CHEGA critica semelhanças do Governo com PS e pede mais diálogo à direita

O líder da bancada parlamentar do CHEGA, Pedro Pinto, considerou que não existem diferenças significativas entre o PSD e PS à frente do Governo e apelou ao executivo para que promova maior diálogo com o partido de André Ventura.

© Folha Nacional

Em declarações à agência Lusa no âmbito do debate sobre o estado da nação — que decorre esta quarta-feira na Assembleia da República –, o líder parlamentar do CHEGA sublinhou que o “o país não está bem” e que todos os anúncios que têm sido feitos pelo Governo são “muita propaganda”, mas “muito frágeis” e com dificuldade em “sair do papel”.

Pedro Pinto criticou o executivo por “ter perdido uma oportunidade de fazer um orçamento retificativo e não governar com o orçamento do PS”, facto que disse “ser curioso”, uma vez que os sociais-democratas votaram contra o texto orçamental em vigor.

O deputado do CHEGA insistiu diversas vezes na ideia de proximidade entre o executivo liderado por Luís Montenegro e o anterior executivo, liderado por António Costa, referindo que apesar de ser difícil fazer “pior do que fez o PS, este Governo está a fazer mais ou menos a mesma coisa”.

“Este Governo tem de se demarcar do PS e não o consegue fazer. Viu-se agora no Conselho Europeu quando apoiou António Costa. Continua sempre a apoiar as medidas do PS e, portanto, não se consegue cortar o cordão umbilical com a esquerda e, particularmente, com o PS”, acrescentou.

Pedro Pinto pediu que os sociais-democratas abram mais vias de diálogo com o CHEGA e que o executivo entenda que “não tem de dialogar com todos” e só com dois partidos – o CHEGA e o PS – para conseguir viabilizar as suas propostas, e que tem de mostrar “que quer realmente um Governo de direita, para melhorar a vida das pessoas”.

O líder da bancada parlamentar do CHEGA antecipou que o debate desta quarta-feira “vai ser quente” e que vai mostrar que o “CHEGA continua a ser o único partido que faz oposição e que diz as verdades cara a cara com Luís Montenegro” e intervirá no sentido de defender “aquilo que mexe realmente no bolso das pessoas”.

Pedro Pinto garantiu que o seu partido vai manter no topo das prioridades, nos próximos meses, o tema da imigração, que dizem ser um “problema que o Governo não consegue combater”, apesar do pacote de medidas que apresentou para a imigração.

“O PSD continua com a política de portas abertas que tinha o Partido Socialista. Não pode ser, temos que dizer que não, que essa política de portas abertas não serve a Portugal”, afirmou.

O CHEGA pediu também uma maior resposta do Governo às reivindicações das forças de segurança, dos bombeiros, oficiais de justiça e médicos, prometendo apresentar várias propostas nesse sentido.

Está agendado para esta quarta-feira o debate sobre o estado da nação, o primeiro desde que o executivo minoritário PSD/CDS-PP tomou posse, que contará com a presença do primeiro-ministro, Luís Montenegro, e do restante elenco governativo.

Últimas de Política Nacional

O partido CHEGA vai realizar uma manifestação “contra o travão à Lei de Estrangeiros” no próximo dia 6 de setembro, pelas 15h00, com início no Centro de Congressos de Lisboa e término no Palácio de Belém. A iniciativa tinha sido inicialmente marcada para 24 de agosto, mas foi adiada em solidariedade com as vítimas dos incêndios que devastaram o país.
O CHEGA afirmou hoje que o Governo pretende adiar para outubro a aprovação final da revisão da lei da nacionalidade, dando prioridade ao processo para sanar as inconstitucionalidades apontadas pelo Tribunal Constitucional na lei de estrangeiros.
A Câmara Municipal da Amadora, presidida pelo socialista Vítor Ferreira, adjudicou, por ajuste direto, uma obra de cimento de oito toneladas para celebrar Mário Soares ao artista urbano Alexandre Farto, conhecido como Vhils, pelo valor de 246 mil euros. A obra terá 2,5 metros de altura e cinco de comprimento, e será instalada na Praça da Liberdade, segundo revelou o jornal PÁGINA UM.
O Governo começa hoje a receber os partidos com assento parlamentar para discutir o Orçamento do Estado para 2026, o conflito no Médio Oriente, a lei da nacionalidade e dos estrangeiros e a criação de novas freguesias.
O CHEGA propõe aumentar as penas para quem for condenado por atear fogos florestais, prevendo a possibilidade de aplicação da pena máxima prevista no sistema português e a sua equiparação a terrorista.
A Câmara da Lousã aprovou hoje uma proposta de isenção de faturas de água para os cidadãos, empresas e coletividades com consumos extraordinários face ao combate ao incêndio que afetou aquele concelho.
O CHEGA vai questionar o primeiro-ministro e a Entidade para a Transparência, através do parlamento, sobre a oposição de Luís Montenegro ao acesso público de informação sobre imóveis que declarou, anunciou hoje o líder.
O líder do partido CHEGA, André Ventura, disse ontem que quer um Orçamento do Estado para 2026 que “reflita uma mudança de espírito de política de habitação” e propôs algumas medidas.
Vários partidos do sistema, nomeadamente o PS e o VOLT, estão empenhados em tentar impedir a presença do CHEGA nas próximas eleições autárquicas.
O Chega quer proibir a exploração económica das áreas ardidas durante 10 anos e a venda de madeira queimada, aumentar as penas para os incendiários e a criação de um fundo de apoio às famílias dos bombeiros.