CHEGA, um partido autonomista

Para restituir a dignidade política que é indispensável a todos os cidadãos é urgente equilibrar o espaço português, o que implica estimular o progresso regional como pressuposto do próprio desenvolvimento nacional.

Para tal é preciso reconhecer e reforçar as capacidades de actuação e de resposta dos órgãos de poder local e regional para que, em democracia e em nome dos interesses legítimos das populações às quais respondem, consigam ultrapassar o centralismo que certos círculos políticos e partidários tentam promover, reforçar os meios humanos, financeiros e legislativos ao seu dispor e trabalhar de formar empenada na resolução dos problemas das suas comunidades.

Todavia, para o actual governo da AD, a descentralização e a revitalização das instituições do poder local não só não constituem linhas sinceras de actuação governativa, mas são também conceitos inócuos, merecedores, apenas, de pontuais declarações de apoio circunstancial, que rapidamente caem no esquecimento. Na mesma linha, as autonomias atlânticas da Madeira e dos Açores não justificam, para este governo, uma atitude política de apoio incondicional, a par de uma sincera compreensão pelos fundamentos e pela justiça das convicções autonomistas, mas apenas imobilismo. Aliás, é cada vez mais claro que o governo de Montenegro – apoiado num PSD que há muito rejeitou a sua matriz autonómica e num CDS que nunca a teve – já não consegue suster a sua estranha aversão ao facto de que meio milhão de cidadãos têm sabido, com empenho e dedicação, construir Portugal do Atlântico. 

Alheio a este tipo de atitudes e em discordância com as mesmas, o CHEGA tem trazido ao debate parlamentar os temas que são mais próximos dos interesses autonómicos e feito um contributo relevante na preparação e apresentação de propostas que apontam para soluções para alguns dos desafios que ainda condicionam a vida dos portugueses das autonomias em áreas como a mobilidade aérea, os transportes marítimos, o sector primário, as condições de segurança, a gestão dos recursos financeiros e a atribuição dos fundos europeus. Estes assuntos, assim como outros que o CHEGA pretende trazer em breve ao contexto parlamentar, são vistos pelo partido com enorme interesse e integrados na missão que assume, sem hesitações, de combater a desconfiança e defender sempre os interesses específicos dos portugueses das ilhas.

Para o futuro, fica a certeza de que, mais do que declarações comicieiras, as populações da Madeira e dos Açores valorizam quem trabalha por um Portugal liberto daqueles que mediocremente continuam a apascentar este sistema político-constitucional tão adverso ao crescimento poder local e regional. Ciente disso, o CHEGA continuará a dar o seu contributo para que o parlamento nacional seja sempre desperto para a acção política que o aprofundamento da autonomia exige.      

Artigos do mesmo autor

A história do nosso país revela que, no passado, a incompetência política e o desrespeito pelas populações mantiveram-se até estar ultrapassado o ponto de ruptura. Veio, então, a guerra e a desordem pública porque a reacção dos povos ou do exército já não encontrava estruturas que permitissem evitar a brutalidade e o caos. Em pleno […]

O CHEGA é, por definição, um partido dirigido para o Povo, e, a cada dia que passa, uma organização eminentemente popular, de natureza interclassista e cuja acção é orientada pela defesa intransigente do Interesse Nacional. Situado numa linha reformista, o partido tem afirmado o seu desejo de transformar a nossa sociedade em harmonia com o […]

A constatação mais evidente do que se tem vindo a passar no país nos últimos anos é de que nos falta o que Miguel Torga outrora definiu como “o romantismo cívico da agressão”. Efectivamente, acordamos indignados com a vida que temos, passamos grande parte do dia a protestar contra o estado lamentável em que o […]