Ventura compara Governo a cata-vento que vira “para onde sobreviver”

O líder do CHEGA, André Ventura, comparou hoje o Governo a um cata-vento que vira "para onde sobreviver politicamente" e acusou-o de não querer verdadeiramente negociar o próximo Orçamento do Estado.

© Folha Nacional

“O Governo é um cata-vento neste momento, é para onde sobreviver politicamente. Isto mostra que não tem a responsabilidade e a necessidade de competência que nós precisávamos para o tempo que se avizinha”, disse André Ventura aos jornalistas em São Pedro do Sul, antes do almoço-comício de encerramento da quarta edição da Academia Política de Verão.

André Ventura referiu que, por um lado, o Governo “anda um dia a dizer que quer governar à direita” e pede o apoio do CHEGA em matérias como o IRS jovem e a habitação dos jovens.

Por outro, “no IRC, o CHEGA diz que vai dar esse apoio para começarmos a construir uma alternativa orçamental e fiscal, mas depois Pedro Nuno Santos [PS] exige que se retire o IRC e o IRS Jovem e o Governo também está disponível para isso”, lamentou.

O presidente do CHEGA frisou que o Governo teve meses para preparar o Orçamento do Estado e apresentar uma alternativa política.

“Não é agora andarem a bater à porta dos partidos, a dizer: ‘afinal, importam-se de viabilizar o nosso orçamento?'”, considerou o deputado, acrescentando que “só o Governo quer essa instabilidade e só o Governo é responsável por ela”.

Na sua opinião, esta “situação de grande instabilidade tem um nome e um responsável, é Luís Montenegro, que permitiu chegar a este ponto”, sem dar estabilidade ao Parlamento.

“Não dar ao Parlamento é não dar ao país nenhuma estabilidade. Hoje, muitos empresários, associações, famílias precisam de saber como é que vai ser o seu próximo ano e na verdade, ninguém sabe”, acrescentou.

Ainda que não esteja dentro da cabeça de Luís Montenegro, André Ventura disse “todas as atitudes parecem no sentido de estar a querer provocar” eleições antecipadas.

“Luís Montenegro todos os dias diz que quer mesmo negociar, mas depois não só não negoceia nada como espezinha os seus adversários, não vai às reuniões e diz ‘se quiserem derrubem-me'”, afirmou.

O presidente do CHEGA considerou que se trata de “uma obsessão”, com a qual “infelizmente o Presidente da República está a alinhar também ao proteger sistematicamente este discurso, que pode levar o país para o precipício de uma crise política”.

Segundo André Ventura, “o Presidente da República está permanentemente a fazer pressão sobre o CHEGA e sobre o PS, como que a dizer ‘viabilizem isto de qualquer maneira, porque o país não quer uma crise'”.

“O país não quer agora, não queria há dois anos, não queria há três. As crises são indesejáveis, mas o Presidente da República não é o líder do PSD, nem é o padrinho do Luís Montenegro, que eu saiba”, ironizou.

Últimas de Política Nacional

Apesar do sucessivo boicote dos partidos do Sistema, André Ventura quer alterar o Código Penal, permitindo que crimes como a corrupção, o homicídio e a violação possam ser criminalmente perseguidos a qualquer momento.
O Estado está a virar as costas aos seus próprios cidadãos, deixando os portugueses em segundo plano enquanto promove uma política de privilégios para quem pouco ou nada contribuiu.
A proposta de lei do Governo para baixar as taxas de IRS em 2025 foi aprovada hoje na especialidade com os votos a favor do PSD, CDS-PP, CHEGA e IL.
O CHEGA vai pedir a realização de um debate de urgência na sexta-feira sobre a privatização parcial da TAP para que o Governo explique ao parlamento os contornos do negócio, anunciou hoje o presidente do partido.
PSD, CHEGA, IL e CDS-PP defenderam hoje o agravamento das penas da ocupação ilegal de habitações, enquanto os partidos da esquerda consideraram que se trata apenas de perceções e acusaram a direita de populismo.
A necessidade de uma comissão de inquérito ao INEM uniu hoje vários partidos no parlamento, com a bancada do PSD a considerar a sua criação precipitada, mas a não se opor à proposta apresentada pela Iniciativa Liberal.
A ministra da Justiça reconheceu hoje ter existido uma fragilidade na fuga de dois reclusos no Estabelecimento Prisional de Alcoentre, onde estavam 17 guardas para cerca de 460 detidos, considerando ter-se tratado de uma “mera coincidência”.
Mais de 300 inspetores da Polícia Judiciária saíram esta terça-feira para a rua, numa operação de grande envergadura que visou esquemas de corrupção na aquisição de material informático com recurso a dinheiros públicos. O Banco de Portugal foi uma das entidades alvo de buscas num total de 103 locais espalhados por todo o país.
A Comissão Parlamentar das Infraestruturas, Mobilidade e Habitação aprovou esta semana o requerimento do Grupo Parlamentar do CHEGA para a audição da Secretária de Estado da Mobilidade, Cristina Pinto Dias, e da Comissão de Utentes dos Transportes Públicos do Seixal (CUTS), na sequência do agravamento da situação da Transtejo na ligação fluvial Seixal–Cais do Sodré.
O partido CHEGA defende que as crianças cujos pais trabalham devem ter prioridade na inscrição nas creches do programa ‘Creche Feliz’. Para André Ventura, líder da oposição, esta medida é essencial para proteger as famílias trabalhadoras que, muitas vezes, se sentem prejudicadas no acesso a vagas.