado por vários líderes europeus que condenaram a viagem a Moscovo na semana passada, onde manteve conversações com o Presidente russo, Vladimir Putin.
“É a sua escolha, fê-la de livre vontade, mas ao fazer estas visitas, não nos comprometeu de forma alguma, porque não nos informou previamente de nada e não recebeu qualquer mandato”, sublinhou o chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, à imprensa, no final da cimeira da NATO.
No dia anterior, o Presidente finlandês, Alexander Stubb, tinha dito não ver “qualquer utilidade em ir falar com regimes autoritários”, e o Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, acrescentou que “não concordava de todo com isso”.
A sombra de Donald Trump pairou sobre a cimeira da NATO e a visita de Viktor Orbán surge num contexto de dúvidas sobre se o Presidente norte-americano vai manter a candidatura a um segundo mandato em novembro.
Joe Biden cometeu uma série de lapsos durante a cimeira, nomeadamente ao anunciar o “Presidente Putin” quando deu as boas-vindas ao Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, antes de se corrigir.
“Bom trabalho, Joe”, disse Donald Trump na sua rede social Truth Social.