Bombeiros pedem reunião para discutir impacto de fecho das urgências

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) pediu hoje ao Governo que discuta com o setor os impactos do fecho das urgências nas corporações, obrigadas a transportar doentes por mais distâncias.

© DR

 

Em declarações à Lusa, António Nunes recordou que os protocolos celebrados com o Ministério da Saúde previam “sempre a perspetiva do hospital de proximidade”, mas com o fecho de especialidades nas urgências, criou “novos problemas que implicam novas soluções”.

“Se fosse só o problema das grávidas”, disse António Nunes, referindo-se ao fecho de urgências de obstetrícia e de ginecologia.

Atualmente, “estão a ser encerradas especialidades nos hospitais” e o transporte dos doentes para mais longe “está a desequilibrar as equipas dos corpos de bombeiros”, que ficam ausentes dos quartéis durante várias horas.

“Esta questão está a desregular aquilo que era o normal funcionamento do paradigma do corpo de bombeiros na sua área de atuação própria”, afirmou o dirigente da Liga, que pede uma reunião com o Governo para discutir o problema.

“Percebo que os meios [dos hospitais] são limitados”, mas o Ministério da Saúde “está a empurrar para quem está abaixo”, pressionando recursos dos bombeiros, que são necessários noutros locais, principalmente em época de risco de incêndios.

A isso soma-se o facto de existirem problemas na sinalização dos locais para onde transportar, alertou.

“Vamos a um sítio e depois vamos a outro, e “estou a mobilizar mais gente o que cria aqui um problema de custos” que não é ressarcido pela tutela, considerou o dirigente, que pede uma reunião para discutir este problema que se está a “tornar insustentável”.

“Se os bombeiros passam a ter mais tempo de intervenção, há aumento do custo por cada transporte” e “vamos ter que mudar o modelo”, salientou, propondo uma reunião “à volta de uma mesa de todas as partes”.

O “Ministério da Saúde sabe, a direção executiva do SNS [Serviço Nacional de Saúde] sabe, o presidente do INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica) sabe. Todos sabem, porque este não é um problema de agora”, afirmou António Nunes.

“Nós estamos disponíveis para encontrar uma solução”, acrescentou.

No passado, “eu já tinha proposto arranjar-se quatro ou cinco ambulâncias do INEM para área de Lisboa e nós arranjamos bombeiros para as tripular”, exemplificou.

A falta de recursos tem levado o SNS a encerrar serviços de urgência durante o verão, algo que tem gerado polémica, particularmente nas áreas de Ginecologia e Obstetrícia.

Seis serviços de urgência de Ginecologia e Obstetrícia e um de Pediatria encontram-se hoje encerrados, segundo as Escalas de Urgência do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

De acordo com a informação publicada no Portal do SNS, às 10:00, estão fechadas as urgências de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de São Bernardo, Setúbal, Hospital Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro, Hospital de Garcia de Orta, em Almada, em Lisboa, Hospital de Santo André, em Leiria, Hospital Santa Maria (Obstetrícia) e Hospital de Portimão (Obstetrícia).

A Direção Executiva do SNS apela à população para “ligar sempre para a Linha SOS Grávida [808 24 24 24] antes de se deslocar a um serviço de urgência de Ginecologia”.

Últimas do País

O Tribunal de Coimbra condenou hoje quatro de nove arguidos acusados de tráfico de drogas, entre 2021 e 2023, a penas efetivas de prisão, entre cinco e sete anos.
A discussão da lei sobre violência obstétrica baixou hoje à especialidade sem votação, na sequência da aprovação de dois requerimentos para debater os projetos de lei do CDS-PP e do Livre.
O Parlamento aprovou hoje a criação de uma comissão de inquérito para apurar as responsabilidades políticas e de gestão do INEM nos últimos anos, na sequência de uma proposta apresentada pela bancada da Iniciativa Liberal (IL).
Seis urgências vão estar encerradas no sábado e sete no domingo, sendo uma de Pediatria e as restantes de Ginecologia e Obstetrícia, indica o Portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS) consultado pela Lusa às 12:00 de hoje.
Quarenta e nove pessoas foram detidas em Portugal e Espanha numa operação de combate ao narcotráfico da GNR com a cooperação da Guardia Civil espanhola, na qual também foram apreendidas 18 lanchas no valor de oito milhões de euros, foi hoje revelado.
Um homem residente em Sintra ficou em prisão preventiva por decisão judicial, por estar "fortemente indiciado" por 15 crimes de abuso sexual da sua enteada, na residência familiar, informou hoje o Ministério Público (MP).
A Polícia Judiciária (PJ) deteve três suspeitos de roubar e sequestrar, com recurso a arma de fogo, um homem de 55 anos em Palmeira, Braga, foi hoje anunciado.
O cidadão argentino evadido de Vale de Judeus e recapturado em fevereiro no sul de Espanha, Rodolfo Lohrmann, foi hoje entregue à Polícia Judiciária (PJ), estando já na prisão de alta segurança de Monsanto, adiantou esta polícia.
A falta de climatização em vários serviços do Hospital Nossa Senhora da Assunção, em Seia, levou hoje o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses a reivindicar a resolução do problema para evitar a "proliferação de infeções".
O piloto do helicóptero que caiu no rio Douro em agosto de 2024, vitimando cinco militares da GNR, foi constituído arguido e está indiciado por homicídio negligente e condução perigosa de meio de transporte, anunciou hoje a Polícia Judiciária.