Ventura acusa Aguiar-Branco de comprometer poderes das comissões de inquérito

O presidente do CHEGA acusou hoje o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, de comprometer os poderes das comissões parlamentares de inquérito por ter recusado o pedido de acesso às comunicações do Presidente da República.

© Folha Nacional

Esta reação surge cinco dias depois de ter sido conhecida a decisão do presidente da Assembleia da República, que no domingo emitiu um despacho depois de ter recebido um parecer do Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Numa declaração aos jornalistas, André Ventura disse que recebeu a notícia “com alguma estupefação” e considerou que esta decisão “compromete os poderes das comissões parlamentares de inquérito”.

“Estamos a dar a mensagem ao país de que não temos poder, de que exorbitámos os nossos poderes, que ultrapassámos as nossas competências. Pior, o presidente da Assembleia da República, que devia proteger o parlamento, está a ser o primeiro a pôr o parlamento em causa e a pôr as nossas competências em causa”, argumentou.

O líder do CHEGA acusou também José Pedro Aguiar-Branco de “destruir o trabalho que esta comissão de inquérito fez” e considerou que esta decisão torna as comissões de inquérito “meras entidades administrativas”.

“Esta comissão de inquérito está, não diria morta, mas muito afetada nas suas competências e no seu trabalho a partir de agora”, defendeu.

André Ventura afirmou que o CHEGA não pediu, “nem poderia pedir”, comunicações que “tivessem que ver com a atividade ou pessoal ou soberana do Presidente da República”, mas que, “tal como os e-mails foram entregues, o ‘WhatsApp e outro tipo de comunicações fossem entregues também”, sustentando que a “lei não distingue entre emails e ‘WhatsApp’”.

“Porquê é que o parlamento pode analisar comunicações entre o filho e o pai e não pode analisar ‘WhatsApps’ entre o filho e o pai? Não há nenhuma justificação para isto. A única justificação é que o parlamento está a atuar para proteger, inadvertidamente e de forma abusiva, alguns órgãos de soberania”, criticou.

Ventura afirmou ainda que nada o move contra Marcelo Rebelo de Sousa nem contra Aguiar-Branco, mas defendeu ser “impossível analisar se houve ou não um processo com intenções criminosas, se houve ou não um processo com intenções dúbias, sem conhecer as comunicações entre os intervenientes”.

Questionado se o CHEGA vai insistir neste pedido para que a comissão de inquérito tenha acesso às comunicações do Presidente da República, André Ventura disse que o partido “está a ponderar ir ao Supremo Tribunal de Justiça com esta questão”.

“Nós temos um grupo de juristas a analisar esta questão. Vamos ver se o Supremo tem ou não a competência e a legitimidade para analisar uma questão que foi decidida pelo Presidente da Assembleia da República relacionada com uma comissão de inquérito. Se for necessário lá iremos, não tanto por esta comissão de inquérito, mas porque esta decisão fará jurisprudência sobre o que se passará noutras comissões de inquérito”, indicou.

Últimas de Política Nacional

O parlamento corrigiu hoje de dois para um o número de juízes a eleger para o Tribunal Constitucional (TC), após Almeida Ribeiro ter recebido parecer negativo na sua candidatura ao Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE).
O presidente do CHEGA, André Ventura, pediu hoje ao Governo e autarquia de Lisboa que tomem medidas para reforçar a segurança no centro de Lisboa, referindo um alegado aumento da prostituição e conflitos com gangues.
O presidente do CHEGA agradeceu esta terça-feira aos operacionais em combate aos incêndios, afirmando que este não é tempo de "politiquice", mas ressalvou que o executivo falhou na prevenção e insistiu na equiparação de incendiários a terroristas.
O presidente do CHEGA afirmou hoje que comissária portuguesa Maria Luís Albuquerque ficou com a pasta que lhe é "mais afeta", e insistiu na necessidade de ouvir a antiga ministra no parlamento sobre a TAP.
O líder do CHEGA, André Ventura, disse hoje que, se for necessário, o seu partido avançará com uma investigação parlamentar sobre a lista de pedidos formulados por Nuno Rebelo de Sousa, filho do Presidente da República.
O líder do CHEGA, André Ventura, comparou hoje o Governo a um cata-vento que vira "para onde sobreviver politicamente" e acusou-o de não querer verdadeiramente negociar o próximo Orçamento do Estado.
O Presidente da República assinalou hoje os 45 anos do Serviço Nacional de Saúde (SNS), considerando que melhorou a vida de milhões de pessoas, mas precisa de soluções inovadoras para garantir eficácia e sustentabilidade a longo prazo.
O Presidente da República divulgou hoje a lista de 14 pedidos formulados por Nuno Rebelo de Sousa, salientando que foram na qualidade de presidente da Câmara de Comércio Luso-Brasileira de São Paulo e “todos eles de natureza funcional”.
A deputada Manuela Tender encabeça a única lista candidata às eleições para a comissão política distrital de Vila Real do CHEGA que se realizam no domingo, foi hoje anunciado.
O presidente do CHEGA acusou hoje o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, de comprometer os poderes das comissões parlamentares de inquérito por ter recusado o pedido de acesso às comunicações do Presidente da República.